Entrevistei Terezinha Abreu de Souza, 65 anos, presidente do Conselho de Idosos do Município de São Paulo, conhecido como Grande Conselho Municipal de Idosos (GCMI-SP) na sala que tem no Centro de Referência da Cidadania do Idoso – Creci.[1] O Centro, inaugurado no final de 2004, é um serviço público municipal que tem como objetivos atuar como centro de promoção de defesa dos direitos dos idosos, intercambiar experiências e conhecimentos sobre envelhecimento, desenvolver oportunidades de exercício de cidadania dos idosos, além de múltiplos usos: espaço de estar, encontro e convívio entre idosos, realização de oficinas sócio-educativas, bailes, enfim, diversos eventos. Terezinha tomou três ônibus para chegar ao GCMI. Chegou sorridente. Recebeu pacientemente alguns idosos que lhe aguardavam como eu. Ouviu atentamente e anotou algumas informações de uma senhora sobre maus-tratos contra idosos e me disse que iria encaminhar aquela denúncia para o Grupo de Atenção Especial de Proteção do Idoso, do Ministério Público, coordenado pelo Dr. João Estevam. O que me levou a pensar que é no mínimo constrangedor ver que, em pleno século XXI, a humanidade ainda precisa ser ameaçada de reclusão, se não respeitar um cidadão idoso. Diz a Lei 10.741/2003, conhecida por Estatuto do Idoso, que é proibido desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. A pena de reclusão é de seis meses a um ano e multa.
Áurea Barroso
Terezinha Abreu, presidente do Grande Conselho Municipal de Idosos do Município de São Paulo.
A retirante, mais uma Severina vem buscar sobrevivência na cidade grande
Nasceu em 1939, na cidade de São Benedito, no estado do Ceará. Trabalhou na roça, pois sua família retirava da terra os produtos necessários para sua sobrevivência: plantava milho, colhia café… Diz sorrindo que sentia muita preguiça de carpir. Apesar das dificuldades financeiras, guarda boas lembranças daquela época: sinto saudades do meu sertão, da nossa casa de taipas, coberta de palhas, que era tão aconchegante. Do fogão de lenha e de como era gostoso ficar ali, enquanto mamãe arrumava as brasas para a comida não esfriar. Eu achava engraçado o papai chegando da roça todo molhado. Mas ele não ficava nervoso comigo.
Terezinha sempre se emociona quando fala da seca: “Quando se fala de pobreza, de gente morrendo de fome, de sede, só quem já viveu, passou por essa experiência pode ter dimensão dessa realidade. Para muitos é como se falar de marte, da lua. Um lugar que imaginamos, mas nunca estivemos. Hoje eu chorei ao ouvir o presidente Lula falar no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Ele pediu que houvesse parcerias e união entre os países ricos e os países pobres para combater a miséria, isso é louvável. Eu parabenizo o nosso presidente por isso. Oxalá, isso aconteça. Só quem passou por essa experiência é que sabe o que isso significa. Você vê a cabra que alimenta teu filho morrer. É dolorido ver gente morrer, crianças morrendo de desnutrição. É duro ver os retirantes saindo pelo mundo como loucos, desesperados”.
Em 1958 houve uma grande seca no Ceará e já não havia mais possibilidade de sua família sobrevier naquele lugar: “Eu era uma jovem mãe de dois filhos, esperando mais um. Foi uma separação muito triste. Eu tinha apenas 18 anos, um coração repleto de amor e muitos sonhos. E foi assim que meu marido veio para São Paulo, em busca de novos horizontes. Pois uma coisa é certa, a seca tira de nossas mãos todos os recursos, mas não a força para continuarmos lutando…”
Depois de nove meses, o marido voltou para buscá-los e eles vieram morar em Pirituba, bairro da zona norte da cidade de São Paulo. “Apesar da imensa alegria, o meu coração partiu-se em dois. Senti muita dor ao deixar minha família, meus amigos e tudo que eu conhecia por vida. Um dos meus filhos não veio, porque ele estava doente. A minha mãe ficou muito triste, desesperada porque ela achava que nunca mais iria me ver. Eu não gosto de falar essa história, largar mãe, filho não é fácil (se emociona). Depois de dois anos a minha mãe veio e trouxe o meu filho. Foi uma emoção muito grande. Quando a minha mãe chegou eu já tinha outro filho. Eu não sabia me cuidar, eu tinha um filho por ano. Eu não sabia como fazer para evitar filho. Eu tive 7 filhos, um atrás do outro”.
