Cremilda Medina oferece mais uma edição do curso de Narrativas da Contemporaneidades – Memórias Lúdicas – e você pode fazer parte dessa história
São dez encontros, às quartas-feiras, comandados por ela, que é uma das maiores professoras da ECA/USP de todos os tempos. Quem não é de São Paulo, dificilmente terá outra oportunidade, pois esse curso deve retornar ao formato presencial a partir do próximo ano. Normalmente, é a opinião do cliente o termômetro de um produto. Destacar alguns depoimentos de alunos de cursos anteriores é uma ótima ferramenta de marketing, mas vamos fazer melhor, vamos compartilhar todos os depoimentos por ocasião do aniversário de 80 anos da professora comemorado em março passado. A apresentação, na forma de um glossário, feita por ela mesma, serve para orientar o primeiro encontro da nova turma da qual ainda há tempo para você se inscrever:
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“Manhã de 16 de março de 2022, completo hoje oito décadas de vida e me surpreendem nas infovias: recebo um e-mail de Mário Lucena, com um e-book anexado, Livro dos Afetos, Homenagem a Cremilda Medina. Jamais imaginada, tal surpresa-homenagem apresenta os principais alicerces da oficina pedagógica a que me dedico desde tempos imemoriais, ou melhor, desde os anos 1960. Com acento na relação aluno/professor, este grupo maduro que assina as mensagens, reúne individualmente tantas histórias de vida e práticas profissionais que só um Espaço de LongeViver poderia congregar. Há uma pluralogia subjacente que me afeta em profundidade e, mais ainda, revolve o acúmulo de emoções solidárias. Se o pretexto é escrevermos Narrativas da Contemporaneidade e no ciclo da pandemia enfrentarmos a Covid-19 com Memórias Lúdicas, neste aniversário só posso registrar em um glossário de afetos o quanto estou afetada. Assim:
Nas sínteses biográficas com que Mário Lucena me apresenta, fica latente a motivação ao impulso de mudar, mudar para melhor, se transformar na busca da humanização; na sequência de depoimentos, por ordem alfabética, Abrão Jacó Goldfeder enriquece o glossário com o valor do cotidiano, o relato das situações simples, mas de rico significado na vida; para Ana Carneiro, o ato de estar afeto a não é o sentimento corriqueiro e sim, o compromisso com as vozes e as circunstâncias externas; e nessa rede de afetos, observa Ana Elisa Rodrigues Bueno, ocorre na partilha e convivência da Oficina de Narrativas da Contemporaneidade; há atos culminantes como o que narra Ângela Balbão, outra surpresa inesquecível em final de 2019, por ocasião dos 55 anos de casamento com Sinval Medina e o lançamento de nosso livro, celebrado pelo grupo, em que ninguém lembrou de levar lenço para as lágrimas de felicidade que gotejavam aqui e ali; lágrimas, emoções, insghts do universo intuitivo revalorizados por Aurora Yasuda que, confessa, a libertam do pensamento lógico sedimentado; Cecília Borges elege a poesia para representar sua transformação facial, segundo a observação do filho, a aula deve ter sido muito boa/ seus olhos parecem dois faróis acesos; os encontros, para Célia Morato Gagliardi, também merecem um poema que canta as admiráveis memórias / que a todos encanta; a circunstância presente também serviu, segundo Cíntia Liesenberg, para salvar dos horrores do claustro e do contexto imposto por essa pandemia; mesmo no claustro, Cléo Brito seencorajou a caminhar pela escrita; em prosa ou verso, como o faz Cristiane Pomeranz, as histórias brotam no pensamento/ vida narrada em escritas/ felizes/ doídas/afetadas; Cynthia Milani agradece a pluralidade de processos narrativos do que nomeia escrita afetiva e reconhece o brilho dos horizontes de conhecimento na interdisciplinaridade praticada; Dulce Perdigão deseja que esse brilho esteja em contínuo contágio; o segredo é não cansar, anuncia Etty Verissimo, numa espécie de fôlego de nove gatos; mesmo à distância, estreitam-se os encontros, com gente de várias regiões brasileiras e do