Ser sensível às questões de gênero na velhice não aborda as relações de poder baseadas no gênero que existiram no passado, de modo que os processos de conscientização devem ser complementados com abordagens de gênero nas diferentes fases da vida.
Apresentamos um documento que HelpAge Internacional desenvolveu em colaboração com a Universidade de Warwick, assinado por Ann Stewart e Jennifer Lander. Para sua realização foram consultados uma vasta gama de atores-chave em gênero e envelhecimento. Para isso foram organizadas diversas oficinas regionais na Jordânia, Londres e Nairobi e se contou com a experiência de diferentes pessoas da Índia, Tanzânia e Sudeste Asiático. Um grupo de assessores de política de desenvolvimento foi encarregado de orientar a equipe de pesquisadores durante todo o processo.
Ao longo de nossas vidas tomamos decisões sobre como queremos viver, mas algumas pessoas têm mais opções do que outras. Apesar dos esforços feitos ao longo da vida, há pessoas que chegam à velhice com pouquíssimos recursos econômicos, sociais e culturais.
Neste sentido, o local de nascimento pode marcar o resto da vida, se o ambiente é pobre ou na comunidade existe estereótipos discriminatórios associados à religião, etnia ou gênero, por exemplo. Nascer com uma deficiência, ser vítima de um conflito armado ou um desastre natural também são fatores que podem determinar a situação econômica ou o estado de saúde de uma pessoa na velhice.
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Desigualdades baseadas em gênero podem começar desde antes do nascimento e continuar por toda a vida. A suposição comumente aceita de que os idosos são sem gênero ou assexuados muitas vezes impede que o gênero seja considerado um problema mais tarde na vida. Por esta razão, é essencial lembrar que os efeitos da discriminação de gênero não param quando envelhecemos, mas sim que eles se acumulam.
Ser sensível às questões de gênero na velhice não aborda as relações de poder baseadas no gênero que existiram no passado, de modo que os processos de conscientização devem ser complementados com abordagens de gênero nas diferentes fases da vida.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
O fenômeno global do aumento da expectativa de vida é um triunfo para a humanidade, mas também é um desafio para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Esses objetivos estão relacionados à visão de um mundo em que todos os idosos possam levar uma vida decente, segura e saudável. Embora a igualdade de gênero seja um objetivo explícito, o envelhecimento é abordado dentro dos objetivos individuais. Organizações que têm abordagens antigas reconhecem agora a inter-relação entre gênero e envelhecimento, mas os atores responsáveis por projetar e implementar políticas e linhas de ação em nível global não a veem como tão clara.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável refletem uma maior compreensão da necessidade de abordar as desigualdades que interagem entre si e se acumulam ao longo da vida. O Objetivo 5, sobre “Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas”, precisa incluir uma perspectiva etária para garantir que a teoria e a prática concorram de maneira eficaz.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável só serão eficazes se os dados forem coletados e desagregados por idade e os projetos puderem ser projetados com perspectiva de gênero e idade. Os sistemas legais devem garantir pelo menos que os direitos das mulheres idosas sejam incluídos nas disposições da igualdade de gênero, mas eles também devem reconhecer as consequências de se adicionar à discriminação baseada no gênero, a discriminação por idade ao se chegar na velhice.
Serviço
O documento da HelpAge Internacional pode ser lido na sua íntegra em inglés e em español.Fonte: http://www.helpage.es/noticias/transformando-relaciones-de-gnero-en-un-mundo-que-envejece/.Tradução livre