Lembra que a viagem do Ceará até São Paulo demorou 12 dias e quando ela chegou ficou assustada e encantada ao mesmo tempo, pois era tudo muito novo. Ela estranhou a garoa fria, pois “eu vinha de uma terra de sol e poeira”. Terezinha continua morando em Pirituba, mas naquela época, disse, não era fácil morar em Pirituba: “Nós andávamos horas para pegar condução para o centro da cidade, eu buscava água na cabeça para lavar e cozinhar, ainda alimentava os lampiões, o chão era terra batida”. Terezinha participou de diversos movimentos populares e conseguiu muitas melhorias para o seu bairro: iluminação pública, água encanada, entre outras.
A mulher e o casamento
Terezinha é mãe de sete filhos biológicos e três adotivos. Tem 22 netos e 12 bisnetos. A maioria de seus filhos nasceu em casa. Muitos de cócoras. Seu marido segurava sua mão, enquanto sua mãe e uma parteira faziam o parto. Quando se mudou para São Paulo, continuou preferindo ter os filhos em casa, ”Eu não sei explicar direito, mas eu estranhava, eu tinha medo que alguém viesse me ajudar na hora do parto. Quando o pessoal do hospital chegava para me ajudar, os meus filhos já tinham nascido. Não dava tempo. Eu ficava na Maternidade SP e naquela época a gente ficava sozinha, não podia receber visita. A família só via a gente na hora que já ia embora. Quando meu filho mais novo nasceu, para eu não ficar nervosa, o meu marido achou melhor chamar uma parteira da minha vila, uma senhora nordestina para vir fazer o meu parto lá mesmo na minha casa.”
Conta que seu marido era ciumento e autoritário: “Ele não queria que eu aprendesse nada. Ele não queria que eu saísse de casa sem ele. Mas, eu saía escondido. Fiz curso de corte e costura, de bordado e sempre participei de trabalhos sociais, desde que eu vim do nordeste. Eu queria ter um dinheiro meu para eu comprar algumas coisas para mim, para os meus filhos, para minha casa. E foi assim que eu comecei a costurar uniformes para o exército. Eu escondia os uniformes dentro de umas caixas, debaixo da cama. E quando ele saía para trabalhar às 4 horas da manhã eu ia para a máquina de costura. Quando ele voltava, a casa estava toda arrumadinha, ele não percebia. Esse dinheiro serviu para muita coisa, para construção da nossa casa, muitas vezes eu completava um pouco na feira. Ele morreu sem saber que eu trabalhei para fora”.
Prestou serviços voluntários, durante muitos anos, na Pastoral da Saúde: cuidava de enfermos, levava a eucaristia para doentes acamados. “Eu adorava aquele serviço. Às vezes, a família me contava que o doente sentia vontade de tomar banho, de se alimentar quando sabia que eu iria visitá-lo. Isso me dava muito ânimo para continuar trabalhando”.
Lembra que um dia o seu marido chegou mais cedo do trabalho e viu que ela não estava em casa. O pessoal da minha rua disse para ele que tinha me visto passar com algumas irmãs de caridade e entrar numa favela. “Ele foi me procurar de carro. Quando eu soube que ele estava me seguindo, comecei a correr. Ele conseguiu encontrar minhas amigas, mas elas lhe disseram que não sabiam onde eu estava. Eu me joguei numa ribanceira enorme e fui atalhando por dentro da favela e consegui chegar em casa antes dele”.
Disse que seu marido era um profissional muito respeitado em São Paulo, um marceneiro talentoso. E assim, com o passar dos anos, eles foram melhorando de vida. Mas, “depois, com o vício (bebida) ele foi perdendo tudo. Eu acho que ele já bebia desde solteiro, porque nas serenatas que ele fazia para mim, na época que eu era ainda namorada, eu percebia que ele havia bebido um pouco. Só que eu não conhecia ele direito, porque naquela época o que contava era a família. E ele era um rapaz de uma família de pessoas honestas, trabalhadoras. Com o passar dos anos, ele passou a sair à noite para farras. Ele tinha um violão e gostava de mulheres. E eu ficava em casa cuidando dos filhos. Algumas vezes saí de casa porque eu não agüentava mais o alcoolismo, aquela situação toda. E também tinha muita agressão. Mas depois de uns dias eu voltava para casa, porque ele prometia que não ia beber mais, que não ia ficar mais agressivo (se emociona)”.
