Ainda só vamos na 3a edição da REVIVER e a cada dia que passa ficamos mais espantados com as pessoas que vamos conhecendo e os testemunhos que nos vão contando. São anos de trabalho e experiência a lidar com isto a que chamamos vida. Com feitos mais notáveis do que muitas vezes é notícia e se calhar não devia ser.
Revista Reviver
Impressiona-nos pensar que estas pessoas fantásticas, com tanta capacidade para ensinar como para serem ensinadas, possam eventualmente ser discriminadas ou postas de lado só pela sua idade.
Não é notícia para ninguém, vivemos num país que não respeita os mais velhos, onde se parte do principio que por ser idoso mal sabe ler, ou que se sabe ler não sabe pensar. Vivemos num país que se foca mais na doença do que em prevenir a doença.
Querem melhor exemplo do que a crise e a austeridade? Não foi prevenida, agora é o nosso dia a dia.
Mas são tempos difíceis que fazem sobressair o nosso carácter. É sempre mais fácil delegar para os outros a responsabilidade que não queremos para nós. Apontar os defeitos dos outros à espera de encobrir os nossos, ou seguir passo a passo as pisadas alheias em vez de construirmos as nossas.
Mas o que é mais admirável? Seguir o trilho da planície onde a vista é sempre a mesma, ou subir rocha a rocha e no topo ver a magnífica paisagem? Passamos a vida a contar as histórias dos outros e a escrever a nossa. Será que no futuro alguém a irá contar? Dos fracos não reza a história, e a vida dá-nos mais que razões para nos lamentarmos.
O respeito próprio traz-nos a dignidade e a força para defendermos os nossos direitos, ultra- passarmos os obstáculos e construirmos algo de valor. Somos um povo tão habituado a ser espezinhado, a ser tão focado na tristeza, que ficamos cegos e não percebemos que somos muito mais e podemos fazer muito mais.
A Reviver existe para mostrar que por detrás das belas rugas, existe uma pessoa inteligente. Que por detrás da idade existe uma história de vida, merecedora de admiração e respeito, uma pessoa digna, capaz de decidir por si própria. Se for preciso até com carácter mais forte e mais vontade de viver do que quem as discrimina.
Não nos peçam para nos focarmos nos problemas ou nas doenças. Preferimos focar-nos na prevenção.
Não nos peçam para enaltecermos lágrimas ou tragédias, ganância ou ignorância. Optamos pelos sorrisos e pela sabedoria dos mais sábios.
Optamos por uma vida digna, independentemente das dificuldades que temos de enfrentar. Não importa o quão crescidos sejamos, podemos ser sempre mais crescidos amanhã. Como disse Gandhi “Nós devemos ser a mudança que queremos ver no Mundo”.
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