“Joy”, o filme, faz repensar sobre a vida feminina

“Joy”, o filme, faz repensar sobre a vida feminina

É sempre gratificante participar do debate promovido pelo Projeto “Itaú Viver Mais – Cinema”. O público, maioria mulheres (55+) tem participado ativamente, contribuindo com suas experiências de vida. O filme “Joy: O Nome do Sucesso”, primeiro de 2016, uma comédia dramática americana, é rico em apontar situações vividas por uma família cujos problemas financeiros e afetivos vividos na tela são similares a muita gente na vida real. 

 

O cineasta Ettore Scola, falecido recentemente (19/Jan/2016) dizia que: “O cinema não pode mudar o mundo nem a realidade, mas pode ajudar a refletir”. No debate ocorrido após a sessão de cinema com o filme “Joy: O Nome do Sucesso”, no dia 26 de janeiro no shopping Frei Caneca, em São Paulo, sob a responsabilidade da equipe do Portal do Envelhecimento, as participantes apontaram vários aspectos que o filme discute como sendo vividos em sua realidade. Portanto, a reflexão é que o filme é um canal para repensar trajetórias de vida e interação.

O filme, baseado em história na vida real, trata em pleno século XXI do papel da mulher no mundo de negócios, considerado ainda território masculino, mostrando perseverança e tenacidade em busca do sonho americano pela perspectiva da mulher. Trata-se de empreendedorismo feminino, de superação que agrada o público e que nos faz lidar com os desafios que temos para enfrentar o longo caminho da vida com dignidade. É dirigido por David O. Russell (Trapaça e, O Lado Bom da Vida) e no elenco, além da atriz indicada ao Oscar, Jennifer Lawrence, estão atores consagrados, como Robert De Niro, Bradley Cooper, Isabella Rossellini e Edgar Ramírez.

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Entre as falas do debate, destacam-se:

– A importância da família, seja ela qual for. Foram apontados aspectos que podemos ver que o cinema, apesar de ficção é muito real. Quando no filme Roberto De Niro (que interpreta o pai) é “devolvido para sua família primeira, pela 2ª mulher”, uma participante comentou que embora a situação (engraçada e aparentemente irreal) é mais comum do que se imagina. Ela mesma conhecia a história de uma amiga cujo marido foi devolvido, enfatizando: “devolvido doente”. No filme a família aceita a “devolução” do marido, pai (reincidente em divórcios) com muita naturalidade. Embora com muitas dificuldades financeiras e estruturais, o aconchega no meio dos conflitos que fazem parte do cotidiano da família e que são administrados no dia-a-dia.

– O papel da avó, grande incentivadora da neta (protagonista Joy) foi outro ponto que marcou o debate pontuado pela importância da convivência intergeracional. O filme focou quatro gerações de mulheres. A avó, experiente, era generosa e a grande cuidadora da casa, ajudando nos cuidados dos netos, dando conselhos afetivos e práticos. “Joy” é apoiada pela avó desde criança, que pede o tempo todo para ela não desistir dos seus sonhos e lutar com as muitas adversidades.

– O poder do marketing, que aparece no filme na apresentação do produto inventado pela protagonista em um canal de vendas levou a plateia a questionar o consumo desenfreado e desumano que a publicidade enganosa apresenta. Aparência e preconceito ficou evidente, e é tão atual em nossa sociedade quanto a retratada no filme. Portanto, se espera que a viv6encia cada vez mais prolongada da vida humana traga mais experiência e capacidade de perceber que alguns valores materiais impostos pela sociedade devem ser deixados para trás. Ter novos valores de consumo e abandonar preconceitos é uma lição que vimos como importante para o público que participou do debate. É gratificante para o debatedor perceber que o público reconhece que envelhecer é mudar!

– Sonhar, ir atrás dos nossos objetivos, lutar por direitos e cidadania não é um movimento de jovens, somente. Vimos na plateia que a importância de não desistir diante das dificuldades, desejo de ir à luta, continuar vivendo e participando é fundamental. Emociona e reforça atitudes positivas de não deixar que o nosso futuro seja contaminado por ingerências e que ir à luta pelos direitos é um Plus ao nosso longeviver. Não desistir e exigir do poder público e sociedade civil valores que nos reconheçam na maturidade também.

– O poder feminino é o grande foco do filme do começo ao final. São quatro gerações de mulheres que querem mudar seu cotidiano. Joy nos faz reviver uma juventude que pode ser possível a qualquer momento do nosso amadurecimento. Ser uma mulher de negócios, ter muito dinheiro não traz necessariamente a felicidade, porém a protagonista “Joy” nos leva a perceber que a construção das nossas vivências passa por dificuldades, ambições, lutas diárias com nossos pares dentro da família. A protagonista tem um papel que abandona a ideia do príncipe encantado salvador das nossas angústias. “Joy”, como muitas mulheres, percebe em seu amadurecimento, que embora a família seja importante não é para abandonar nossas ambições que muitas vezes o núcleo familiar nos leva a abandonar na primeira esquina.

Conceição De Souza

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