Tempo, tempo, tempo…Nosso carrasco de plantão, nunca funciona como queremos; às vezes trabalha rápido demais, em outros momentos custa a passar. E esse problema pode ser percebido no dia a dia, nos pequenos e imensos detalhes da vida e que acabam tomando proporções gigantescas quando não cuidados adequadamente.

É claro que, com isso, a saúde caminha contra o tempo. Preocupados com a questão do tempo de espera nos hospitais, o Projeto (PL 2171/11) propõe que atendimento a idosos na rede pública de saúde tenha limite máximo de espera. Atualmente o atendimento já é prioritário para idosos, gestantes e crianças, mas o que muda é a definição de prazos para o atendimento das pessoas com mais de 60 anos.
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A notícia sob o título Tempo máximo de espera de idosos em hospitais pode ser limitado em uma hora, divulgada no site da Câmara dos Deputados, informa que a proposta do deputado Nelson Bornier prevê que os idosos não esperem mais do que uma hora para marcar exames e consultas nem para serem atendidos. O prazo para agendamento de consultas e exames deverá ser de, no máximo, sete dias. E de 30 dias para a marcação de cirurgias.
Será isso possível diante de tantos casos urgentes de crianças que também tem seu Estatuto que defende prioridades para esse segmento etário? Crianças, jovens, adultos e idosos que invadem os hospitais já com um contingente de profissionais assoberbados com uma demanda excessiva e pouco estruturada? Nelson Bornier acredita e defende sua proposta afirmando que os idosos sofrem mais com o descaso e precariedade na saúde pública. Para ele, o projeto é um mecanismo de garantir os direitos dos idosos.
Segundo ela, “A saúde pública no Brasil já está em estado lastimável, imagine para a terceira idade ainda ter que encarar essas filas e ter a demora como já existe hoje na rede. De forma que o nosso projeto é para priorizar e facilitar a vida, principalmente, dessas pessoas que têm menos condições de mobilidade, de poder estar em pé.”
De fato, a saúde pública no Brasil parece ter chegado num estado de esgotamento alarmante. Mas será que uma medida como essa age na raiz dos problemas enfrentados na dura rotina dos hospitais? A vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Aparecida Linhares, considera o projeto interessante, mas acredita que tem pouca viabilidade.
De acordo com Linhares, “Muitas vezes você tem uma pessoa idosa esperando e chega um caso extremamente grave e o tempo de espera de todo mundo é muito maior do que o desejável pelo tipo de gravidade do caso. Em segundo lugar, a gente ainda tem muita fragilidade no atendimento do SUS. Hoje nós não temos um sistema de saúde que seja capaz, do ponto de vista do atendimento público, de garantir o que está colocado nesse projeto de lei.”
Aparecida Linhares em poucas palavras resumiu o que está em jogo: um projeto de boas intenções, interessante, mas pouco aplicável. O sistema pede, exige mais. E não se trata de reformas, mas de uma eficiente reengenharia de processos.
De qualquer maneira, esperemos. A proposta deve ser analisada pelas comissões de Seguridade Social e de Constituição e Justiça. Se aprovada, poderá seguir direto para o Senado.
Referências
MARTIMON, A. (2012). 17:48 – Tempo máximo de espera de idosos em hospitais pode ser limitado em uma hora (01’55”). Disponível Aqui. Acesso em 12/01/2012.