Eu não a conhecia. Ela me foi indicada por uma pessoa amiga. Ela e sua filha me receberam com muita alegria. Assim que cheguei, dona Esperança, muito orgulhosa, mostrou-me o jardim e os infinitos vasos de plantas cuidados por ela. Eram diversas espécies: antúrios, renda portuguesa, avencas, plantas suculentas, etc.
Marisa Feriancic
Ela me contou que mora nesta casa desde 1953. Em 1966 sua filha casou-se e ficou morando com dona Esperança. A casa fica num bairro gostoso da zona norte, mostrando ao redor ares de modernização. A residência de dona Esperança ainda se mantém igual, guardando a aparência do antigo bairro. Quando cheguei, lembrei-me imediatamente da minha residência de criança. A casa não é muito grande, mas o quintal é amplo com muitas plantas, árvores frutíferas e uma jabuticabeira, que me trouxe boas recordações da infância. A entrevistada não era eu, então me contive em contar-lhe a minha história.
Depois de um tempo conversando sobre plantas, sentamos em sua sala de visitas e dona Esperança começou a sua história:
Éramos em 9 irmãos. Dois faleceram. Os três mais velhos nasceram na Espanha e os outros no Brasil. Meus pais eram espanhóis, meu pai chamava-se Adon Gil Bravo Martinez e minha mãe Francisca Martinez & Martine. Quando eles vieram da Espanha, foram morar numa fazenda em São Carlos. Chegaram sem bagagem, só com as roupas do corpo. Os colonos da fazenda fizeram umas camas de bambu trançado e esses bambus eram colocados sobre uma forquilha. Improvisaram um “colchão” de palha de milho e colocaram sobre a “cama”. Como eles não amarraram os bambus direito, quando minha mãe foi dormir, a armação despencou e ela caiu no chão.
Meus pais só falavam espanhol. Eu era pequena, não entendia nada que eles falavam. Eles não tinham muita conversa com os filhos, trabalhavam muito, mas o dinheiro era só para a comida. Não tínhamos nada. Não tinha calendário, nem espelho em casa para se olhar.
A família
Esperança menina, rodeada pelos pais e irmãos
Dona Esperança fala de sua mãe com muita emoção:
Perdi minha mãe em 1928, ainda não tinha completado 12 anos, meu irmão mais novo tinha cinco anos. Meu pai não casou outra vez e eu precisava ajudar em casa. Subia num caixote para alcançar o fogão e fazer comida. Mamãe era muito doente, mas eu não sabia. As crianças de antigamente não eram espertas como as de agora e os pais conversavam pouco com a gente. Tenho boas lembranças dela. Ela era uma pessoa muito boa. Eu era muito levada, brigava muito com meus irmãos, mas nunca apanhei. Não tínhamos brinquedos. Nós construíamos nossos brinquedos de sabugo de milho, de chuchu e inventávamos brincadeiras. Fazíamos laços com corda e laçávamos uns aos outros.Isso era brincadeira, mas às vezes acabava em briga.
Quando meu irmão mais novo nasceu, eu chorava muito de dor de ouvido. À noite eu ia para a cama da minha mãe e ela espirrava leite de peito no meu ouvido. Eu não sei se curava, mas aquela coisa quente era boa. Eu sossegava. Era gostoso ficar junto dela. Acho que meu pai não gostava muito porque ele sempre me mandava embora.
Meu pai era colono de uma fazenda onde morávamos, ele cuidada dos pés de café. Meu irmão mais novo ficava com o rastelo ajudando, separando os cafés que ficavam grudados. Meu pai era encarregado de fazer o beneficiamento do café e durante o processo de beneficiamento, as cascas saíam por um cano e formavam um monte de palha. A gente se enterrava nas palhas e ficava brincando. Era uma farra.
