O EnvelheSER caxt já está no ar. Trata-se de um podcast semanal que convida à reflexão sobre assuntos relacionados à “Revolução da Longevidade”.
A coisa mais moderna que existe é envelhecer. Isso foi o que Arnaldo Antunes, hoje com 62 anos disse em sua música “Envelhecer”, lançada há pelo menos 10 anos. Porém, as perguntas que surgem: será que todas as pessoas entendem essa afirmação? E qual a importância de modificarmos a forma como pensamos, sentimos e agimos em relação à idade e ao envelhecimento?
Todas essas indagações fazem parte do primeiro pilar, entre 4, estabelecidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) como fundamentais para garantirem o envelhecimento saudável nas Américas. Nele vemos que o idadismo, como preconceito contra a idade de uma pessoa pode ter impacto não só nas saúdes físicas e mentais, mas na participação social, autonomia e independência dos indivíduos.
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A longevidade é uma conquista, que deve ser celebrada e não combatida. Ao mesmo tempo, é dever de nossa sociedade garantir que esse progresso chegue também a populações minorizadas, que ainda não conquistaram a plena garantia de envelhecer com direitos e cidadania.
Nesse contexto, “idade” combina com solidariedade, felicidade, profundidade e também com singularidade. É na descoberta e reconhecimento do “SER” de cada um, que enalteceremos a potência de todas as pessoas idosas. É através do respeito às biografias das pessoas idosas que uma harmonia entre gerações poderá envolver todes nessa celebração.
Por isso, unindo esses desejos à noção da potência de narrativas, histórias e relatos para a busca incansável da Harmonia Geracional que surgiu a ideia de iniciar um podcast, o EnvelheSER caxt. Trata-se de um podcast semanal apresentado por mim e disponível no Youtube, Spotify e Deezer, que convida à reflexão sobre assuntos relacionados à “Revolução da Longevidade”, não apenas em sua dimensão pessoal, mas também em questões de saúde coletiva, de educação, cultura, trabalho, sexualidade e diversidade.
“Ser ou não ser, eis a questão” é uma das mais famosas citações de Shakespeare, dita por seu personagem Hamlet. E mesmo que seja antiga, essa indagação nunca saiu de nossas cabeças: existir ou não, viver ou morrer, se posicionar ou não. Enfim, dilemas presentes em nossas vidas que podem trazer angústias, mas também significações.
Por fim, falar em novidades no campo da longevidade envolve muitas transformações e quebra de tabus enaltecidos por uma sociedade gerontofóbica, Dessa forma, talvez a música de Arnaldo Antunes possa incluir na modernidade em envelhecer a liberdade para sentir e ser, e para isso, um caminho possível é aproveitado com uma frase da poeta Upile Chisala:
“As palavras são uma arma poderosa,
De transformação,
De mudança.
Então transforme
a si mesma
e o mundo à sua volta”
(CHISALA, 2020, p. 1)
Podcast EnvelheSER caxt:
Referências
CHISALA, Upile. Eu destilo melanina e mel. São Paulo: Leya, 2020.
GOLDENBERG, Mirian. A Bela velhice. Rio de Janeiro: Record, 2014.
Kalache, Alexandre. Respondendo à revolução da longevidade. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2014, v. 19, n. 08 [Acessado 10 Janeiro 2023], pp. 3306.
Foto destaque de Shvets production/pexels.