Comemorou-se no dia 15 de dezembro o 103º aniversário de Oscar Niemeyer que não desistiu de trabalhar até agora quando muitos já desistiram de viver há muito tempo. Bem no dia do seu aniversário, o arquiteto prova que está em pleno vigor da atividade intelectual e inaugura mais dois projetos.
Um centro de cultura e conhecimento às margens da Baía de Guanabara, em Niterói, outro em Avilés, na Espanha.
O de Niterói será a sede da Fundação Oscar Niemeyer e uma escola de arquitetura e humanidades e o da Espanha será um centro de produção cultural.
Sede da Fundação Oscar Niemeyer, Niterói – RJ | Centro Cultural Oscar Niemeyer, Espanha
Durante a comemoração que teve festa e bolo, um detalhe chamou-me a atenção: Ivan Daniel, de 5 anos, pediu à mãe para conhecer o ídolo e poder assim presenteá-lo com seus desenhos das obras do arquiteto. No meio de tantos adultos, furou o bloqueio e deu os desenhos dele para Niemeyer. “O que você quer ser quando crescer?”, perguntou o repórter. O garoto disse: “Oscar Niemeyer”
Para mim, a cena congelou aí. Senti-me extremamente orgulhosa do garoto, do artista e do meu País!
Orgulhosa do artista, do arquiteto brasileiro considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura Moderna Internacional, pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado, vencedor de inúmeros prêmios, aclamado pelo mundo afora, dominou as curvas, superou o tempo e aos 103 anos, ele surpreende, emociona o mundo com seus projetos e inspira os jovens a seguirem seus passos. Acredite, isso não é para qualquer um!
Orgulhosa pelo garoto porque diante de tanto estímulo na mídia atual, ele conseguiu se encantar por algo totalmente diferente do que um garoto da idade dele se encantaria normalmente, provando assim que tem personalidade, bom gosto e certamente, uma educação primorosa!
Orgulhosa do meu País porque foi berço desse grande e único artista e palco desse encontro da intergeracionalidade. Pois não é sempre que o velho inspira o novo nessa atual sociedade tão equivocada e esquecida de seus valores e sua história. E eu pensei: “É, talvez a humanidade ainda tenha jeito!”
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo, o Universo curvo de Einstein.” Oscar Niemeyer
Fotos: Wilton Junior – AE / EFE / Google Imagem