Os celulares atuais contemplam a população idosa? Esses dispositivos atendem às limitações desse público? O que está sendo feito para minimizar os problemas de interação dessa população com os celulares? Essas foram as perguntas que levaram Vinícius Gonçalves a se inscrever no mestrado do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos, em 2010, com o objetivo de contribuir para o acesso participativo e universal do cidadão brasileiro ao conhecimento, um dos grandes desafios da pesquisa em computação no Brasil. Sua pesquisa aborda soluções computacionais para a interação de idosos com celulares, Segundo a assessorial de comunicação do ICMC em materia publicada no dia 20 de março e assinada por Davi Marques Pastrelo.
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Segundo a reportagem, ao perceber que não bastava apenas pensar em soluções sem ter o público idoso próximo, foi desenvolvido um projeto de extensão em parceria com a Prefeitura Municipal de São Carlos, em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). O projeto proporcionou aos idosos de vários perfis, classes sociais e níveis de escolaridade “desmistificar” a tecnologia e estabelecer em alguns momentos sua primeira interação com o dispositivo. Nessa experiência, eles puderam também ter contato com tablets, smartphones, tv digital e notebooks, assim como acesso a internet.
De acordo com a pesquisa, foi constatado que os celulares são geralmente desenvolvidos para a população jovem. A reportagem relata ainda a diversidade de idosos encontrada: alguns possuem problemas de visão, outros relacionados à doença de Alzheimer ou à coordenação motora. “De acordo com o perfil do usuário há uma determinada interface. Segundo o Jó Ueyama, professor de Vinícius, “nossa proposta é ter a interface se adaptando ao perfil de cada usuário (…). Por exemplo, para um usuário com déficit de visão, o sistema consegue detectar esse problema e disponibilizar ao idoso uma fonte e teclado maior para permitir que ele conclua sua tarefa”.
FlexInterface
O projeto de extensão acabou se desdobrando na criação do FlexInterface, um framework que apoia o desenvolvimento do design de interfaces flexíveis. A material assinala que este projeto é baseado no middleware adaptativo OpenCom, da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, que permite que a aplicação se adeque às necessidades do usuário durante a sua interação com o dispositivo. De acordo com Vinícius, com o FlexInterface é possível detectar a dificuldade de cada usuário baseado na entropia da cadeia de Markov. Por exemplo, “na ocorrência de três erros de digitação, o sistema adapta-se com letras maiores para facilitar a visualização”.
Referências
Pastrelo, Davi Marques. Pesquisa do ICMC sobre interação de idosos com celulares é premiada. Disponível Aqui. Acesso em 02 de abril de 2012.