Um dia, Terezinha não agüentou mais e foi embora. “Em 1990, eu peguei minhas duas crianças pequenas e fui para Brasília, para a casa de uns parentes (se emociona). Fugi para longe, porque antes eu fugia para casa de amigos, de vizinhos e ele sempre ia me buscar. Lá em Brasília enfrentei muitas dificuldades, muito preconceito porque eu fui sem marido, com filhos. Lá eu sobrevivi com a minha costura, consegui uma clientela muito boa. Fiquei lá dois anos. Depois meu pai ficou muito doente, perdeu a vista e precisei voltar para ajudar a minha mãe a cuidar do meu pai. Fui morar em Campo Limpo Paulista, na região de Jundiaí, numa casinha que era de um dos meus filhos”.
Ali prestou serviços voluntários na Pastoral da Criança. “A gente não tinha lugar para fazer as reuniões, então, as reuniões da Pastoral eram feitas na minha casa. Eu colocava uns sacos de estopa para as crianças sentarem porque não tinha cadeira e no quintal mesmo a gente fazia a comida. Começamos a desenvolver o nosso trabalho com trinta crianças, mas tinha uma fila enorme. O trabalho da Pastoral da criança é muito bonito, a gente acompanha a mulher desde a gestação até a criança completar 7 anos de idade. Depois eu fiz um trabalho com prostitutas no centro de Jundiaí, distribuindo camisinhas, dando palestras, etc. Porque muitas mães que freqüentavam a Pastoral da criança eram prostitutas”.
Em 1993, o marido de Terezinha teve um AVC (derrame) e ela ser reaproximou dele. “Foi muito difícil para mim chegar até ele. Quando eu cheguei no hospital, ele me reconheceu e começou a reagir. Então, voltei para minha casa para cuidar dele. Durante dois anos ele ficou totalmente dependente. Mas foi muito bom porque a gente precisava passar esses momentos juntos. Eu sabia que ele tinha um vício, que ele era doente. Eu sabia que ele não era culpado, pois ele era doente. Mas eu não agüentava mais viver aquela vida. Eu dizia sempre para as pessoas que qualquer outra doença que ele tivesse tido eu teria cuidado dele, mas alcoolismo não tem condições porque destrói com a relação. A gente conversou muito, ele me pediu perdão várias vezes. E eu também pedi. Mas nunca mais tivemos contato físico como marido e mulher. Eu tinha um sentimento maternal por ele.”
Quando o seu marido faleceu, ela se sentiu muito perdida: “Quando ele faleceu era como se eu tivesse perdido um pedaço de mim, um membro do meu corpo. Ele havia se transformado num bebê para mim e eu sentia falta de dar banho, colocar fralda, de passar talco nele e de dar comida, essas coisas. A sorte foi que eu tinha uma amiga que era irmã de caridade e ela me pediu para ajudá-la. Hoje eu penso que ela queria mesmo era me tirar daquele sofrimento e que ela acreditava que o trabalho voluntário poderia ser uma saída. E foi mesmo. Aos poucos eu fui me animando. Foi nessa comunidade que eu comecei a acompanhar a minha mãe num grupo de idosos, eu fui ficando e estou lá até hoje”.
Quem convive com Terezinha sabe que ela não é uma pessoa triste, que vive reclamando da vida, falando sobre o seu passado sofrido. Talvez porque pense como a poeta Cora Coralina: “Ajuntei todas as pedras que caíram sobre mim/levantei uma escada muito alta e no alto subi/teci um tapete floreado e no sonho me perdi”. Terezinha é uma pessoa cheia de vigor. Escreve poesias, letras de músicas e tem uma forma muito simpática de se expressar, talvez em razão de sua veia poética, usa expressões como ”não sou o bonequinho que enfeita o bolo; eu sou a massa, o fermento. Por que é o fermento que faz crescer o bolo e é a massa que alimenta a todos”.
