É importante para os idosos manterem uma rotina diária, terem contato e suporte de familiares e amigos e não se sentirem ‘um peso’ na sociedade.
Avaliar a saúde mental de idosos durante a pandemia foi tema da pesquisa intitulada Estudo sobre a avaliação de sintomas depressivos e ansiosos em idosos diante do isolamento social pela COVID-19, realizada por uma equipe de pesquisadoras do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, composta pela Drª Rosimeire Aparecida Manoel Seixas, a acadêmica de Medicina Nathália de Oliveira Andrade e a coordenadora Drª Bruna Moretti Luchesi.
Um questionário online foi divulgado entre os dias 26/05 e 29/06/2020 e foi respondido por 380 idosos. O formulário continha questões de caracterização sociodemográfica, avaliação de aspectos relacionadas a COVID-19 e duas escalas para avaliação de sintomas de depressão e de ansiedade.
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Dos idosos que responderam ao questionário, 65,3% eram mulheres e a maioria da região Sudeste do Brasil (66,3%).
Os sintomas depressivos estavam presentes em 28,7% dos idosos, enquanto que 26,1% apresentaram sintomas de ansiedade.
Os idosos que não faziam exercício físico, nunca ou quase nunca recebiam apoio da família/amigos, se sentiam mais vulneráveis a contrair a COVID-19 e estavam há mais dias em isolamento social, tinham mais chance de ter sintomas depressivos.
Já para os sintomas ansiosos, tiveram mais chance mulheres, que não faziam exercício físico ou que faziam exercício por menos de 4 dias na semana, os que nunca ou quase nunca recebiam apoio da família/amigos e os que se sentiam mais vulneráveis a contrair a COVID-19.
Diante dos resultados, a coordenadora da pesquisa, a Drª Bruna Moretti Luchesi recomenda: “É importante que os idosos mantenham uma rotina diária, reservando tempo para relaxar e praticar exercícios físicos, mesmo que seja em casa e de forma adaptada. Os familiares e amigos precisam manter contato e oferecer suporte constante aos idosos, podendo usar o telefone ou redes sociais, caso não morem juntos. Além disso, a discriminação etária precisa ser combatida, evitando que os idosos se sintam ‘um peso’ na sociedade, e, consequentemente, mais vulneráveis”.
A pesquisadora ressalta ainda a relevância da atuação dos profissionais de saúde na identificação precoce de sintomas de ansiedade e de depressão em idosos; na educação em saúde sobre a importância do isolamento e sobre a COVID-19; bem como no uso da telemedicina e das redes sociais para dar suporte aos idosos.
As pesquisadoras agradecem a todos os idosos que participaram da pesquisa, e a todos que contribuíram com a divulgação do questionário.
Serviço
O relatório completo do participante da pesquisa coordenada pela Dra. Bruna Moretti Luchesi pode ser acessado aqui.
Foto destaque de Lukas de Pexels