15 de junho – Dia de Enfrentamento e Combate à Violência contra a Pessoa Idosa

15 de junho – Dia de Enfrentamento e Combate à Violência contra a Pessoa Idosa

Em 2017 a violência contra pessoas idosas gerou 33.133 denúncias e 68.870 violações. Nas denúncias de violações, 76,84% envolvem negligência, 56,47% violência psicológica, e 42,82%, abuso financeiro e econômico. A maior parte dos casos, 76,3%, ocorre na casa da própria pessoa idosa que é vítima da violência.

Regislaine Leoncio Pereira (*)

 

A Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o International Network for the Prevention of Elder Abuse (INPEA) elegeu o dia 15 de junho para deflagrar ações de Conscientização para o Enfrentamento e Combate à Violência contra a pessoa idosa em todo o mundo.

A data estabelecida em 2006 tem como objetivo sensibilizar a sociedade para o enfrentamento às diversas manifestações de violências praticadas contra a pessoa idosa, bem como equipá-la para identificar situações que sujeita o idoso a um tratamento desumano, desrespeitoso e degradante.

O Brasil é um país com crescimento acelerado de idosos, o censo demográfico acena para o aumento deste segmento etário com perspectivas de que em 2030, isto é, daqui a 13 anos, o percentual de idosos no Brasil alcance 20% da população, mas como viverão estes idosos?

Acredita-se que a violência contra o idoso é um dos grandes desafios a ser superado para a conquista de um envelhecimento digno e saudável, ainda que subnotificada, o disque 100 aponta para um aumento considerável de denúncias de violências contra idosos em diversos municípios do Brasil.

Disque 100

O disque 100 é um serviço de utilidade pública do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), vinculado a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, destinado a receber demandas relativas a violações de Direitos Humanos, em especial as que atingem populações com vulnerabilidade acrescida, como: Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas, Pessoas com Deficiência, LGBT, Pessoas em Situação de Rua e Outros, como quilombolas, ciganos, índios, pessoas em privação de liberdade (fonte MDH-2018).

Em 2017 a violência contra pessoas idosas gerou 33.133 denúncias e 68.870 violações. Nas denúncias de violações, 76,84% envolvem negligência, 56,47% violência psicológica, e 42,82%, abuso financeiro e econômico. A maior parte dos casos, 76,3%, ocorre na casa da própria pessoa idosa que é vítima da violência.

A violência contra a pessoa idosa ocorre na presença de conduta que lhe resulte em agravos tais como: lesões físicas, danos psicológicos, perda de patrimônio, prejuízos da autonomia, isolamento social, danos à saúde; sendo tais avarias não raras, às vezes irreversíveis à vida.

Estudos de diferentes culturas e comparativos entre países têm demonstrado que indivíduos de todos os status socioeconômicos, etnias e religiões são vulneráveis aos maus-tratos, que ocorrem de várias formas.

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De acordo com o Estatuto do Idoso (2003): “Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão”.

A violência contra a pessoa idosa é uma violação aos direitos humanos. Estudos revelam que a violência contra os idosos representa a segunda causa de internações de idosos no SUS e suas causas resultam em 3,5% dos óbitos de idosos no Brasil, ocupando o sexto lugar na mortalidade.

As violências podem ser classificadas por maus tratos de ordem física, psicológica, sexuais, abandono, negligências, abusos econômico-financeiros, omissão, cárcere privado, violação de direitos e autonegligência.

Surpreendentemente, os maiores índices de violência e maus tratos contra os idosos são praticados por familiares de seu convívio e dentro de suas casas, neste caso, é comum a subnotificação por parte dos familiares e até mesmo do idoso que teme as consequências da denúncia contra o agressor familiar e conflitos que possam constranger sua convivência com familiares.

Neste sentido, ações educativas e preventivas voltadas para o combate à violência contra a pessoa idosa são urgentes e necessários para a garantia de um envelhecer com dignidade e justiça.

 

(*) Regislaine Leoncio Pereira – Assistente Social no Centro de Referência à Saúde do Idoso em Guarulhos (CERESI). É Especialista em Saúde e Mestre em Gerontologia Social PUC –São Paulo. E-mail: [email protected]

Foto de destaque: Idosos do Centro de Referência à Saúde do Idoso em Guarulhos, SP.

 

 

 

 

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