Livres e sem medo do “mouse” - Portal do Envelhecimento e Longeviver
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Livres e sem medo do “mouse”

roliferam os cursos de informática voltados para um segmento da população que cresce a passos largos: os ditos mais velhos ou como muitos chamam “os idosos” ou aqueles que chegaram na terceira idade ou quarta idade, não importam os rótulos, a tecnologia está ao alcance de todos.


E qual a razão desse fenômeno que já está longe de ser considerado uma novidade? Bem, alguns contam que brincar com as crianças através dos jogos eletrônicos é uma forma de estar próximo dos mais jovens e entender esse estranho e, ao mesmo tempo, atraente mundo contemporâneo.

Outros veem nas redes sociais uma possibilidade de reencontrar e conhecer novas pessoas e assim, entrar no mundo virtual em que tudo ou quase tudo, parece possível. Tem aqueles que justificam o interesse, pela importância das ferramentas de trabalho disponíveis e que facilitam a entrada e permanência no mercado de trabalho, como é o caso do aposentado Claudinei de Oliveira, 69, do Além Ponte, que declarou à imprensa nacional o seguinte: “Uma das razões que me trouxe a fazer o curso é o fato que todos os contratos são feitos por computador. Eu não sei fazer isso, então a cobrança é muito grande e vem de todo lado”.

Segundo Oliveira, há pelo menos 15 anos teria sido ministrado no Senac de Sorocaba o primeiro curso de informática direcionado aos imobiliários, recorda-se o aposentado. “Na época não quis fazer e ainda desacreditei. Brincava com os colegas dizendo que não ia pegar, mas hoje vejo todo o ramo imobiliário informatizado”, ressalta. A expectativa agora é aprender não apenas para acompanhar essa evolução, mas para ganhar tempo com transações bancárias, sem precisar se deslocar até uma agência, e fazer pesquisas pela internet, revela Oliveira.

Dificuldades

Silvério ressalta que “a maior dificuldade em aprender informática em casa é a falta de tempo dos filhos”, segundo depoimento de alguns alunos. Frases como: “Tem o computador lá em casa, mas eu não sei nem ligar” ou “Eu pergunto, mas eles acham mais fácil fazer, então dizem: ‘é assim ó!’”, são comuns e representam grande parte das justificativas que explicam as dificuldades ou resistência encontrada em se lidar com a inevitável tecnologia.

Livre do medo do computador e corajosa diante das improváveis “ameaças do mouse” Virgínia Barisson, 80 anos, desabafa à imprensa: “Pensei comigo: quer saber de uma coisa? Vou fazer um curso e aprender!”.

Cursos adaptados

“A coordenadora do Clube do Idoso, Anésia Moraes Rosa, esclarece que o curso dirigido ao público da terceira idade tem que suprir suas necessidade, sendo, então, preciso algumas adaptações para estimular o aprendizado”, informa Silvério no artigo “Idosos aderem cada vez mais às tecnologias”.

No mesmo artigo, Rosa destaca: “Tiramos a prova porque assustava. Desta forma o instrutor passou a acompanhar mais atentamente a evolução de cada um para que consigam atingir seus objetivos. Não adianta seguir toda aquela metodologia que não vai funcionar e vai afastar ainda o pessoal”.

Geração “3T: Trocar o Tricô pelo Teclado”

Evans, na reportagem “Idosos derrubam estereótipos e descobrem mundo de possibilidades na internet” afirma que “está nascendo, ou melhor, renascendo, uma geração disposta a não ter fronteiras e a quebrar os antigos rótulos que um dia impuseram a ela. E carrega consigo o nome ‘3T – Trocar o Tricô pelo Teclado’. São homens e mulheres acima dos 65 anos que decidiram abrir seus leques de oportunidades e decolar no mundo virtual. São vovôs e vovós que estão nas redes sociais, trocam e-mails, mensagens, rodam o mundo com um só clique e se comunicam com o universo por meio das novas tecnologias. Sabem mais que muito marmanjo por aí e garantem: estão mais jovens e felizes, alguns até mais próximos dos netos e filhos. Para especialistas, otimistas com essa revolução, a cada clique a geração 3T está beneficiando a mente e a alma, já que a web pode ser uma das armas para evitar o mal de Alzheimer e a solidão”.

Alertamos aos colegas, profissionais da mídia em geral, que nem sempre esses senhores e senhoras entrevistados são necessariamente “vovós e vovôs”. Definitivamente essa forma de se dirigir à alguém considerada “mais velha” é, no mínimo, pouco apropriada e inconveniente.

