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Como a casa própria pode garantir uma velhice segura?

A maioria das pessoas gostaria de envelhecer na casa em que vivem atualmente.


É natural que as pessoas busquem organizar seus espaços de vida de acordo com as próprias necessidades, mas nem todos percebem que ao longo do envelhecimento novas necessidades surjam e outras deixem de existir. Desse modo, trocar móveis e equipamentos é um modo de adequar-se a cada fase, mas nem sempre a casa oferece essa possibilidade.

Pequenas reformas podem ajustar os espaços, mas há elementos que não têm solução. Na verdade, a aquisição da casa própria acontece geralmente na vida adulta e em plena atividade laboral, com família numerosa e atendendo ao conforto de todos. A repórter Jessica Hall discorre sobre esse tema:

A maioria das pessoas gostaria de envelhecer na casa em que vivem atualmente. Preferem não reduzir o tamanho ou mudar-se para uma comunidade com 55 anos ou mais ou para uma vida assistida. Aqui está o problema: quer fiquem ou partam, a casa ideal para envelhecer no local pode nem existir.

Embora envelhecer no local não signifique somente continuar no mesmo imóvel, porque aging in place envolve o suporte comunitário entre vizinhos e oferta de serviços públicos, é no espaço onde o morador permanece mais tempo que, muitas vezes, acidentes podem trazer consequências indesejadas.

Envelhecer no local é uma meta para a grande maioria dos idosos, mas fazê-lo com sucesso pode ser caro e complicado. (…) As casas onde as pessoas criam as suas famílias podem ser demasiado grandes e caras para as suas necessidades na reforma e também podem não ter as modificações que as pessoas poderão necessitar à medida que envelhecem. Renovações para tornar uma casa amiga dos idosos podem ajudar, mas há um limite para o que pode ser feito.

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Eliminar degraus nem sempre é possível e, portanto, há dispositivos que podem minimizar os riscos. As barras de apoio podem representar um prejuízo na estética da moradia, mas há meios de torná-las parte do conjunto por haver novos produtos no mercado. Também alturas de móveis e o alcance de dispositivos altos têm solução, basta consultar profissionais arquitetos que possam oferecer uma orientação efetiva.

Cada um tem que tomar a sua própria decisão sobre se é sensato ficar em sua casa e remodelá-la para atender às suas novas necessidades ou simplesmente mudar-se. Mas se alguém decidir se mudar, ainda resta a questão de para onde ir. Mesmo em comunidades que atendem idosos, as casas muitas vezes carecem de recursos acessíveis.

Já existem encaminhamentos para oferecer outras soluções e uma delas é a hipoteca reversa, quando o proprietário passa a receber como se ele mesmo fosse um inquilino. A renda garantida pode facilitar a manutenção e os reparos necessários, tão importantes para garantir uma velhice segura, adequando a moradia para novos desejos e necessidades.

Foto: Giovana Spiller/pexels.


Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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