Em 2001, Terezinha organizou junto com o seu grupo Vida Nova da Terceira Idade um carnaval no hospital Philippe Pinel, localizado na região norte da cidade de São Paulo. Os pacientes, que nunca haviam saído do hospital, adoraram o evento. Houve apresentação do bloco Pé Pra Fora, o enredo – escrito por Terezinha – contava a história de Zé Lelé, o mamulengo que perdeu a namorada Maricota quando foi se tratar num hospital psiquiátrico. Teve passista, baiana, abre-alas e bateria, todos participaram vestidos com roupas e máscaras produzidas em oficinas realizadas no hospital.
Terezinha participa do carnaval realizado no Hospital Philippe Pinel com pacientes com distúrbios mentais. Ao lado, o boneco Zé Lelé, o mamulengo que perde a namorada Maricota quando foi se tratar num hospital psiquiátrico, enredo escrito pela própria Terezinha.
A eleição para presidência do GCMI-SP
O GCMI-SP foi criado em setembro de 1992 e oficializado pela Lei 11.142/92. Representa os idosos perante a administração pública municipal e fiscaliza as ações voltadas à política de atendimento aos idosos. Suas funções são: elaborar, encaminhar e acompanhar políticas públicas de interesse dos idosos em diversas áreas, como saúde, educação, cultura, lazer, entre outras.
Tem natureza consultiva e é composto de representantes dos idosos e da Administração Municipal. As funções dos membros do Conselho não são remuneradas, sendo consideradas como prestação de serviço público relevante. Os conselheiros têm um mandato de dois anos, podendo haver recondução por tempo igual.
O funcionamento do GCMI-SP acontece nas seguintes instâncias: Assembléia Geral que tem o papel de refletir sobre políticas, programas e projetos, além de promover eleições a cada dois anos. Podem participar idosos com idade superior a 50 anos. Assembléias Regionais que discutem as questões dos idosos relativas a cada uma das cinco regiões da capital. E as Comissões de Trabalho que refletem sobre as políticas públicas de interesse dos idosos nas diversas áreas: saúde, transporte, assistência, etc.
Terezinha foi eleita presidente do GCMI-SP, no dia 8 de dezembro de 2003, portanto, seu mandato se encerra em 2005. Disse que venceu todas as eleições de que participou na sua vida. “É uma coisa. Eu fui presidente conselho de saúde, da executiva regional do conselho de saúde da zona norte, no primeiro orçamento eu fui eleita delegada com um número enorme de votos. Mesmo que eu não faça campanha, as pessoas, os amigos fazem para mim”.
Conta que virou presidente do GCMI, por acaso. Pois, naquela ocasião, ela estava participando de uma chapa para disputar o Conselho Tutelar, junto com algumas pessoas que desenvolviam trabalhos comunitários em igrejas católicas na região norte da cidade de São Paulo. “Nossa chapa era forte e a gente tinha grandes chances de ganhar. Mesmo assim, eu resolvi abandonar a disputa e foi uma pena porque essa chapa acabou se desmanchando. Eu vim para o Conselho de Idosos porque eu senti que aqui eu poderia ser mais útil. Vim porque algo dentro de mim estava me dizendo que naquele momento eu deveria participar do Conselho de Idosos e não do Conselho Tutelar. E não deu outra. No primeiro momento eu não fiz campanha direito porque eu não sabia como funcionava o GCMI. Havia muitas pessoas estudadas com diplomas universitários disputando a presidência. Fui modestamente e me surpreendi quando emplaquei com quase dois mil votos. No dia da eleição foi muito interessante. O pessoal estava muito agitado. Mas eu estava bem calma. Quando falaram que eu tinha ganhado, eu disse: é verdade? Então, vamos trabalhar porque a cidade de São Paulo tem um milhão de idosos e temos muita coisa para fazer”.
Terezinha comenta que algumas pessoas a condenam porque ela não tem diploma universitário. “Eu percebo que tem muita discriminação porque eu não fiz faculdade. Mas quando percebo algo de estranho, vou logo dizendo que estudei na faculdade da favela, nos 12 dias que passei na estrada do Ceará até São Paulo. Que não me sinto inferiorizada porque estou convivendo com pessoas que fizeram várias faculdades. Algumas pessoas dizem assim: como uma pessoa que não sabe escrever direito pode ser presidente do Conselho de Idosos de uma cidade do tamanho de São Paulo? Mas vou levando em frente. Sou uma pessoa pacata. Não sei resolver as coisas com briga. Se existe diálogo é para a gente dialogar. O pessoal fala muito de democracia, mas não sabem praticar o que dizem. Outro dia eu falei assim: eu leio muito a bíblia e não consta que os discípulos que Jesus chamou para ajudá-lo eram homens estudados”.
