As complexidades da ação governamental, no aspecto orçamentário, são necessárias no planejamento, execução e controle do orçamento público.
No dia 19/08/2023, o Portal do Envelhecimento divulgou uma matéria intitulada “Seis em cada dez brasileiros não praticam atividade física no tempo livre”. A matéria indica um dado que entendo ser bastante preocupante: “Menos de 4% da população acima de 65 anos pratica alguma atividade física de fortalecimento muscular, revela pesquisa”.
A matéria destaca também que “Seis entre dez brasileiros adultos não seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 150 minutos semanais de prática de atividades físicas no tempo livre. Entre os idosos, a partir de 65 anos, essa taxa aumenta para sete em cada dez.”
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Esta matéria do Portal me fez refletir sobre a indispensável necessidade de ampliar um debate junto às esferas governamentais sobre o processo de tomada de decisão orçamentária, na alocação de recursos públicos, em programas, projetos e serviços públicos para pessoas idosas na função do Estado de desporto e lazer.
Trata-se de uma função de Estado que gera um grande interesse político-partidário e ideológico inclusive. Tanto que o Ministério do Esporte está na mira de diversos segmentos políticos, em uma reforma ministerial que deverá ocorrer durante 2023 (uma possível proposta seria a da união entre as áreas do Esporte e das Pequenas e Médias Empresas).
Então, temos dinheiro público, estrutura institucional e interesse político sobre o esporte no país. Mesmo assim, temos muitas pessoas idosas sem acesso às estruturas para a prática do desporto. Ou, quem sabe, pessoas sem interesse no tema ou pessoas interessadas no tema que desconheçam as estruturas públicas disponíveis pelo país.
Os dados apontados pela matéria me deixam a dúvida sobre o processo comunicativo e decisório de onde, quando, como e quanto do dinheiro público está indo para atender pessoas idosas que querem realizar atividades desportivas (ou de lazer) em busca de maior qualidade de vida.
Surge a dúvida em mim sobre o quanto as representações governamentais federais, estaduais e municipais agem de forma acessível, estimulando a prática desportiva por parte de pessoas idosas.
A percepção dos resultados da prática de atividades físicas, quando supervisionadas e realizadas corretamente, como fator impactante na melhoria de qualidade de vida, é cientificamente comprovada.
Ou seja, no curto, médio e longo prazo, trará como consequência outros impactos orçamentários, como na saúde e na assistência social, por exemplo. Mais pessoas idosas com melhores condições de vida, impactarão por exemplo nos gastos públicos na Sistema Único de Saúde e no Sistema Único da Assistência Social, como nos serviços de fortalecimento de vínculos, na assistência básica ou especial.
Estas complexidades da ação governamental, no aspecto orçamentário, são necessárias no planejamento, execução e controle do orçamento programa. É lei, desde 1964.
Enfim, há uma relação da prática desportiva e de lazer por pessoas idosas e os impactos no orçamento público. E nós, cidadãos, temos direito de que os órgãos governamentais analisem tais dados e proponham soluções. Pessoas idosas precisam ser bem tratadas, respeitadas, reconhecidas. Inclusive no acesso à prática desportiva.
Foto destaque de Kayyy B/pexels