Além dos painéis tácteis visuais, existe a ideia de se criar uma experiência de cinema sem imagens, envolvendo diversas outras sensações, como, por exemplo, o sentido olfativo. Esta experiência envolverá também os organizadores do evento, uma equipe de roteiristas, alguns atores e diretores, dispostos a cooperar com o projeto.
ACS do IFSC. Fotos: Divulgação IFSC(*)
A luz é um elemento visual, então nos lembramos daqueles que não enxergam. A partir daí, pensamos em várias formas de viabilizar o contato entre deficientes visuais e algo relacionado à luz”, explica a pesquisadora do Grupo de Óptica do IFSC, Hilde Harb Buzzá, que está envolvida no projeto. Ela conta que a ideia surgiu em razão do Ano Internacional da Luz, comemorado pela comunidade científica nacional e internacional ao longo deste ano de 2015, conforme determinação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Trata-se de um projeto idealizado pelo Student Chapter (SPIE), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e pelos professores do Instituto, Cristina Kurachi e Vanderlei Salvador Bagnato, que poderá contribuir com o ensino da óptica para pessoas com deficiência visual, por meio de painéis educativos tácteis visuais.
O projeto conta com o docente Eder Pires de Camargo, que ministra aulas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), é cego desde os 12 anos de idade e colabora com a organização na projeção dos citados painéis.
“O projeto será lançado no Rio de Janeiro, pelo fato de a capital do Estado ser sede do congresso da International Photodynamic Association (IPA 2015) e do SPIE Biophotonics South America, dois dos maiores eventos voltados à óptica na saúde e instrumentação, que reunirão especialistas brasileiros e estrangeiros. Como a atual diretora do museu é uma ex-aluna do IFSC, fizemos o contato diretamente”, conta Hilde Buzzá.
As atividades voltadas para pessoas com deficiência visual acontecerão no Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e vão enfatizar os diversos conceitos da área de óptica, como, por exemplo, átomo, efeito fotoelétrico, natureza ondulatória da luz, entre outros. A entrada será gratuita.
Exposição itinerante
Após três meses no Rio de Janeiro, a exposição viajará até São Carlos e deverá ser itinerante ao maior número de cidades possível. Além dos painéis tácteis visuais, Hilde revela que existe a ideia de se criar uma experiência de cinema sem imagens, envolvendo diversas outras sensações, como, por exemplo, o sentido olfativo. Esta experiência envolverá também os organizadores do evento, uma equipe de roteiristas, alguns atores e diretores, dispostos a cooperar com o projeto.
Na opinião de Hilde, todos os visitantes que não possuírem deficiência visual também serão beneficiados, já que essa iniciativa oferecerá outra abordagem da física, possibilitando que todos possam deixar o local com novos conhecimentos ou, inclusive, com a vontade de seguir a carreira da física.
O projeto, cujo lançamento está previsto para o próximo mês de maio, conta também com a participação de alunos e professores da Unesp e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Para conferir o vídeo referente a este projeto, acesse Aqui (*) Agência USP de Notícias, Acesse Aqui 30/janeiro/2015