As pessoas com mais de 60 anos estão consumindo mais. Um mercado potencial que cresce e se sofistica a cada a cada ano, tamanha é a demanda diversificada de um público com necessidades pouco conhecidas dos homens e mulheres de negócios.
“Sete em cada dez aposentados têm renda mensal garantida pela Previdência Social. Ou seja 73,5% dos rendimentos desses consumidores mais velhos (ou R$ 295,6 bilhões) vêm de aposentadorias e pensões concedidas pelo INSS. Somente 20% da renda deles depende da relação com o mercado de trabalho”. Os dados foram compilados – a partir de informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e do Censo 2010 – pelo instituto Data Popular, especializado no setor de baixa renda e divulgado recentemente na imprensa nacional.
Números do consumo
Com um quadro de consumo desenfreado, os mais velhos devem ficar atentos com os “rombos financeiros” no bolso: “O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação de preços da cesta de consumo de pessoas com mais de 60 anos, ficou em 1,39% no segundo trimestre de 2012 e superou em 0,06 pontos percentuais o resultado do trimestre anterior (1,33%)”.
Resumindo: “o indicador acumulou em 12 meses alta de 5,41% e ficou acima do Índice de Preços ao Consumidor Geral (IPC-BR) referente ao mesmo período (5,37%)”.
Segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV): “a principal pressão para o aumento do índice no segundo trimestre partiu dos alimentos, cuja taxa passou de 0,65% para 2,19%. Ficaram mais caros ou reduziram o ritmo de queda os itens carnes bovinas (de -5,8% para -1,45%), hortaliças e legumes (de 0,06% para 16,70%) e laticínios (de -0,25% para 2,8%)”.
No segundo trimestre do ano “os gastos com saúde e cuidados pessoais (de 1,4% para 2,21%), despesas diversas (de 0,8% para 6,19%), vestuário (de 0,24% para 1,45%) e comunicação (de -0,45% para -0,14%)”.
Já nas “taxas de habitação houve um decréscimo (de 2,15% para 1,36%), transportes (de 0,57% para -0,53%) e educação, leitura e recreação (de 3,48% para 0,56%)”.
Dívidas
Como se gasta mais, mais dívidas se faz. Não importa o país, toda atenção é necessária no momento em que se decide pela fiança e eventuais empréstimos.
A notícia que vem de Portugal e aponta o problema: “cresce o número de idosos que foram fiadores de empréstimos e se veem confrontados com dívidas enormes e perigosas”. Tal questão levou o governo português a criar uma rede de serviços para informar os consumidores dos riscos envolvidos nesse processo.
O secretário de estado responsável pelo tema “consumo”, Almeida Henriques, declarou à agência Lusa, que os fiadores já são cerca de um terço das pessoas reconhecidamente com dívidas por empréstimo, muitos deles pessoas que assumiram o pagamento de empréstimos contraídos por filhos ou outros familiares.
Segundo a agência Lusa, “através da Direção Geral do Consumo e do Banco de Portugal serão formados conselheiros que constituirão uma rede de apoio a quem as pessoas idosas nesta situação poderão recorrer”.
Além disso, está prevista uma legislação que leve os bancos a informarem melhor os fiadores dos riscos envolvidos na empreitada e a obrigatoriedade de negociar com os fiadores de mais idade antes de avançarem para a penhora de bens para cobrir as dívidas.
E quem seriam os chamados “consumidores vulneráveis”? “Idosos e crianças, para além de todas as pessoas que viram os rendimentos reduzidos por terem ficado desempregadas, por divórcio ou doença”.
Referências
LEITÃO, T. (2012). Taxa que mede inflação para terceira idade tem leve alta. Disponível Aqui. Acesso em 12/07/2012.
ROLLI, C. (2012). Cresce potencial de consumo dos idosos. Disponível Aqui. Acesso em 05/10/2012.
RTP (2012). Medidas para proteger idosos fiadores confrontados com dívidas. Disponível Aqui. Acesso em 29/07/2012.