Carlos Fuentes, autor de romances como “A Região Mais Transparente”, “A Morte de Artemio Cruz” e “Gringo Velho”, sempre se preocupou com a identidade mexicana e a forma de a expressar. Ele venceu o Prémio Cervantes, em 1987, e em 1994, ganhou o Prémio Príncipe de Astúrias.
No dia 15 de maio, morreu de problemas cardíacos, um dia depois de ter sido premiado com o título de doutor “Honoris causa” pela Universidade das Ilhas Baleares pela qualidade e extensão de sua obra.
Como o escritor se mantinha ativo, viajando, dando entrevistas, participando de eventos e escrevendo, sua morte causou surpresa no México e onda de tristeza no mundo intelectual latino-americano, governo e âmbito politico, manifestando por meio da rede social.
Recentemente, em entrevista à imprensa, Fuentes havia dito que tinha acabado de terminar seu último livro, “Federico en su Balcón”, onde o filósofo alemão Federico Nietzsche aparecia ressuscitado em sua varanda em uma madrugada e começava uma conversa com o escritor. Na ocasião também comentou que havia iniciado um outro romance onde falaria sobre o primeiro centenário da independência do México e os 10 anos seguintes, em meio à revolução.
A filha de Mario Vargas Llosa, amigo de décadas, escreveu em sua conta no Twitter, em nome de seu pai o seguinte: “Fomos amigos todo esse tempo sem que nada, nunca, empobrecesse essa amizade. Deixa uma obra enorme que é um testemunho eloquente de todos os grandes problemas políticos e realidades culturais de nosso tempo”. Em texto escrito no site do jornal ‘El País’, Mario Vargas Llosa disse o seguinte:?”Soube da morte de Carlos Fuentes e me deu muita dor. Com ele, desaparece um escritor cujo trabalho e cuja presença deixou marcas profundas. Suas histórias, romances e ensaios são inspirados principalmente pela história e problemas do México, mas ele era um homem universal, que sabia muitas literaturas, em muitas línguas, e viveu de forma comprometida com todos os grandes problemas políticos e culturais destes tempos. Ele sempre foi um grande promotor da cultura e trabalhou incansavelmente para reunir escritores e leitores de nossa língua em ambos os lados do Atlântico. Era um trabalhador, disciplinado e com entusiasmo, e ao mesmo tempo um grande viajante, com uma curiosidade universal, porque ele estava interessado em todas as manifestações da vida cultural e política e escreveu brilhantemente, especialmente em prosa. Não só seus amigos, mas também seus leitores sentirão muitas saudades dele.”
Fuentes era um forte crítico do Partido Revolucionário Institucional (PRI) que governou o México por 71 anos até 2000 e é favorito para voltar ao poder nas eleições de julho. Ele vivia parte do ano em Londres e foi embaixador do México na França na década de 1970. Fuentes, além de romancista, foi novelista, ensaísta e diplomata.
Referências
GONZÁLEZ, Jennifer. Morre o escritor mexicano Carlos Fuentes. Disponível Aqui. Acesso em 15/5/2012.