Doença de Alzheimer: características e orientações em Odontologia

O Brasil, atualmente, é considerado um país que está sofrendo essa mudança epidemiológica rumo à senilidade. De acordo com dados mais recentes, estima-se a presença de 1,2 milhões de idosos com algum quadro demencial.

Alexandre Franco Miranda Maria da Penha Araújo Franco Miranda Érica Negrini Lia Soraya Coelho Leal *

As síndromes demenciais geram grande impacto e consequências negativas aos pacientes, seus familiares, cuidadores e, por extensão à sociedade.

A doença de Alzheimer é o quadro demencial que tem uma maior incidência na população idosa. E caracteriza-se pela perda progressiva e persistente de múltiplas áreas das funções intelectuais.

Promove uma gradual deteriorização da memória, aprendizado, orientação, estabilidade emocional e capacidade de comunicação.

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Geralmente esses pacientes apresentam pensamentos abstratos (paranóias e alucinações), incapacitação física, deficiência nos cuidados pessoais, como tomar banho e realizar uma correta higienização bucal, interferindo diretamente na vida social e diária do indivíduo. Esta patologia tem uma progressão de duplicar o número absoluto a cada 05 anos e atinge cerca de 40% das pessoas acima de 85 anos. A incidência é superior em negros e hispânicos e acomete em maior número as mulheres.

Apresenta etiologia desconhecida, podendo estar associada a fatores como idade avançada, gênero, grau de escolaridade, ocupação profissional, história familiar, doença cérebro vascular, infarto do miocárdio, defeitos imunológicos, alterações metabólicas, fatores genéticos (cromossomos 1, 14, 19 e (21) síndrome de Down), traumas cerebrais, decorrentes de quedas, tumores, infecções, qualidade de vida (nutrição, drogas, tabagismo, hipertensão, etilismo, elevadas taxas de colesterol no sangue).

O tratamento da doença está baseado na estratégia terapêutica em três pilares, pois não há a cura: melhorar a cognição, retardar a evolução e tratar os sintomas e as alterações de comportamento.

A ação medicamentosa visa a estabilização do quadro em si e diminuição de alguns sintomas decorrentes da evolução da doença.

A saúde bucal desses pacientes, geralmente, está relacionada a problemas periodontais (gengivite e periodontite) devido à deficiência no controle da placa bacteriana, doença cárie, uso de próteses mal adaptadas e desgastadas, lesões de mucosa decorrentes da iatrogenia profissional diante de trabalhos protéticos, e a falta de ações preventivas para promoção e adequação do meio bucal. O uso constante de medicações acaba interferindo diretamente na saúde bucal, pois promove a diminuição do fluxo salivar, aumentando o risco de doença cárie e lesões de mucosa.

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