Radiologia como técnica intervencionista e não somente diagnostica; utilização de dispositivos vasculares para aneurisma de aorta com acesso percutâneo;
Beth Hong. Texto e fotos *
porta-remédios com alarmes e abertura programada, facilitando e otimizando as tomadas dos medicamentos, foram alguns temas abordados durante a 6 Jornada de Geriatria e Gerontologia do O Hospital Sírio Libanês, promovida pelo Núcleo de Geriatria e o Serviço de Gerontologia do hospital, e coordenada pelos médicos professores Wilson Jacob Filho, Alexandre Leopold Busse e Venceslau Antonio Coelho.
Entre os participantes da Jornada, estavam presentes diversos profissionais da saúde: médicos de diversas especialidades, bem como residentes e acadêmicos de medicina, além das áreas de enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional. Entre eles, eu, que participei em nome do Portal do Envelhecimento, parceiro do evento.
Essas Jornadas são fundamentais para mostrar aos profissionais da saúde, as novas ferramentas, os novos parâmetros para a otimização no diagnóstico precoce, tratamentos inovadores, além da detecção e tratamento de doenças antes não detectáveis e até não tratáveis.
Assim como uma das palestrantes fez alusão ao desenho dos Jetsons, dos anos 70, o que parecia surreal, impossível, é, está sendo e será plenamente realidade, nos tratamentos futuros.
Entre as questões abordadas, além das já mencionadas, destacamos os seguintes tópicos:
– Alguns procedimentos vasculares intervencionistas são custeados, em parte, pelo SUS, não sendo materiais exclusivos de hospitais privados, em uma proporção aproximada de 60%.
– Na área da Tecnologia Assistiva, há diversos dispositivos para a manutenção da autonomia do paciente, bem como para auxiliar o cuidador em suas tarefas.
– Ressaltou-se a ineficácia no uso dos produtos, em caso de treinamentos insuficientes e a inexistência de um follow-up, desmotivando a continuidade do uso dos produtos.
– A inovação na área teve foco em uma colher desenvolvida para controle dos movimentos involuntários, a qual detecta os tremores e realiza a “autocorreção” para estabilização, minimizando os tremores em 70%, otimizando a autonomia e melhorando a autoestima dos pacientes parkinsonianos. Seu custo é elevado ainda.
– Um outro tema relevante, mas que parece distante ainda, é a robótica. Na realidade trata-se de uma situação cada vez mais próxima e uma esperança para muitos na compensação das capacidades funcionais. Mesmo sendo tecnologias de ponta e sendo os robôs ferramentas terapêuticas, há sempre os dois polos, entre os pontos fortes e os pontos fracos.
Realidade virtual
Um viés diferenciado foi o foco das abordagens da jornada. Em tempos que antecedem a Copa do Mundo, fala-se nas maravilhas do Exoesqueleto que permitirá a um paciente tetraplégico dar o pontapé inicial durante o maior espetáculo esportivo da Terra, sob um comando mediado pelo cérebro, em conjunto com a máquina! Esperanças principalmente para os cadeirantes.
A realidade virtual, o mundo dos games com seus sensores de movimento como instrumento de reabilitação, uso de pranchas de comunicação para os afásicos, carteiras de memória para os pacientes demenciados, peculiaridades nos exames de imagem do idoso bem como o uso de contrastes, doses, tipos e contra indicações devem ser observados pelos profissionais da saúde que devem estar atentos à todas as inovações que estão chegando a fim de melhorar a qualidade de vida daqueles que atendem.
Foi dado ênfase em procedimentos de alta acurácia, como as Tomografias Computadorizadas Dual Energy para os casos de gota tofácea, edema ósseo (em fraturas ocultas) e na redução de artefatos metálicos.
Nos exames laboratoriais, atenção especial às alterações fisiológicas graduais do envelhecimento, nas suas peculiaridades, diferenciando das alterações patológicas. Por exemplo, a glicemia que possui valores de referência de 70 a 99 mg/dl, nos idosos é considerada normal para uma faixa entre 82 – 115 mg/dl.
Observações
Encontrei na Jornada uma senhora de 74 anos que havia feito um curso de Geriatria Intensivo da Faculdade de Medicina da MUSP. Ela é pedagoga e uma apaixonada pelos temas da Geriatria e Gerontologia. Relatou já ter feito 228 cursos pela Liga de Geriatria e Gerontologia, alegando que, ao aprender e aplicar conceitos, ela vivencia o aprendido nos diversos seminários e cursos. Exemplo para que outros possam se inspirar nela e para que os profissionais de saúde saibam que grande parte dos pacientes que estão chegando ou por chegar, têm conhecimento e estão atualizadíssimos!
* Beth Hee Jeung Hong é médica e mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É diretora de planejamento do OHD, uma ong que atua junto à comunidade coreana em São Paulo. É colaboradora do Portal do Envelhecimento. Email: h [email protected]