A maioria dos casos de morte que continuam acontecendo envolve pacientes idosos e com comorbidades (ou não vacinados). A vacinação está salvando vidas.
Por Herton Escobar (*)
CONFIRA TAMBÉM:
“Sou velho, não idiota!”
- 20/02/2022
“Não existe nenhuma dúvida de que a vacinação teve um impacto muito grande em diminuir o número de casos graves que a gente observou nesses últimos meses”, destaca o médico Benedito Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e membro da Comissão Assessora de Saúde da Universidade, que foi o convidado desta semana do Boletim USP-Covid.
A queda no número de internações e mortes por covid-19 — em comparação com fases anteriores da pandemia —, mesmo diante do aumento explosivo na transmissão do vírus proporcionado pela variante ômicron, é prova disso, segundo ele. Isso porque as vacinas não impedem que as pessoas sejam infectadas, mas reduzem significativamente o risco de elas desenvolverem sintomas graves, que podem levar à morte.
A maioria dos casos de morte que continuam acontecendo, segundo ele, envolve pacientes idosos e com comorbidades (ou não vacinados), que precisam ser internados em função do agravamento de outros problemas crônicos de saúde, como doenças cardiovasculares ou pulmonares. “A infecção acaba desestabilizando essas doenças e algumas vezes esses pacientes vão a óbito ou necessitam ser internados, mais por causa do descontrole da doença de base do que pela própria infecção pela covid-19”, explica o médico.
Fonseca faz um apelo às pessoas que ainda não se vacinaram ou que não tomaram todas as doses indicadas para completar sua imunização: “Vacinem-se, porque somente dessa maneira é que vamos controlar essa pandemia”.
A imunização das crianças também é essencial para proteger não só as próprias crianças, mas também os adultos e as pessoas idosas que têm contato com elas. “É extremamente importante que a gente incentive a vacinação de crianças”, observa Fonseca — reforçando que a vacina aprovada para uso infantil no Brasil (da Pfizer) é comprovadamente segura e eficaz contra a doença. “O que tem se mostrado é que as crianças têm respondido muito bem (à vacina), com uma resposta imunológica muito potente contra o vírus que causa a covid-19.”
Nesse contexto, o uso das máscaras também continua sendo essencial para interromper a circulação do vírus na população e impedir que ele chegue às pessoas mais vulneráveis. “Não sei quanto tempo ainda vamos continuar com o uso de máscaras, mas é extremamente importante”, especialmente em situações que favorecem a transmissão do vírus, como em aglomerações e ambientes fechados, conclui o médico.
(*) HertonEscobar escreve para o Jornal da USP. Fonte: Boletim USP-Covid, que vai ao ar toda segunda-feira, às 18 horas, no Canal USP do YouTube.
Foto destaque de Kampus Production/Pexels