Também chamada de Degeneração Macular Relacionada à Idade, esta doença normalmente surge após os 55 anos, atingindo sobretudo a visão central. Existem dois tipos: Degeneração Macular Seca e Degeneração Macular Úmida.
Por Alexandre Rosa (*)
A degeneração macular prejudica tanto a visão de perto quanto a de longe, pois afeta a região central da visão. Assim como em outras doenças dos olhos, os sintomas podem ser imperceptíveis nas fases iniciais da doença. Neste texto explico o que é degeneração macular, seus sintomas, diagnóstico e tratamentos.
O que é degeneração macular?
A mácula é uma pequena região da retina, que é responsável pela visão de detalhes, e essencial para a leitura, reconhecimento de rostos, percepção de cores, etc.
Quando existe uma alteração na mácula, a visão fica borrada ou distorcida, além de apresentar uma mancha escura no centro visão.
Também chamada de DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), essa doença normalmente surge após os 55 anos, atingindo sobretudo a visão central. Existem dois tipos mais comuns:
Degeneração Macular Seca (Atrófica)
Mais comum, ocorre em aproximadamente 90% dos casos. É provocada pelo envelhecimento natural dos tecidos presentes na mácula. A perda da visão central acontece progressivamente.
Degeneração Macular Úmida (Exsudativa)
Menos comum, atinge por volta de 10% dos casos, contudo é a mais agressiva. Ocorre quando vasos sanguíneos anormais presentes no fundo dos olhos derramam fluidos ou sangue, deixando a visão central turva. Nesse caso, ocorre rápida perda de visão se não iniciado tratamento adequado.
Quais são os sintomas?
Incialmente, os sintomas da DMRI são discretos e imperceptíveis. Em alguns casos, pode acontecer de apenas um dos olhos ser afetado e o outro permanecer intacto por muitos anos. Os sintomas mais comuns são:
- Percepção de manchas escuras no centro da visão;
- Percepção de distorção de linhas retas que aparecem onduladas ou retorcidas;
- Percepção de cores mais opacas;
- Necessidade de luz mais forte para a leitura e identificação de objetos.
Como é feito o diagnóstico?
O retinólogo desempenha um importante papel na identificação da doença. O diagnóstico pode ser feito durante uma consulta de rotina, através do mapeamento de retina, contudo, pode ser necessário realizar exames complementares como: Angiografia fluorescente ou Angiofluoresceinografia
Neste exame, utiliza-se tipo um corante específico (fluoresceína), que pode ser feito via endovenosa ou via oral. O contraste vai circular por todos os vasos da retina e coróide (camada vascular atrás da retina), sendo possível obter imagens digitais do fluxo vascular.
Essas imagens mostram se há algum tipo de anomalia nos vasos sanguíneos sob a retina, por exemplo, se há vazamentos do contraste ou perda de tecido retiniano secundário a degeneração.
O OCT- Tomografia de Coerência Óptica (OCT)– é um exame não invasivo, que possui o mesmo princípio do ultrassom, porém, em vez de vez de utilizar o som, utiliza a luz (laser) para captar imagens transversais da retina como um corte de histologia. Dessa forma, todas as camadas da retina e coróide podem ser avaliadas. O processo identifica se há algum tipo de espessamento, inchaço, inflamações ou afinamentos da retina.
OCT angiography (OCT-A) – A angiotomografia de retina é um exame moderno que permite a avaliação do fluxo dos vasos sanguíneos da retina, mácula e nervo óptico. É uma tecnologia inovadora de imagem não invasiva, e, diferentemente da angiofluoresceinografia, não há necessidade do uso de contraste.
Tela de Amsler – Consiste em uma imagem com linhas paralelas e pretas, com um círculo central, é um teste simples, que pode ser feito pelo paciente em casa, e serve para o acompanhamento da evolução da degeneração macular relacionada à idade. Caso o paciente perceba alguma distorção nas linhas deve entrar em contato com seu médico. Contudo, esse teste não substitui consultas frequentes e exames específicos.
Qual o tratamento indicado para cada caso?
O tratamento pode ser feito com o uso de complexos vitamínicos, medicamentos ou até mesmo tratamento a laser, mas depende do tipo de degeneração macular que o paciente apresenta. Veja como tratar:
Tratamento para a Degeneração Macular Seca
Ainda não há um tratamento efetivo, mas o uso de suplementos nutricionais com minerais e vitaminas antioxidantes ajudam a retardar ou impedir a progressão da doença. Frutas e vegetais com propriedades antioxidantes são recomendáveis e essenciais para a saúde dos olhos.
Tratamento para a Degeneração Macular Úmida
O tratamento é à base de medicamentos antiangiogênicos, que são aplicados via intra-ocular. O ranibizumabe (lucentis) e o aflibercepte (eylia) são os principais medicamentos recomendados para esse tipo de tratamento. Podem reduzir a a perda visual em 50%, no entanto, tratamento é individualizado. Apenas o retinólogo é capaz de definir qual a melhor droga para cada caso.
Tratamento com auxílios ópticos
Feito por um oftalmologista com treinamento em visão subnormal, há a prescrição de dispositivos ópticos específicos que vão minimizar o problema, ajudando as pessoas a lidarem com a deficiência da visão central.
O mais importante no tratamento da degeneração macular é o acompanhamento regular e rigoroso com seu médico retinólogo, pois apenas assim será possível detectar as lesões de forma precoce e iniciar o tratamento o mais breve possível.
Serviço
Para conhecer um pouco mais sobre aDegeneração Macular Relacionada à Idade, baixe o e-book sobre o assunto.
(*) Alexandre Rosa – Doutor em Oftalmologia (FMUSP). Edita o Blog retinapro.com.br/blog (www.retinapro.com.br), que trata sobre doenças oculares com ênfase em doenças da retina, sendo que uma das doenças prevalentes da retina é a degeneração macular relacionada a idade. E-mail: [email protected]