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Pesquisa revela relação entre desemprego e depressão

Estudo da Rede Médicos-Sentinela confirma correlação positiva entre taxa de desemprego e incidência de depressão.

SNS


A Rede Médicos-Sentinela, coordenada pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, efetuou um estudo com o objetivo de verificar se a correlação entre a taxa de desemprego e a incidência de depressão se manteve no período de recuperação económica pós-crise em Portugal (2016–2018). Resultados confirmam a existência de uma correlação positiva entre a taxa de desemprego e a incidência de depressão.

De acordo com os dados analisados, observou-se um decréscimo consistente da incidência de depressão em ambos os sexos entre 2016 e 2018 e uma correlação positiva entre a taxa de desemprego e a incidência de depressão em 1995-2018, sendo o seu coeficiente de 0,833 (p = 0,005) nos homens e de 0,742 (p = 0,022) nas mulheres. Estes resultados corroboram a existência da correlação positiva entre desemprego e depressão na população portuguesa, observada anteriormente em 2007–2013.

Estudos anteriores realizados na Rede Médicos-Sentinela verificaram um aumento da taxa de incidência de depressão entre 2007 e 2013 em Portugal, a qual se correlacionou positivamente com a taxa de desemprego. Tal facto levantou a hipótese desse aumento se encontrar relacionado com a situação de crise económica à data, explicam os autores deste trabalho, no qual se descreveu a evolução da taxa de incidência de depressão nos anos 1995, 1996, 1997, 2004, 2012, 2013, 2016, 2017 e 2018 e se correlacionou com a taxa de desemprego em Portugal.

“Este estudo reforça a necessidade de monitorização da ocorrência de doença mental na população portuguesa, em especial em momentos de maior vulnerabilidade social, para instituição de medidas preventivas como forma de mitigar o impacto de futuras crises económicas”, referem ainda os autores do artigo “Economic Crisis in Portugal: Trajectory of the Incidence of Depression and Correlation With Unemployment”, disponível para consulta na revista “Acta Médica Portuguesa“.

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Criada em 1989, a Rede de Médicos-Sentinela é um sistema de observação e vigilância em saúde constituída por médicos de Medicina Geral e Familiar que voluntariamente participam na notificação dos eventos de saúde em estudo. Ao longo do tempo, destaca-se, por exemplo, o trabalho da Rede no âmbito da vigilância da gripe, assim como o trabalho desenvolvido na vigilância de doenças não transmissíveis como a diabetes mellitus e a hipertensão arterial.

Foto destaque Nappy


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