A incidência de AVC no mundo aumentou nas últimas três décadas

A incidência de AVC no mundo aumentou nas últimas três décadas

Professor comenta estudo publicado sobre o AVC ser a terceira principal causa de morte em todo o mundo.


Nas últimas semanas, a revista Lancet Neurology publicou um estudo que rastreia o impacto e a epidemiologia do Acidente Vascular Cerebral (AVC) nos níveis global, nacional e regional e seus fatores de risco entre 1990 e 2021.

O AVC é uma condição neurológica que ocorre quando os vasos sanguíneos que irriguem o cérebro se rompem ou entopem, interrompendo ou reduzindo o suprimento de sangue e oxigênio para o cérebro. E é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações no mundo. A rapidez no diagnóstico e tratamento é fundamental para reduzir o risco de morte ou sequelas. 

Existem dois tipos de AVC, o Isquêmico, que ocorre quando há um entupimento dos vasos cerebrais, o que pode ser causado por uma trombose ou embolia. Este tipo de AVC é responsável por 80% dos casos; e o Hemorrágico, que ocorre quando há um rompimento dos vasos sanguíneos, que pode acontecer no interior do cérebro ou entre o cérebro e a aracnóide.

De acordo com o neurologista e professor da USP de Ribeirão Preto, Chefe do Serviço de Neurologia Vascular e Emergências Neurológicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Octávio Pontes Neto, “o estudo mostrou que, em 2021, o acidente vascular cerebral foi a terceira principal causa de morte em todo o mundo, com mais de 7,3 milhões de óbitos, só sendo superado pelas doenças cardíacas e pela covid-19”.

O mesmo estudo aponta que houve um aumento significativo na prevalência e incidência de AVC no período compreendido entre os anos 1990 e 2021. Além disso, o aumento de casos e de óbitos tem se dado principalmente em regiões da Ásia e em países da América Latina.

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O estudo ainda revelou uma maior contribuição de fatores de risco como obesidade, hipertensão, dieta inadequada, “ressaltando a necessidade urgente de intervenções efetivas em saúde pública para reduzir o impacto do AVC em nossa sociedade”, destacou o professor, que é também coordenador da Rede Nacional de Pesquisa em AVC.

Segundo Pontes Neto, os achados sugerem que a implementação de estratégias de prevenção e tratamento do AVC deve ser adaptada às realidades locais. Em regiões com alta carga de fatores de risco, como hipertensão e sedentarismo, é essencial desenvolver programas de educação em saúde que abordem esses sistemas de forma mais integrada.

Para o professor, “além disso, a alocação de recursos deve priorizar a vigilância e o tratamento precoce do AVC, para assegurar que os serviços de reabilitação sejam acessíveis e adequados às necessidades da população. A pesquisa ainda destacou a importância de políticas que reduzam a poluição ambiental, já que fatores de risco como a qualidade do ar têm um impacto significativo na saúde cardiovascular.”

Fonte: Coluna O minuto do CérebroRádio USP

Foto de Shvets production/pexels.

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