A importância do uso dos limpadores linguais nos pacientes idosos

Este trabalho analisa a literatura concernente aos limpadores linguais, face à sua importância primordial não só na higiene bucal como em sua participação na qualidade de vida do idoso de uma forma complementar, mas não menos significativa. Buscou-se conhecer a maioria dos tipos disponíveis no comércio brasileiro e destes foi feita uma classificação por material de confecção e formato da ponta ativa.

Jacy de Azevedo Leite e Prof. Dr. Fernando Luiz Brunetti Montenegro *

Também se procurou fazer uma padronização sobre sua aplicação, freqüência de uso, limpeza e troca. Do analisado, obteve-se as seguintes conclusões: a limpeza da língua, particularmente nos pacientes acamados e nos idosos em geral mostra-se como medida necessária; a grande presença bacteriana nesta região parece ser fator significativo na contaminação pulmonar, muito freqüente nesta faixa etária; o limpador lingual se mostra como um meio complementar de limpeza bucal muito eficiente na 3a idade; seu uso deve ser difundido entre todos os envolvidos com os cuidados de saúde com pacientes idosos e de todas as faixas etárias.

“É desejável que a superfície da língua seja limpa. Nada dará à boca uma sensação de refrescância do que uma língua limpa. Deve-se recomendar que a língua seja completamente limpa no nascer de cada manhã como o último passo na técnica de higiene bucal”.

Greene Vardiman BLACK (1936)

Introdução

Já faz parte de nossa realidade o constante e gradativo aumento do número de idosos em nível mundial. E no Brasil, como a situação não é diferente, projeções da Organização Mundial da Saúde – OMS indicam que esta parcela da população crescerá cerca de dezesseis vezes até 2025, contra apenas seis vezes da população em geral. Os cuidados médicos para esta população devem estar centralizados essencialmente na melhoria da qualidade de vida, com especial atenção à prevenção de doenças e enfermidades(4).

Além das alterações anatômicas e fisiológicas que promovem o processo degenerativo próprio da idade, podemos também lembrar as doenças ou estados patológicos diversos, que muitas vezes obrigam os pacientes a serem internados ou mesmo que fiquem imobilizados numa cama, prejudicando de forma geral toda a qualidade de vida do paciente.

Dentre os problemas de saúde que acometem pacientes idosos, um está relacionado diretamente com sua saúde geral, que é a nutrição, pois quando os pacientes apresentam próteses as quais estão desadaptadas ou mesmo são removidas, prejuízos ao Sistema Estomatognático se farão apresentar, pois estes pacientes passam a ingerir mais alimentos líquidos e pastosos, pela dificuldade de mastigação de alimentos mais consistentes que seriam necessários para um bom funcionamento do seu Sistema Digestivo, particularmente as fibras. (23).

O idoso está cada vez mais motivado para cuidar da saúde bucal porque já percebeu que um número maior de dentes naturais na boca irá proporcionar maiores benefícios sociais e biológicos como a estética, a boa fonação, o conforto para mastigar e deglutir e, ainda, se deliciar com o sabor dos alimentos. Por isso, é cada vez maior o número de indivíduos que chegam à terceira idade com um grande número de dentes naturais (BRUNETTI; MONTENEGRO, 2002).

Considerando os diversos meios de preservar as estruturas dentais, as medidas de uma correta higienização são as mais importantes com o uso de escovas de dentes, fio dental, escovas interdentais e demais dispositivos de limpeza conforme as características clínicas de cada caso. Mesmo que o paciente esteja acamado ou mesmo impossibilitado de realizar uma correta higienização, é importante que seu cuidador saiba fazer eficientemente a limpeza bucal e lingual.

Atualmente, a maioria da população, ainda não tem por hábito fazer a higienização da língua, porém esta é de fundamental importância, pois quando a sua estrutura não está devidamente limpa, fica recoberta por restos alimentares, bactérias, células mortas, o que denominamos de saburra lingual que está intimamente relacionada com pneumonia aspirativa, mau hálito e a não-percepção do gosto dos alimentos, em decorrência das papilas gustativas estarem obstruídas.