Esperança – a menina sapeca
Quando eu tinha oito anos eu ainda morava na fazenda e minha mãe queria que eu fosse para a escola. Perto da fazenda não tinha onde estudar, então eu e minha irmã mais velha fomos morar na casa de uma tia. Eu para estudar e minha irmã para trabalhar. Minha tia era uma mulher sofrida. Logo que veio para o Brasil, ficou viúva. Ela tinha 4 filhos. A tia me colocou na escola, mas eu não tinha roupa, andava muito mal vestida. Era uma escola pública, mas de gente rica. As professoras não gostavam de mim porque eu estava feia. Era a melhor escola de São Carlos, até hoje é uma escola modelo. Minha tia não tinha dinheiro para comprar roupa para todos. Fiquei nessa escola só um ano.
Eu era uma menina levada, muito arteira, e essa tia não gostava de mim. Um dia ela descuidou e eu fugi de casa. Peguei uma carona com uma pessoa conhecida e voltei para a casa da minha mãe. A casa dela ficava longe da minha. Minha mãe levou o maior susto quando me viu. Falei que tinha fugido e ela disse que me levaria de volta e levou. Fiquei morando com minha tia novamente. Minha tia ficou com mais raiva ainda de mim. Minha tia também se chamava Esperança, assim como eu.
Na minha família os nomes se repetiam muito. Minha avó se chamava Francisca, minha irmã e minha mãe também. Tinha uma irmã chamada Maria Dolores e uma tia com o mesmo nome.
Depois de algum tempo, saímos da casa da minha tia. Meu pai comprou uma chácara, onde hoje é o trevo da Cidade de São Carlos e fomos todos morar lá. Meu pai, minha mãe e os sete irmãos. Era uma casinha de madeira, muito simples, no Bairro de Monjolinho.Não tinha água encanada, era só água de poço, não tinha banheiro, não tinha nada.
Nós tínhamos criação de gado, mas quando minha mãe adoeceu, meu pai gastou tudo com a doença dela, ficou sem nada. Roubaram os cavalos dele, a chácara não produzia nada. A situação estava difícil. O dinheiro mal dava para o sustento da casa. A família teve que se espalhar, cada filho foi para um lado. Foi uma vida sofrida.
Em 1928, quando minha mãe morreu, meu pai comprou um terreno no cemitério. E com isso assumiu mais dívidas. Era uma época de crise política, de recessão. Era uma época difícil para todos. Meu pai voltou para a fazenda e levou meus dois irmãos menores para morar com ele. Eu fiquei na chácara com meus outros irmãos e minha irmã mais velha. Meus irmãos eram moços e queriam passear, eles empurravam a gente para dormir na casa dos outros. Todos meus irmãos já faleceram. Só fiquei eu.
O casamento
No dia do casamento – 24 de julho de 1937
Eu e o Reynaldo nos conhecemos em 1935. Foi meu irmão que me apresentou a ele. Logo começamos a namorar. Eu nunca tinha namorado antes. Namorar naquela época era ele lá e eu cá. Meu pai deu prazo de dois anos para o casamento, mas casamos antes. O irmão dele ia se casar e fizemos os dois casamentos no mesmo dia. Eu não tinha nenhum enxoval. Meu sogro que comprou tudo: o tecido para o vestido, o véu e o sapato. Minha irmã que era costureira e fez meu vestido de noiva.
O casamento foi na cidade, depois do casamento fomos para a fazenda, mas não teve bolo nem comemoração, só um baile. Meu pai não foi ao casamento, eu fui à casa dele para ele me ver de noiva, não sei direito porque. Acho que no íntimo ele não queria que eu casasse. Até hoje guardo este recorte de jornal de 1937, onde saiu a publicação do meu casamento
No dia do casamento aconteceu uma coisa interessante. À noite, quando fomos para o quarto, meu marido falou: você sabe que quem deitar primeiro morre primeiro? Eu falei: eu vou. Ele foi mais rápido e deitou primeiro que eu. E ele morreu primeiro que eu. Ele era um homem muito bom. Era um irmão, um pai, um marido, era tudo para mim. Ele trabalhava na roça, eu fazia os serviços de casa e cuidava da comida. Arrumava os alimentos numa cesta, colocava na cabeça e levava para ele na roça.
