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Ah, se antes eu tivesse a experiência que tenho hoje…

Quanto uma pessoa com experiência poderia produzir se tivesse a habilidade que os jovens têm hoje?


Já é um lugar comum: “Ah, se antes eu tivesse a experiência que tenho hoje…”. Ao longo da vida vamos construindo conhecimento, proporcional ao investimento em curiosidade, dedicação e disciplina para construir saberes. Mais do que isso, desenvolvendo a capacidade de ouvir e delegar, o que torna os resultados coletivos mais significativos e valiosos. Na entrevista concedida por Lala Deheinzelin à Silvia Triboni, é ressaltada a importância da colaboração entre jovens nativos digitais e idosos experientes, prevendo resultados significativos e consistentes para o futuro.

Fazer junto. Criar novas instituições, ferramentas, plataformas pra isso. A boa notícia é que a gente nunca teve tanta condição para chegar realmente em um estágio de evolução de bem comum, e chegar em um estágio de evolução e de bem comum como agora. Podemos perceber o que está acontecendo globalmente graças à tecnologia. Antes não era assim. Hoje dá para criar maneiras de se organizar para além do Estado. 

O papel da sociedade torna-se mais necessário como coadjuvante do Estado, pois a tecnologia torna as relações mais ágeis e assertivas, seja pela facilidade de comunicação ou pelas interações organizadas para resultados mais consistentes. Sendo assim, aproximar expertises em quaisquer idades já traz maior possibilidade de soluções criativas para as demandas latentes e urgentes, enfrentadas pelo ativismo de grupos compostos por sujeitos proativos que se aproximam por objetivos comuns.

https://edicoes.portaldoenvelhecimento.com.br/novo/cursos/cuidador-ilpi/

Todo projeto deveria ter jovens, os nativos digitais sem muitos dos vícios e das dores que a gente teve, mas precisa de gente que já teve experiência como a nossa.

Não se diferenciam aqui os produtos e processos advindos da iniciativa privada, dos serviços públicos ou do terceiro setor, mas somente compreendendo as redes de colaboração é possível perceber a importância do papel de cada organização nesse sistema complexo chamado sociedade. E nesse intrincado conjunto há lugar para jovens aplicados e dispostos a aprender, assim como para pessoas experientes mais velhas, igualmente dispostas a continuar aprendendo. É assim que a colaboração se estabelece, quando todos deixam suas vaidades de lado e se unem para alcançar sucesso em seus projetos.

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Estamos envelhecendo de uma forma que nunca aconteceu. Somos a primeira geração que não é velha com 50 ou 60 anos. Temos um patrimônio imenso de conhecimento, de experiências, de relações, de tempo e eventualmente algum patrimônio monetário que pode ser investido de forma extraordinária.

Uma pessoa idosa experiente pode produzir muito se estiver disposta a trabalhar com jovens habilidosos, buscando soluções que atendam demandas da sociedade. O crescimento de organizações do terceiro setor demonstra que boas ideias prescindem de bons colaboradores, pois o que importa é a capacidade de seguir sempre em frente na busca do bem comum.

Foto destaque de Karolina Grabowska/Pexels.


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Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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