A notícia de que a polícia australiana encontrou em uma casa em Sydney os restos mortais de uma idosa – que completaria 87 anos em agosto – que faleceu há cerca de oito anos mostra a urgência de uma intervenção face ao processo de envelhecimento demográfico no mundo, fato que o Portal já havia anunciado no início de 2011 quando, em Sintra, Portugal, outra idosa, morta há 9 anos, foi encontrada junto ao esqueleto de seu cão, em seu apartamento, na área metropolitana de Lisboa. Esta notícia, publicada em julho pela agência EFE, é mais um caso, entre tantos denunciados pela mídia internacional.
Este é mais um caso trágico, assim como os demais, para tomarmos consciência do isolamento em que vive uma grande parte dos idosos. Na notícia, consta que a idosa australiana viveu isolada após uma disputa familiar. Os vizinhos, surpresos, disseram que acreditavam que a casa estava abandonada há anos.
Como nos demais casos, aqui também a polícia teve que arrombar a porta da casa, após receber uma ligação de uma cunhada da falecida, seu único parente vivo, que não a via desde 2003.
Nem família (a cunhada esperou 8 anos para comunicar o desaparecimento!), nem vizinhos (que não estranharam a ausência da idosa), nem órgãos públicos (a eletricidade da casa havia sido cortada há anos e o correio teve sua direção alterada antes de 2003), tomaram quaisquer atitudes ante a ausência da idosa.
Cenário da longevidade
Sem solidariedade não há longevidade sustentável. E para isso é necessário que a opinião pública tome consciência que este fato pode também tocar à nossa porta se nada for feito. O envelhecimento da população, especialmente da mais idosa, mostra a urgência de uma intervenção que envolve a todos: governo (em todas as suas instâncias), vizinhos, família e instituições de apoio social.
O que você acha que pode ser feito no Brasil para evitar casos tão trágicos como este?