Cuidadores primários e secundários
Cuidadores familiares e formais
Centenários
Famílias com quatro gerações vivas
Relações intergeracionais e intrageracionais,
Atividades intergeracionais
Redes familiares
Agregados familiares…
Flamínia Manzano Moreira Lodovici e Elisabeth Frohlich Mercadante
Tocam-nos essas palavras extraídas dos títulos dos artigos deste periódico – de início, todas no plural, evidenciando-nos a pluralidade de cada questão; questão que, quando tratada na contiguidade entre as gerações, a um só tempo afirma sua singularidade. Realizam todas, em um trabalho instigante em cada artigo, o plural deste volume 15(1) – que atende a um critério temático: “Redes Sociais e Velhice”, sob a editoria de Liliana Sousa, Coordenadora de Grupo de Pesquisa da Universidade de Aveiro, Portugal -, cuja leitura nos obriga a refletir sobre novas relações entre as pessoas na família e na sociedade. Relações essas que são éticas e afetivas, e subjacentes à escrita de cada artigo aqui presente.
Relações que, a nosso ver, despertam-nos para que nos posicionemos de forma responsável diante da velhice. Com o afeto emergindo em um sentido sistêmico i.é, antes de entendê-lo como a forma única de lidar com questões éticas, reconhecer a relevância psíquica e prática do contato físico, do cuidado mútuo. Com o respeito à diferença entre as pessoas, compreendendo-a não como indiferença, mas como responsabilidade. Com a consideração, no caso das relações familiares e sociais, do aspecto social, do subjetivo, do relacional entre pessoas, que nos permitem resistir a noções reducionistas do determinismo biológico.
Nosso agradecimento a todos os pesquisadores que nos privilegiam aqui, com suas produções, convidados que foram por Liliana Souza, a quem agradecemos muito especialmente, por nos ter reservado um conjunto tão competente e valioso de textos de seu Grupo de Pesquisa.
Esperamos que esses textos sejam muito bem-vindos ao leitor brasileiro que, sensibilizado com a questão das relações entre gerações na família e na sociedade, certamente se interrogará mais sobre suas ações neste presente de tarefas múltiplas e via de regra não-correlatas: como se relacionar, dentro dos limites impostos pelo cotidiano, de forma afetiva, ética, com seu idoso de casa?; como incorporar criticamente a seu projeto de vida as propostas trazidas pelos presentes artigos em favor das pessoas idosas?; como se relacionar com esse novo olhar para a velhice de foco subjetivo-social, pautado em critérios interdisciplinares, humanistas?
Desejamos um feliz e produtivo diálogo dos leitores com os próprios articulistas, por meio de seus e-mails no final de cada artigo, e com esta Editoria.
E que o tom da capa do volume – capa tão primorosamente elaborada por Ana Petim ([email protected]) e Liliana Sousa ([email protected]) – possa dizer da esperança de todos nós para dias melhores, especialmente quanto às relações sociais na velhice, reiterando nossos agradecimentos a todos os que tornaram possível esta edição.
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