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Dados estatísticos

De acordo com uma pesquisa divulgada em fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), a nova geração está começando aos poucos. O instituto entrevistou 20.736 pessoas de 65 a 75 anos entre julho de 2011 e agosto do ano passado, nas regiões metropolitanas das principais capitais do país, entre elas Belo Horizonte. Segundo o estudo, 52% dos entrevistados afirmam que se confundem com os computadores, mas no mesmo grupo, 28% já tratam de se manter atualizados com os avanços tecnológicos.

Em relação ao uso da internet, as pesquisas apontam crescimento no número de usuários seniores nos últimos anos. Em 2012, de acordo com o Ibope, havia em todo o país 94 milhões de brasileiros internautas. Em janeiro de 2013, os idosos representaram 1,95% desse total, o que revela uma alta de 8,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Quando comparado com 2011, esse aumento é ainda maior: 39,3%. ‘É uma nova tendência. Existe cada vez mais a preocupação dessa turma em aprender e estar atualizado’, comenta, satisfeito, o geriatra e diretor-geral da Universidade Aberta da Terceira Idade, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Renato Veras.

A satisfação do especialista é porque, a cada clique, os novos internautas descobrem o mundo de possibilidades que a web oferece. A geração 3T não quer saber mais dos velhos estereótipos que seus avós um dia receberam. “Não queremos ser um grupo que se isola, que fica em casa, faz tricô e pronto. Queremos participar e fazer barulho”, comenta Maria Eugênia Cerqueira, de 65 anos, e uma das criadoras do blog Amantes da Vida – um site com dicas culturais, gastronômicas e turísticas voltado para os maiores de 50.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia/MG, Rodrigo Ribeiro dos Santos, há dois grupos de idosos no Brasil: aqueles que usam as novas tecnologias, como Maria, e outros que têm preconceito em usar e aprender, ficando completamente à margem disso. “Os que usam estão tentando reduzir o isolamento social, estão vendo aí um lazer e uma distração”. Rodrigo afirma que todos os cidadãos deveriam fazer atividades sociais para manter o bom funcionamento cerebral. “O medo do Alzheimer tem feito com que muitas pessoas estimulem suas funções cerebrais com essas tecnologias”, afirma, lembrando que, antigamente, se dizia que palavra cruzada era bom para evitar a doença, assim como o jogo de cartas chamado paciência. “É bom, mas não é só isso. Tem que fazer atividades variadas”, diz.

Ao usar as tecnologias, o especialista aconselha o internauta a mexer com e-mails, jogos, notícias e redes sociais como variedade de recursos para a mente. “São atividades com características diferentes. As tecnologias estão suprindo uma série de demandas e necessidades sociais. Há uma geração enorme que já nasceu com essas tecnologias como parte da vida. E para outra que não teve essa intimidade com a máquina. Por isso, ao ser tornar parte desse universo, se sentem mais jovens e atualizados”, diz.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos – pessoas com mais de 60 anos – somam 23,5 milhões de brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. Na comparação entre 2009 (última pesquisa divulgada) e 2011, o grupo da terceira idade aumentou 7,6%, ou seja, mais 1,8 milhão de pessoas. Há dois anos, eram 21,7 milhões de pessoas. São Paulo é o estado com o maior número de idosos: 5,4 milhões. Em seguida vem Minas Gerais, com 2,6 milhões, e Rio de Janeiro, com 2,4 milhões.

Dicas de especialistas para entrar no “admirável mundo novo”

  1. Procure um curso de computação para impulsioná-lo a usar a máquina
  2. Não tenha medo de errar
  3. Pergunte sempre a alguém sobre suas dúvidas
  4. Tente fazer você mesmo, e não fique nervoso com os seus erros.
  5. Fuçar é uma maneira interessante de conhecer os recursos dos computadores
  6. Crie perfis nas redes sociais, você vai rever amigos, parentes e conhecer
  7. pessoas novas
  8. Crie e-mails e outras ferramentas para se comunicar
  9. Nunca deixe de se atualizar

Referências

SILVÉRIO, T. (2013). Idosos aderem cada vez mais às tecnologias. Disponível Aqui. Acesso em 15/03/2013.

EVANS, L. (2013). Idosos derrubam estereótipos e descobrem mundo de possibilidades na internet. Disponível Aqui. Acesso em 15/03/2013

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