Quando casamos fomos morar na fazenda de um advogado, Dr. Acioli. A fazenda era arrendada. Chama-se “Canadá”. Morávamos com meu sogro e a família dele. Fizemos uma plantação de algodão, mas antes da primeira colheita caiu uma chuva de granizo e acabou com tudo. Não sobrou nada. Tivemos que refazer tudo novamente. O pessoal da fazenda ajudou, e em 3 dias plantamos todo o algodão de novo. Minha sogra e meu sogro sempre me ajudaram muito.
Meu marido sempre foi meio desastrado. Ele contava que quando ele tinha 11 anos, foi capinar o mato, teve uma briga de moleques e ele saiu machucado. Furou uma veia da perna e começou a escorrer muito sangue. A mãe dele queimou um pano, colocou óleo e tampou o buraco. Depois de dois dias a perna ficou roxa, e ele foi internado na Santa Casa. Depois ficou com problema de estômago e veio para São Paulo para se tratar.
Quando saímos da fazenda, compramos uma casinha em São Carlos, mas a casa tinha um inquilino e ele não desocupava a casa. Meu marido teve que construir um quartinho para a gente morar. Era de tábua. Morávamos eu, meu marido, os dois filhos e meu irmão caçula. Não tinha nada, era só um quartinho. Aos poucos fomos arrumando a vida.
Em 1946, meu marido adoeceu e ficou afastado do trabalho. Tinha uma diarréia forte e não podia nem ficar em pé. Estava magro. Naquela época os médicos davam remédio para prender o intestino e ele piorava. Ficava com a barriga inchada. Os médicos não descobriam nada. Quando descobriram que era úlcera de duodeno ele veio fazer a cirurgia em São Paulo.
Em 1948, mudamos para São Paulo e arrumamos emprego numa casa de família. Meu marido ajudava no jardim e eu trabalhava de arrumadeira. Antes de vir para São Paulo, ficamos com muitas dívidas. Aos poucos fomos pagando. Não ficamos devendo dinheiro para ninguém. O dinheiro era pouco, mas conseguimos pagar tudo. Meu marido era muito bom, eu gostava muito dele. Aconteceram muitas coisas e depois ele começou a beber. A bebida perturba a cabeça das pessoas. Ele morreu muito cedo, com apenas 60 anos
A viuvez
Em 1977 meu marido faleceu e eu fiquei muito doente. Nem sei explicar o que era. Sentia muita fraqueza, só queria ficar deitada. Não tinha vontade de comer, comia pouquinho. O cheiro de comida me enjoava. Comia um figo, um pedacinho de frango pouca coisa. Fiquei assim durante 2 anos. Cheguei a pesar 39 quilos. Não fazia nada. Antes de ele falecer eu fazia tudo e ainda cuidava do meu neto para minha filha trabalhar. Tomava umas injeções diariamente, tomava 20 comprimidos por dia, buscopam, um monte de remédios. Fui até numa casa espírita para me tratar. Não conseguia dormir, não tinha vontade de comer, não tinha vontade de nada. Em 1978 eu estava tão ruim que minha filha achava que iria me perder. Mas dentro dela confiava que isso não iria ocorrer.
Os filhos e a paixão pelo neto
Tive 2 filhos, uma menina e depois um menino. Quando minha filha nasceu eu tinha 21 anos. Foi difícil criar os filhos. Meu marido não parava em emprego nenhum. Estava sempre mudando de emprego. Às vezes arrumava um lugar bom para trabalhar, mas não gostava e saía do emprego. Eu aceitava tudo. Nunca reclamei de nada. Depois minha filha casou e ficou morando aqui. Nunca nos separamos.
Minha filha e eu sempre nos demos bem. Meu genro também é um amor. Às vezes a gente briga e eu xingo ele, falo nome feio mas depois passa. Não sei se eu falava nome feio quando era criança, mas agora eu aprendi.
