A Liga da Enfermagem e Família, criada em outubro de 2011, foi a primeira Liga organizada pela própria Escola de Enfermagem (EE). Um dos principais objetivos é formar os alunos para que consigam intervir para abrandar os impactos decorridos de tumores, doenças crônicas, pediátricas, entre outras, nos familiares do paciente.
Blog da reitoria USP *
“Nós procuramos ajudar a família a crescer nas suas competências e a cumprir suas funções em uma situação de doença” declara a professora da Escola de Enfermagem, Margareth Angelo, uma das supervisoras da Liga. “Conhecendo e avaliando o sofrimento, pode-se diminui-lo junto às famílias”, completa.
Margareth, introdutora desta área do conhecimento na EE, inspirou-se no Grupo de Estudos em Enfermagem e Família, que coordena desde 1995, e que também analisa situações em que a família cuida de um parente adoecido dentro de casa, estudando as melhores formas de dar suporte aos que ficarão responsáveis pelos cuidados. Para a docente, tanto a Liga quanto o grupo ajudam os estudantes a terem contato desde cedo, na graduação, com a prática da enfermagem da família. Isso porque, em sua visão, a enfermagem deve ser “direcionada à família e em conjunto com a família”, dando apoio aos parentes de pessoas em situação de doença.??
A importância da família
“O grupo foi criado pois a família é um grande alvo de atenção na sociedade, então deveria ser na saúde também”, afirma Margareth. “Durante o processo de formação do profissional de saúde – no nosso caso, os enfermeiros – o foco sempre foi o paciente, então nós buscamos fortalecer esse novo campo da formação, o familiar”.
A formação de uma Liga, porém, não foi uma iniciativa da professora, mas sim dos próprios estudantes. “Os alunos sempre participaram de Ligas, mas principalmente das que eram realizadas em conjunto com a Faculdade de Medicina [da USP ]“, conta a professora. “Surgiram no grupo de pesquisa vários alunos de graduação que se motivaram em organizar uma Liga própria”.
Mais comuns na área de saúde, Ligas são associações que promovem ações extra-classe, como pesquisas e atividades práticas voltadas a um determinado campo do conhecimento, agregando estudantes interessados. De acordo com a docente, um dos pontos mais interessantes deste projeto é a autonomia. “Os estudantes planejam os cursos, as reuniões e as atividades. Eu e os outros professores estamos lá apenas para dar o apoio e a supervisão que eles necessitam”. A Liga é aberta a alunos de todos os anos do curso de enfermagem. “Para que essa ideia se torne um componente essencial na formação, é necessário que eles tenham um contato forte desde cedo na graduação”, declara Margareth.
Apesar do curto tempo de existência – a Liga foi fundada em outubro do ano passado – a procura para os cursos introdutórios, realizados no final de 2011, foi muito grande, com cerca de 50 estudantes. Margareth acredita, porém, que o grupo ainda tem muito a avançar: “Só foi realizada a prova de seleção. Após o início do ano letivo a Liga começa as reuniões, as aulas, os estudos de caso e os exercícios de treino. Depois, será indicada uma instituição de saúde entre as já utilizadas pela EE para, um dia por semana, escolhermos as famílias para que os alunos, supervisionados pelos docentes e alunos do doutorado, façam a avaliação e intervenção”.
* Fonte: Blog da reitoria, com informações do USP Online, 10/1/12). Acesse Aqui