Os avós modernos se atrevem a dizer não

“Peço para que não me chamem na sexta-feira”, diz Tita Rojas (foto) avó de uma adolescente e um garoto e professora de yoga, à jornalista Laura Reina, do jornal La Nación (Argentina), para a reportagem intitulada “Los abuelos modernos ya no son los de antes”. Tita diz ainda que sua filha sabe que ela está disponível às segundas e quartas-feiras. Nos demais dias não.

 

 

os-avos-modernos-se-atrevem-a-dizer-naoA matéria assinala que as avós de hoje exercem a sua avosidade com alegria e sem comprometimentos, favorecendo sempre o seu tempo livre em suas obrigações. Suas vidas não giram em torno apenas de seus netos, mas em paralelo. As avós e os avôs modernos tem várias atividades durante a semana. São tão ativos quanto os netos. Uma das avós entrevistadas, Ketty Appel, 74 anos e cinco netos, comentou que “A escravidão foi abolida há muito tempo”.

De acordo com a reportagem, esse comentário se refere a síndrome de “avô escravo”, termo cunhado pela psicogerontologia e disseminado a partir da grande quantidade de idosos cuidadores sem tempo sequer de ir ao médico porque devem cuidar de seus netos enquanto seus filhos trabalham ou saem. O “avô” ou a “avó”, torna-se uma obrigação e não um prazer.

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A matéria traz ainda a voz de Luz Garcia Calvo, uma “avó dos velhos tempos”, mas que às vezes vive seu tempo livre. Com seus netos, de 10 e 6 anos, ela compartilha muitas atividades, entre elas o PlayStation e o Wii, mas longe de vencer qualquer jogo. Segundo ela, não foi difícil de aprender. Apesar de reconhecer que muitos avós vivem hoje de forma mais social, esta não é sua prioridade. Ela prefere curtir sua avosidade enquanto eles são pequenos e pode estar com eles, depois crescem…

Marcar território

A situação dos avós da Argentina não é tão diferente das do Brasil. Tanto lá quanto cá, muitos idosos não tem opção e ao invés de curtir seu tempo livre sentem-se na obrigação de ajudar seus filhos que não tem com quem deixar seus netos ou não tem dinheiro para pagar alguém que os cuide. Assim, eles vão ficando com uma sobrecarga de trabalho e de obrigações e ao mesmo tempo melhorando a qualidade de vida de seus filhos.

Outros idosos, com mais opções, tendem a viver sua liberdade cada vez mais, dizendo muitos “nãos” a filhos e filhas que querem impor o cuidado de seus netos enquanto eles se divertem. Muitos deles optaram por estudar, viajar, trabalhar, jogar, enfim, conseguiram se libertar da “escravidão” do papel de avós. Isso não quer dizer que seus netos não sejam importantes, pelo contrário, o tempo para eles é reservado e com toda intensidade, mas estão aprendendo também a viver um tempo sem muitas responsabilidades.

Referências

REINA, Laura. Los abuelos modernos ya no son los de antes. Disponível Aqui. Acesso em 13/05/2012. Foto: A Nação / Ricardo Pristupluk.

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