Quando meu neto nasceu, minha filha trabalhava fora e era eu quem cuidava dele. Hoje ele tem 39 anos e está casado. É a minha paixão.
Dona Esperança com o neto 1967
Quando ele era pequeno eu o carreguei muito no colo. Ajudei a criar ele. Minha filha e meu genro sempre me respeitaram. Nunca me desautorizavam em nada. Tudo que eu fazia estava bom.Hoje meu neto me conta tudo. E tem coisas que eu não conto para minha filha. Ele diz para a esposa dele: para a minha avó pode contar tudo; para a minha mãe não. Ele sempre telefona e pergunta por mim. Quando eu saio de carro com a minha filha e ela precisa fazer alguma coisa rápida, eu fico dentro do carro. Ele acha ruim, não quer que eu fique sozinha no carro. Acha perigoso. Eu o vejo toda semana. Não gosto mais de sair de casa, senão poderia passear mais com ele.
Uma vez aconteceu uma coisa estranha; tive um sonho, e fiquei muito assustada. Na vida real, meu neto tinha comprado um jipe e me levou para passear, quando eu me dei conta estava no mesmo lugar do meu sonho. Era um lugar com estrada de terra e alguns barrancos. E ele quis me mostrar como o jipe funcionava, mas eu quis ir embora, não gostei do lugar. Fiquei um pouco assustada. A única coisa que tinha no sonho e na vida real não aparecia: era um cachorrinho. Na volta para me agradar ele me comprou um monte de plantas.
A saúde
Em 1977 tive uma doença séria, precisei fazer uma cirurgia e perdi o tímpano. Com o ouvido direito eu escuto com ajuda de aparelho. Se tirar o aparelho não ouço nada. Desde que fiz a cirurgia eu uso o aparelho. A primeira cirurgia não deu certo, o ouvido continuava sangrando. Era uma ferida na parte externa do ouvido.Voltei do hospital e a ferida continuou sangrando. Tentei tratamento e não resolveu. Fiz uma segunda cirurgia e fiquei bem, mas perdi a audição.
Dona Esperança teve que remover o pavilhão auditivo externo com essa cirurgia e optou por não fazer a cirurgia plástica de reconstituição.
Em 1979, tive mais problemas de saúde. Sentia fortes dores abdominais e fui num médico. Ele achou que eu estava com problema grave e pediu um exame de colonoscopia. Minha filha achou que eu não conseguiria fazer o exame. Os preparos eram muito severos, eu estava muito fraca, eu não agüentaria. Eu não conseguia comer nada, imagine tomar um monte de água e laxantes. Resolvi que não faria o exame e fui procurar outros tratamentos.
No mesmo ano, em 1979, depois de passar por muito médicos, fui procurar um médico homeopata. Desde lá passei a me tratar só com homeopatia, me trato até hoje com o mesmo médico. Atualmente não tomo medicamento nenhum só controlo minha pressão, não sinto mais nada e durmo muito bem. Quando fui ao homeopata, a primeira coisa que ele fez foi tirar o buscopan que eu tomava há muito tempo.
As coisas boas da vida
Dona Esperança com as almofadas feitas por ela.
Ela diz que não enxerga bem, mas faz crochê sem óculos.
As coisas boas da vida é que eu tenho 2 filhos, 5 netos e 3 bisnetos que eu adoro. Gostos das minhas plantas. Têm muitas plantas no quintal e nos vasos. Eu gosto de cuidar das plantas e de fazer crochê.
Agora estou bem de saúde. Alimento-me pouco, mas é o suficiente. Como de tudo um pouquinho. Tomo café com leite, um pedacinho de pão, de queijo, um pouco de verduras e pouco ovo. Não posso comer alimentos duros, porque me faltam os dentes. Só tenho dentadura na parte de cima. Na refeição da noite, repito o mesmo da manhã. O meu peso está bom. Eu ainda ajudo minha filha nos afazeres da casa, cuido das plantas e me viro bem no quintal. Sinto-me muito bem. Minha filha me trata muito bem, não tenho dores nenhuma. Não posso esquecer do meu homeopata. Ele é um filho, é um pai, é um irmão e é meu médico. Sempre cuidou muito bem de mim e tenho muito que agradecer a ele.
