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Idoso frágil ou vulnerável?

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Fragilidade e vulnerabilidade são conceitos distintos e revelam aspectos da vida.


Na perspectiva do envelhecimento e da saúde da pessoa idosa, os termos “fragilidade” e “vulnerabilidade” são frequentemente usados, embora descrevam aspectos distintos, mas relacionados, da condição física, psicológica e social da população idosa.

A fragilidade é geralmente considerada como um estado de saúde caracterizado pela diminuição da reserva fisiológica e funcional de um indivíduo, o que o torna mais suscetível a eventos adversos, como doenças agudas, incapacidades e morte. A pessoa frágil tende a exibir uma combinação de fraqueza muscular, lentidão, baixa atividade física, perda de peso não intencional e fadiga.

Essas características frequentemente se manifestam como uma redução na capacidade de lidar com estresses físicos ou psicossociais. Não há uma causa específica ou única para a fragilidade, que pode ser causada por uma variedade de fatores incluindo a própria idade avançada, doenças crônicas, desnutrição, sedentarismo, polifarmácia (uso de múltiplos medicamentos), Covid longa, entre outros.

Já a vulnerabilidade refere-se à susceptibilidade de uma pessoa a sofrer danos ou a ser prejudicada por fatores externos, sejam eles físicos, sociais, econômicos ou psicológicos. A vulnerabilidade na pessoa idosa pode se manifestar de várias formas, incluindo a falta de acesso a proteção e cuidados adequados (inclusive, mas não limitados à saúde) assim como a incapacidade ou a insuficiência de meios de se defender de abusos.

A exposição a condições ambientais adversas, a instabilidade financeira, a solidão e o isolamento social também são manifestações de vulnerabilidade. Um aspecto em comum com a fragilidade consiste no fato da vulnerabilidade também poder ser causada por uma multiplicidade de fatores, incluindo condições de saúde precárias, falta de apoio social, discriminação, pobreza, preconceito (etarismo/idadismo, quando referente ao idoso), entre outros.

Portanto, quanto ao foco, a fragilidade tende a se concentrar mais nos aspectos físicos e funcionais da saúde, enquanto a vulnerabilidade abrange uma gama mais ampla de fatores que podem expor uma pessoa idosa a riscos pela forma como nossa sociedade funciona e o que ela valoriza.

Quanto à natureza, a fragilidade é muitas vezes vista como uma condição intrínseca, relacionada à saúde e à capacidade física do indivíduo, enquanto a vulnerabilidade é mais influenciada por fatores contextuais, de vida, e alheios ao funcionamento do organismo, apesar de poderem ter impacto na saúde e funcionalidade.

Por fim, com relação às consequências, é certo que ambas as condições têm impactos negativos para o indivíduo idoso, com a fragilidade aumentando o risco de eventos adversos de saúde específicos, como quedas, hospitalizações e incapacidades, enquanto a vulnerabilidade pode afetar a capacidade global de uma pessoa idosa de enfrentar desafios e adversidades em diferentes aspectos da vida diária.

Em resumo, fragilidade e vulnerabilidade são conceitos distintos, porém, intimamente relacionados, e revelam diferentes aspectos da condição da vida idosa.

SBGG/DF debate Vulnerabilidade e Fragilidade no Idoso

Compreender esses conceitos é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de cuidado e intervenções que visam promover a saúde e o bem-estar dessa população vulnerável, sendo esta a motivação para a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seção Distrito Federal, com apoio de pesquisadores da UnB e outras instituições do DF e Brasil afora, promover o primeiro evento sobre essa temática com profissionais experientes de relevância nacional e internacional.

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O evento ocorrerá em 18 de maio de 2024 em formato virtual (online) e síncrono (em tempo real). Mais informações estão disponíveis em https://sbggdf.com.br/seminariofragilidade/.

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Serviço
1o Seminário SBGG/DF de Vulnerabilidade e Fragilidade no Idoso
Dia: 18 de maio, das 8 às 17h30
Formato: Virtual (online) e síncrono (em tempo real)
Inscrições: https://sbggdf.com.br/seminariofragilidade/

Foto de aakash gupta/pexels.


Otávio de Toledo Nóbrega

Doutor em Patologia Molecular pela UnB e UCLA/EUA. Pós-doutorado sênior pela USP e pela McGill University (Canadá); professor da Fundação Universidade de Brasília; pesquisador associado do Centre de Recherche de Institut Universitaire de Gériatrie de Montréal e do Research Institute of the McGill University Health Centre; presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG-DF (2022-2025), Editor-associado da Geriatrics, Gerontology and Aging. Conselheiro dos Direitos da Pessoa Idosa do Distrito Federal (gestão 2020-2024). E-mail: otnobrega@gmail.com

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