Exterior, nesse fôlego de pensamentos e reflexões, saindo da solidão do autor para compartilhar vivências, escreve Francine Forte, intercalando prosa e poemas ao ritmo de memórias lúdicas, na linguagem do saber comum; Ione Almeida abre as Janelas para a travessia que preserva a saúde mental e os exercícios narrativos se libertam dos relatórios técnicos, das rotinas profissionais; na perspectiva de Jorge Lobato, a experiência da oficina, sem desvalorizar os elos das profissões e do conhecimento acadêmico, põe em relevo a leveza da horizontalidade relacional; e nessa leveza, Kátia Saraiva, se vale da miudeza cotidiana para transformar uma simples manteiga em um dos textos mais deliciosos que já escreveu; a riqueza do compartilhamento de saberes, histórias, memórias, conquistas, descobertas, alegrias e tanto, tanto conhecimento e paciência ultrapassam, segundo Márcia Cabral, o mapa presencial de salas ou a lonjura da Internet para abrigar, de qualquer forma, a pluralidade dos errantes; porque, diz Maria do Carmo Guido Di Lascio, em qualquer ambiente se puxa um novelo de sentimentos; ou, para Maria Eliza Henriques Silva, a oportunidade de voar de asa delta ou pular de paraquedas…; talvez um dos esforços de quem acompanha esses voos coletivos seja, no entender de Maria Lígia Pagenotto, a disposição para a escuta e o acolhimento; ou nos versos de Marie Claire Eshkenazy, uma presença marcante e envolvente em casa, na academia ou no espaço digital; Marisa Magnus, com o olhar de linguista, primeiro lança essa presença nas palavras e destas para as redes simbólicas, depois, prefere se projetar na humanidade cujas setas atravessam a existência em diferentes ciclos de vida e, a seguir, chama a atenção para a viajante curiosa e observadora; alegrias e coragem, deseja Marisa Matsumura à parceira/orientadora da viagem em que a convidou a passar para o papel os seus sentimentos mais profundos; mas certamente, além de profundos, sentimentos positivos e Marlene Pereira da Rocha desconfia que a regente da orquestração, ao motivá-los, nem imagina o quanto alcança dessa forma; as pontes que se erguem em décadas de trabalho, na interpretação de Neyza Bravo Mendes Furgler, remetem à cumplicidade e companheirismo; ou o significado da palavra Afetar, que compreende o signo da relação entre Eu e o Outro, para Rita Duarte do Amaral; já Rosana Leal acentua a escrita que derruba as estruturas arcaicas para a comunicação mais eficaz; o horizonte alcançável para além do ano caótico se fez narrativa de incertezas e esperanças e por isso Rosineide Santos saúda a oficina do ano 2020; saudação poética que Selma de Freitas Silva amplia em adornos e cores, estampas, um jeito de se apresentar, de conviver no ofício afetar; de 1980, em livro, ao século XXI, agora em presença, Solimar Garcia reencontra a autora de Entrevista, o Diálogo Possível, e constata que a professora-personagem é real; nada como transcriar o protagonista real em personagem com o faz na história de vida Sônia Azevedo, acentuando o tom maior da brincadeira ou, como sugere, trabalhar ludicamente com as memórias de vida é poder reviver o que vale a pena viver; e tornar nossas quartas-feiras mais belas e divertidas numa escrita presentificada, com o deslocamento de narradores e outras tantas maravilhas, na voz de Suely Tonarque, que conclui este inusitado e-book a mim dedicado no dia 16 de março de 2022.”
Haverá Glossário de Afetos mais polifônico e polissêmico?
Nem 34 abraços apertados agradecem o Gesto Dest’Arte.
Foto destaque de Yaroslav Shuraev/Pexels
Serviço
Oficina online de escrita: Memórias Lúdicas com Cremilda Medina
Datas: Quartas-feiras (27 de abril – 29 de junho)
Horário: 15h às 17h
Modalidade: online
Profa. Dra. Cremilda Medina – Professora sênior da USP
Descontos: estudantes, ex-alunos nossos, ex-alunos do Fragilidades na Velhice, alunos e ex-alunos da ECA/USP e associados a ADECON têm 20% de desconto. Basta enviar mensagem para o e-mail cursos@portaldoenvelhecimento.com.br