Faço crochê sem óculos. Eu não sei como se faz. Acho que é costume. Faço crochê há muitos anos. Ganho a lã de uma vizinha. Ela traz a lã embaraçada, eu desembaraço e faço os novelos para ela. Ela me dá uma parte da lã e eu faço estes trabalhos que você está vendo.
A morte e a religião
Sou católica. Não vou à igreja, mas rezo muito. Já tentaram mudar minha religião, mas eu nunca mudei. Quando eu nasci minha mãe me batizou, fiz primeira comunhão, casei na igreja, não vou jogar meu rosário fora. Não vou mudar de religião. Para que? Já sou velha, vou mudar de religião e continuar pensando na minha?
Para mudar de religião tem que mudar a cabeça e a cabeça não muda. Na casa da gente é assim: você guarda os talheres num lugar, os pratos em outro e os copos em outro. Quando precisa, você volta a procurar no mesmo lugar. Vai procurar o copo onde estão os pratos. Na religião acontece igual.
Gosto da minha religião e não vou trocar. Acho que ela me ajuda. Nunca deixei de rezar para a minha mãe desde que ela morreu. Ela nunca me abandonou. Passei coisas difíceis e ela estava sempre perto. Até já enfrentei um revólver no peito e ela me protegeu. Ela não deixou o tiro sair. Não quero contar essa parte da história porque é triste.
Quando estou perturbada com alguma coisa eu rezo. Rezo muito para Deus ajudar meu neto. Ele não sai da minha cabeça. Ele é uma pessoa diferente. Eu gosto demais dele. Ele mudou em 2001. Sinto falta dele. Quando meu neto era pequeno e ficava doente eu ficava doente junto. Nem conseguia ajudar minha filha nos serviços de casa.
Eu não tenho medo de morrer, só tenho um sentimento de deixar minha filha. Algumas vezes estou na cama e fico pensando: se eu morrer, amanhã eu não levanto. Às vezes, o coração dispara e eu tento segurar ele no peito para ele não pular. Depois passa. Eu estou velha e sei que a morte está perto. Eu penso assim na cama: bom, se amanhã eu não levantar é porque eu morri. Mas eu não conto na hora para minha filha para não preocupar ela. No dia seguinte eu falo. Eu não gosto de amolar ela. Mas é raro acontecer isso. Eu durmo bem a noite toda.
A despedida
Eu gostei muito de contar a minha história, não sei se falhei em alguma coisa, se falei demais, mas essa é a história: Fiquei sem mãe muito pequena, cuidei de todos os meus irmãos e no fim da vida meus irmãos me abandonaram. Não quiseram mais conversar comigo. Fizeram uma coisa muito feia que me deixou muito triste. Meus pais tinham uma chácara em São Carlos que não tinha muito valor, mas eles venderam e me deixaram de fora, como se eu não existisse. Cuidei deles até depois de casada. Meu marido sempre ajudou. Nós fizemos tudo por eles. Meu irmão mais novo só me aceitou como irmã quando ele ficou doente e pediu guarida para a gente. Ficou aqui em casa e nós cuidamos dele até ele morrer.
Terminada a entrevista, Dona Esperança quis me mostrar a outra parte do quintal que fica na parte baixa da casa. Apesar dos seus quase 90 anos (será daqui a 2 meses), fiquei espantada com a agilidade com que dona Esperança subiu e desceu as escadarias para chegarmos até o quintal. Ainda tivemos uma conversa perto do limoeiro e fez questão de colher alguns limões para eu levar. Enfim, chegamos até a jabuticabeira carregada de frutos e flores. Não posso dizer que foi fácil alcançar algumas jabuticabas maduras, mas consegui me deliciar com um punhadinho delas.