A perda auditiva pode ocorrer com a idade avançada, mas não necessariamente todas as pessoas sofrerão dificuldades com o envelhecer. Com o processo geral de envelhecimento do organismo observamos uma menor diferenciação de células, diminuição de proteínas, alterações químicas, circulatórias e hormonais. No ouvido então, podemos apresentar degeneração de plexos nervosos, de células sensitivas, alterações metabólicas e de circulação interna levando a perdas auditivas de variados graus e de manifestações diversas, às vezes acompanhadas de vertigens ou zumbido.
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Claudia Vaz *
O envelhecimento cerebral também pode interferir na compreensão, na inteligibilidade da fala. É comum a queixa ”ouço mas não entendo”. Alguns fatores estão relacionados com a maior probabilidade de perda auditiva com a idade, como a genética familiar onde já observamos sinais de perda auditiva a partir dos 40 anos, ou em algumas doenças até mais precocemente. Hábitos como tabagismo, vida estressante e sedentária, exposição crônica ao ruído sem proteção adequada ou orientação no trabalho, contato com agentes químicos tóxicos.
Algumas doenças sistêmicas interferem como, por exemplo, hipertensão, diabetes, colesterol alto, alguns tipos de reumatismo, doenças cardíacas, doenças pulmonares crônicas, principalmente se não for seguido tratamento adequado e feitas revisões periódicas com o médico para acompanhar evolução.
É importante que seja feito o diagnóstico de perda auditiva no idoso. Um exame simples de audiometria já demonstra o grau da perda e se ela predomina em agudos ou graves, o que pode implicar na dificuldade maior ou menor em determinados ambientes em que haja competição sonora ou barulhos que podem irritar ou provocar dor no ouvido.
O tratamento varia de acordo com o resultado dos exames e de indivíduo para indivíduo, podendo consistir de orientação, acompanhamento periódico, medicações para melhorar circulação do ouvido, controle de doenças sistêmicas e a prótese auditiva. Em casos raros o implante coclear. Hoje existe uma variedade de modelos de aparelhos auditivos e de seus recursos. Vale a pena salientar a necessidade de revisões periódicas com o otorrinolaringologista no caso do uso de aparelhos auditivos.
(*)Claudia Vaz é otorrinolaringologista
Fonte: Folha de Londrina. Disponível Aqui, 16/06/2011.