Aliás, vale lembrar que existem no Brasil 5,1 milhões de idosos analfabetos, ou seja, um terço da população idosa brasileira é analfabeta. E que 64,8% dos idosos entrevistados no último censo disseram que têm dificuldade de escrever um pequeno bilhete. Somado a essa dura realidade social, o fato é que Terezinha participa há mais de 40 anos de trabalhos comunitários, alguns vinculados à Igreja Católica e de diversos movimentos populares na região onde mora: zona norte da cidade de São Paulo.
Essa atuação contribuiu para que ela fosse eleita presidente do GCMI-SP. Preside também a Associação Vida e Esperança – Ave, que desenvolve atividades voltadas para o segmento dos idosos. “Entregamos 50 saquinhos de leite que o governo do estado distribui duas vezes por semana e realizamos encontros, palestras”. Atualmente está desenvolvendo um trabalho com idosos que moram na favela do Jardim Paquetá, em Pirituba. “O número de idosos vivendo em favelas na cidade de São Paulo é muito grande. A maioria veio do nordeste quando ainda era jovem e agora está velha. Só numa primeira visita que eu fiz na favela Paquetá consegui cadastrar 50 idosos. E olha que aquele dia era feriado, aniversário da cidade, dia 25 de janeiro, chovia muito. Lá tem córrego a céu aberto, os idosos não têm como caminhar com segurança por lá porque tem muito morro. A cozinha de uma casa dá no quarto do vizinho do lado. Tem casas que tem 3 idosos: a mãe, a filha e algum parente”.
Terezinha é incansável na sua luta em favor dos menos favorecidos economicamente. “Eu sinto necessidade de fazer algo em prol de alguém”. No ano passado aproveitou a semana dedicada a São Cristóvão, conhecido por Santo protetor dos motoristas, para homenagear cobradores e motoristas de ônibus de várias empresas. O GCMI-SP tinha por objetivo prestigiar aqueles profissionais que prestam bons serviços à população idosa. Logo após a celebração de um culto ecumênico realizado na Catedral da Sé (SP), mais de 200 profissionais foram homenageados. A maioria compareceu acompanhada de seus familiares: esposa, filhos, pais.
Hoje, na qualidade de presidente do GCMI-SP, está empenhada em lutar para colocar em funcionamento a Maternidade de São Paulo, localizada na região central da cidade de São Paulo. Acredita que esse hospital poderá se transformar em um espaço com muitos leitos gratuitos para idosos. “Fui até a maternidade acompanhada de alguns conselheiros do GCMI, do Conselho de Saúde e de vários idosos, mas não conseguimos entrar. Mas não nos intimidamos e fizemos nossa reunião no jardim do hospital. Até que foi aconchegante, os pequenos arbustos pareciam nos acolher e até as borboletas apareceram para nos dar boas vindas. Enfim, entendemos que a luta apenas está se iniciando e precisamos de pessoas para nos apoiar. Já marcamos a nossa próxima reunião e será lá mesmo no hospital. Será que da próxima vez vamos entrar ou ficar novamente no jardim”?
Serviços:
Informamos alguns números de telefones para que você também possa denunciar qualquer tipo de violência contra idosos:
Promotoria de Atendimento ao Idoso: ( 11) 3119.9082 ou (11) 3119.9083
Delegacia do Idoso: (11) 3237.066
Grande Conselho Municipal de Idosos GCMI: (11) 3113.9631.
[1] O Creci possui uma ampla área (1.700 m2), localizado na Rua Formosa, 215, no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo e é coordenado pela fonoaudióloga Sandra Regina Gomes, mestranda do Curso de Pós-graduação em Gerontologia, da PUC-SP. Dentro do Creci está a Incubadora Social, assumida pela ONG Laboridade, a qual se ocupa de projetos e irradiação de conhecimentos. Nesse local funcionou o restaurante da Liga das Senhoras Católicas, que desde 1926, ano de sua inauguração, servia refeições a preços bem reduzidos. Telefones: (11) 3255-5302 e 3258-7450.