Melhorar a imunidade em tempos de coronavírus - Portal do Envelhecimento e Longeviver
Ícone do site Portal do Envelhecimento e Longeviver

Melhorar a imunidade em tempos de coronavírus

Em tempos de pandemia pelo coronavírus, além de todas as medidas de prevenção e proteção recomendadas, temos que melhorar nosso sistema imunitário, pois ele determinará como a infecção evoluirá. Se a imunidade estiver funcionando adequadamente, a infecção vai evoluir sem doença ou com doença leve; se estiver com seu funcionamento comprometido, a tendência é que a infecção evolua para doença moderada ou grave.

Eduardo Tosta (*)


Existem duas maneiras de se proteger contra o coronavírus: evitando a infecção (contágio) ou evitando que a infecção se transforme em doença, especialmente doença grave e potencialmente letal. Estaremos livres da infecção se não tivermos contato com pessoas infectadas, utilizando-se os procedimentos amplamente divulgados. No caso de o contágio acontecer, três situações poderão ocorrer: (1) infecção assintomática (sem doença); (2) doença leve ou moderada; (3) doença grave e potencialmente letal. É o estado de saúde do sistema imunitário que determinará como a infecção irá evoluir. Se ele estiver funcionando adequadamente, a infecção evoluirá sem doença ou com doença leve, como acontece com a grande maioria dos casos; se estiver com seu funcionamento comprometido, a tendência é que a infecção evolua para doença moderada ou grave.

Assim, é essencial nosso empenho para a manutenção da saúde imunitária, especialmente porque ainda não dispomos de vacina nem de imunidade prévia, por se tratar de um novo vírus.

Como ajudar a manter e fortalecer a saúde imunitária?

1. Evitar o medo e o pânico: eles causam ansiedade, que aumenta a produção de cortisol e outras substâncias depressoras da imunidade.

2. Reduzir a ansiedade: A maneira mais prática, rápida, eficaz e sem efeitos colaterais para se reduzir a ansiedade é a respiração controlada. Pratique-a muitas vezes por dia: sente-se com as costas retas, feche olhos e boca, respire lenta, suave e o mais profundamente possível por alguns minutos, com total atenção na entrada e na saída do ar. Além de sua ação ansiolítica instantânea e poderosa, a respiração controlada aumenta substancialmente a oxigenação do organismo e, em consequência, melhora o funcionamento de todas as células, inclusive as do sistema imunitário.

3. Manter um regime de sono regular: basta uma noite mal dormida (quantidade ou qualidade) para prejudicar a imunidade.

4. Reduzir o consumo de álcool, tabaco e drogas: todos podem comprometer a imunidade.

5. Hidratação adequada: Entre 55% e 60% de nosso corpo é constituído por água: ela é essencial para o funcionamento de todas as células e órgãos, inclusive os responsáveis pela defesa contra agentes infecciosos. Uma hidratação inadequada resseca as mucosas e as tornam vulneráveis às infecções, compromete as funções do sistema imunitário, estimula a inflamação, sobrecarrega o coração e os rins, compromete as funções cognitivas do cérebro e causa fadiga e desmaios. As perdas diárias de água pela urina, suor, evaporação pela pele, respiração e fezes precisam ser repostas por água pura, ou água com limão, em volumes de 2,0 litros/dia (mulheres) e 2,5 litros/dia (homens), ou cerca de 30 ml/kg/dia. A hidratação cuidadosa é especialmente importante nos idosos já que nesta população a sensação de sede está diminuída.

Não perca nenhuma notícia!

Receba cada matéria diretamente no seu e-mail assinando a newsletter diária!

Verifique sua caixa de entrada ou a pasta de spam para confirmar sua assinatura.

6. Suplementação de vitaminas, sais minerais e outros: A manutenção da integridade e da funcionalidade do sistema imunitário depende de níveis adequados de vitaminas e sais minerais, especialmente na população idosa, onde ocorrem frequentes carências. Além disso, várias vitaminas e sais minerais exercem ação antiviral comprovada, embora não tenham sido ainda testados em relação ao COVID-19. Convém lembrar que tais compostos em excesso podem ter efeitos nocivos para a saúde:
Vitamina A: atua contra o vírus do sarampo, HIV, coronavírus aviário.
Vitaminas B: atuam contra o coronavírus MERS-CoV.
Vitamina C: atua contra vários vírus responsáveis por infecções respiratórias humanas e coronavírus aviário.
Vitamina D: atua contra o coronavírus bovino.
Vitamina E: atua contra o coxsackievírus e coronavírus bovino.
Selênio: atua contra o vírus da influenza, coronavírus aviário e bloqueia mutações virais.
Zinco: atua contra o vírus do sarampo e o coronavírus SARS-CoV.
Ferro: bloqueia mutações virais.
Ácidos graxos ômega-3: atua contra o vírus da influenza e o HIV.

7. Alimentos fortalecedores da imunidade e com atividade antimicrobiana:

Todas as medidas aqui propostas têm base científica comprovada, são isentas de efeitos colaterais indesejáveis, desde que adotadas com sensatez, e poderão concorrer para proteger não só do coronavírus, mas de qualquer outro agente infeccioso.

Referências
Zhang L, Liu Y (2020). Potential interventions for novel coronavirus in China: A systematic review. Journal of Medical Virology DOI: 10.1002/jmv.25707 7.

(*) Eduardo Tosta – Médico imunologista, professor emérito da Universidade de Brasília


Curso a ser ministrado no Espaço Longeviver dará uma visão sobre quais são as grandes síndromes geriátricas e sua repercussão para a vida do idoso, de seus familiares e grupo social. Identificação de oportunidades de melhoria da qualidade de vida dos portadores. Inscrições abertas em: https://edicoes.portaldoenvelhecimento.com.br/produto/curso-sindromes/

Portal do Envelhecimento

Sair da versão mobile