Precarização socioeconômica do idoso

Precarização socioeconômica do idoso

Para o médico David Braga Jr., ex-consultor do Ministério da Saúde, a falta de suporte financeiro fragiliza e prejudica autonomia do idoso, pois quando se tira a conta bancária, se tira a capacidade de decidir sobre o rumo da vida.

Por Gabriella Paques (*)

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2012 e 2016, a população com 60 anos ou mais de idade cresceu 16%, alcançando 29,6 milhões de pessoas. Entre 2010 e 2050, a previsão é que este grupo populacional triplique, passando de 19,6 para 66,5 milhões. Em 2030, o número de idosos já deve superar o de crianças e adolescentes no Brasil.

“Ainda estamos com um bônus demográfico”, explicou o médico David Braga Jr. durante participação no ciclo de conferências de imprensa e entrevistas coletivas do módulo “Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter – 2018”, do Projeto Repórter do Futuro, no último sábado (28 de abril). O ex-secretário de Saúde e Planejamento de Gestão em Campinas e Indaiatuba apontou a transformação estrutural da pirâmide demográfica causada pela tendência contínua de crescimento da população idosa e previu: “Um para sustentar cinco”.

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O ex-consultor da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) garantiu que o cenário representa uma fotografia de sucesso, mas alertou para a necessidade de manter o idoso independente, não só física e psicologicamente, mas também financeiramente. “A questão da seguridade social ataca em cheio esta população”, afirmou, referindo-se ao conjunto de ações que envolve o sistema previdenciário, além de assistência social e saúde.

David Braga Jr. diferencia: independência é a possibilidade de fazer coisas e autonomia é o poder de tomar decisões. “Quando se tira a conta bancária, se tira a capacidade de decidir sobre o rumo da vida”, disse, caracterizando o envelhecimento mal acompanhado. “Deve-se evitar ao máximo a fragilização, tirar suporte econômico é fragilizar, não pode”, assegurou.

(*)Gabriella Paques cursa o último ano de Comunicação Social-Jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi (SP). Faz parte do Projeto Repórter do Futuro, realizado pela Oboré, que promove conferências e coletivas de imprensa semanalmente para que os inscritos exercitem as técnicas jornalísticas e complementem sua formação. E-mail: [email protected]

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