Como melhorar a mobilidade urbana para um envelhecimento ativo?

Como garantir boa mobilidade urbana, uma das oito dimensões da vida para garantir um envelhecimento ativo de acordo com a OMS?


O aumento da população idosa em função da longevidade crescente tem demonstrado a necessidade de espaços públicos adequados para garantir conectividade social e um envelhecimento mais ativo para os cidadãos. Calçadas, travessias, praças e outras áreas de uso público recebem pessoas de todas as idades, possibilitando uma convivência positiva, intergeracional e diversa. Problemas como iluminação deficitária, sinalização inadequada ou inexistente, arborização precária e outros empecilhos que desestimulam o uso da cidade são ainda mais graves quando o usuário é pessoa idosa, apesar de mais tempo livre.

A possibilidade de apresentar alguma restrição funcional, seja na mobilidade ou nos sentidos, determina que a condição do espaço urbano seja amigável, oferecendo condições de segurança para evitar acidentes e desconfortos.

Em reportagem publicada pela Folha de Londrina, destaca-se a necessidade de garantir boa mobilidade urbana, uma das oito dimensões da vida para garantir um envelhecimento ativo de acordo com o Guia Global Cidade Amiga do Idoso, definido pela OMS. Com base nos quatro pilares do envelhecimento ativo – saúde, segurança, participação e aprendizagem ao longo da vida, viver ativamente compreende apropriar-se da cidade para conexões sociais, garantindo boas condições de saúde física e mental.

A matéria aborda soluções propostas principalmente em cidades do Paraná, mas cita também outros exemplos da região Sul, especialmente destacando a possibilidade de circular e residir em áreas centrais em Florianópolis, além de condições para envelhecer no lugar – Ageing in Place – em Porto Alegre. 

Calçadas devem ser largas o suficiente para ir e vir sem obstáculos, além de contarem com fachadas ativas que favorecem trajetos animados e convidativos. Além disso, o sombreamento por vegetação apropriada permite espaços de estar para os diferentes ritmos de caminhada, o que justifica a existência de mobiliário urbano para pontos de parada para descanso ou convivência. Orientação por placas informativas e sinalização adequada, além de travessias seguras, são fundamentais para a caminhabilidade.

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Outro fator importante diz respeito à captação de águas pluviais, pois quando há volumes de chuva que sobrecarregam as canaletas nos meios-fios, canteiros com vegetação na terra facilitam a percolação, além do uso de pisos com blocos intertravados assentados em areia. 

O sistema de transporte público igualmente precisa ser acessível, desde a chegada nos terminais e pontos de parada até o embarque e a viagem propriamente dita, considerando assentos, respeito no interior dos veículos e segurança ao longo dos trajetos. O envelhecimento ativo depende de iniciativas em políticas públicas, possibilitando boa mobilidade urbana para todos durante o envelhecimento.

Foto destaque de Kampus Production/pexels.


https://longeviver.com/conecta/edital-itau-pesquisa-2022.php?

Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

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Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

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