Adultos também devem manter vacinação em dia

A vacinação na infância já faz parte do cotidiano das famílias brasileiras. Com as campanhas realizadas ao longo dos anos e os resultados obtidos na diminuição e erradicação de doenças, todo mundo sabe o quanto é importante manter as vacinas dos filhos em dia, controlando as épocas e as doses por meio da carteira de vacinação. O mesmo cuidado, no entanto, é deixado de lado quando se é adolescente, adulto ou idoso, o que pode trazer uma série de problemas.


“Os serviços de saúde centram foco na imunização durante a infância porque doenças como paralisia infantil e sarampo podem levar a seqüelas permanentes ou até à morte, por isso a vigilância é constante para que elas não voltem. Mas assim como existe um calendário de vacinação para crianças, há um calendário específico para as demais fases da vida, que deve ser seguido com o mesmo rigor que na infância”, alerta a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Vanessa Soldatelli.

O problema é que a maioria das pessoas sequer sabe quando foi a última vez que se vacinou ou qual vacina tomou na última campanha nacional, que é quando geralmente os mais velhos costumam se imunizar. Como conseqüência, pode-se ter o excesso ou a falta das doses de vacina necessárias durante a vida.

“Com isso, muita gente acha que não precisa se vacinar ou que pode fazê-lo o tempo todo. Além do desperdício de doses, é preciso ter consciência de que você está recebendo o vírus atenuado na vacina. Se a pessoa estiver com o sistema imunológico debilitado, pode desenvolver a doença da qual estava tentando se prevenir”, ressalta o coordenadora.

Ela citou como exemplo o surto de febre amarela ocorrido recentemente no País. Muitas pessoas, que já haviam tomado a vacina, fizeram uma nova imunização antes do prazo indicado devido ao pânico provocado pelo surto. Eles achavam que assim reforçariam a proteção, quando na verdade acabaram desenvolvendo a doença. No caso, por exemplo, da vacina antitetânica, mesmo que a pessoa tenha tomado as três doses recomendadas na infância, é necessário fazer um reforço a cada dez anos para manter a memória imunológica no organismo.

Com relação a mulheres grávidas ou em período fértil, elas devem ser imunizadas caso a última dose tenha sido tomada há mais de cinco anos. A medida é para evitar o chamado tétano neonatal.

Já a vacina contra febre amarela deve ser tomada por quem vive nas áreas endêmicas ou para quem vai viajar para estes estados. Neste último caso, a vacina deve ser tomada dez dias antes do embarque para esses locais. O reforço também deve ser feito a cada dez anos. A partir de 60 anos, idosos devem tomar, anualmente, a vacina contra gripe.

Controle para toda vida

Por conta disso, a coordenadora de imunização da SMS recomenda que, independentemente da idade, as pessoas possuam e mantenham em dia a carteira de vacinação. “Não é coisa só de criança. A carteira deve ser tão importante quanto a identidade e outros documentos, porque ali está a história imunológica da pessoa. Há dois anos, mudamos o tamanho do modelo para que as pessoas pudessem carregá-la na carteira”, reforça.

A coordenadora de imunização recomenda, ainda, que a pessoa procure os serviços de atenção básica para colocar a vacinação em dia.

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Caso possua a antiga carteira de vacinação, ela deve ser levada para averiguar se faltou alguma dose ou está no período de reforço.

CALENDÁRIO

Adolescentes

Dupla tipo adulto (contra difteria e tétano) – Uma dose a cada dez anos

Hepatite B – A primeira dose pode ser tomada a partir dos 11 anos. Um mês depois deve ser tomada a segunda dose. Já a terceira, seis meses após a primeira dose

Febre amarela – Uma dose a cada dez anos para quem vive nas áreas endêmicas. Quem for viajar para esses locais deve receber a dose dez dias antes do embarque

Adultos e idosos

Dupla tipo adulto (contra difteria e tétano) – Mesma dosagem para adolescentes, uma dose a cada dez anos

Febre amarela – Mesma dosagem para adolescentes
Influenza e Pneumococo – A partir dos 60 anos, vacinação deve ser feita uma vez por ano ____________ Fonte: Diário do Nordeste. Publicado em 08/03/2009. Acesso em 17/03/2009. Disponível Aqui

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