Pacientes que apresentam hipertensão, diabetes, podem ainda agravar mais suas doenças, pois para sentirem melhor o sabor dos alimentos vão ter que adicionar maior quantidade de sal ou açúcar, cujo excesso no uso é um dos maiores problemas dos controles para cardiologistas e endocrinologistas ao redor de todo o mundo (6, 8,15).

Embora o dorso da língua pareça abrigar um dos mais complexos nichos microbiológicos, o conhecimento em relação ao papel da flora lingual na saúde e doença é muito limitado. Similarmente, a natureza da saburra lingual e os fatores que influenciam seu desenvolvimento e composição são pouco conhecidos. Recentemente, novos conhecimentos têm emergido na relação entre biofilme lingual e halitose, que tem dado início a um interesse científico crescente no estudo da microbiologia lingual e nos fatores que influenciam este microambiente (36).

Geralmente, o mau hálito originado na própria cavidade oral, (13) é o resultado da produção de componentes mal-cheirosos produzidos pelas bactérias orais (28). Muitas bactérias na saliva, placa e amígdalas podem produzir compostos sulfurados voláteis (CSV), ácidos butírico, propiônico, valérico e cadaverina podem contribuir para a mistura complexa de moléculas com odores encontradas no ar exalado (16). Acredita-se que, os principais compostos responsáveis pelo mau hálito são: sulfato de hidrogênio (H2S), metilmercaptana (CH3SH) e sulfato dimetil (CH3SCH3), que contribuem com, aproximadamente, 90% de CSV (25, 44)

PERSSON et al.(30,31) mostraram que patógenos periodontais como Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermédia, Tannerella forsythia e Treponema denticola geram montantes significativos de CH3SH e H2S derivados de L-metionina e L-cisteína, respectivamente. Porém, apesar de alguns estudos sugerirem que a presença e severidade da doença periodontal possa contribuir para a intensidade do mau hálito (14, 42), muitas investigações (3, 40) têm demonstrado que o mau hálito não está unicamente associado à periodontite. Entretanto, numerosas investigações indicam uma correlação entre o mau hálito e a quantidade de saburra na língua (27). Além disso, a microbiota lingual pode ter um papel importante, em se falando de mau hálito, quando comparada às bactérias subgengivais (28).

No tratamento da halitose, por saburra lingual, o objetivo é a eliminação dos CSV, que devem ser removidos mecanicamente, através de limpadores de língua de forma adequada.

Existem dois tipos básicos de instrumentos para este ato no mercado brasileiro : os raspadores linguais, sejam de plástico ou metálicos, têm um afinamento em sua ponta ativa,que raspa as papilas,delas removendo os restos.Seu uso continuado,em pacientes idosos depauperados fisicamente deve ser feito com reservas,pois podem remover uma camada superficial do epitélio lingual o quê lhes causará grande incômodo no dia-a-dia .São indicados para pacientes saudáveis de qualquer idade,salvo a exceção acima citada.

Os higienizadores linguais têm sua extremidade totalmente arredondada e polida,não infringindo qualquer dano ,em condições normais de uso, ao epitélio e papilas. Sua sinonímia seria limpadores linguais mas, no mercado brasileiro,se vê um conflito de nomes utilizados,devendo o profissional verificar o produto detalhadamente antes de o indicar aos seus pacientes.

Porém o uso de limpadores de língua ainda é muito diminuto perante os demais instrumentos de limpeza bucal diária e desta forma é importante mostrar sua devida utilização e benefícios para que possa ser introduzido no cotidiano da população

Revisão de literatura

Atualmente existe uma grande preocupação por parte dos dentistas e dos apelos comerciais para se manter os dentes limpos e evitar assim o mau hálito, o quê não ocorria até a metade do século passado. Dentistas, higienistas e fabricantes de cremes dentais, escovas e fios dentais vêm enfatizando o uso desses instrumentos com a finalidade de remover a placa bacteriana desde aquela época de forma incessante e, assim, reduzir a possibilidade de cáries e doença periodontal. Soluções para bochechos das mais diversas marcas são anunciadas com freqüência na mídia, a fim de influenciar as pessoas a usarem seus produtos para reduzir a halitose (MELLO, 2005).

Entretanto, pouca ênfase é dada à higienização da língua. Até que ponto é válido se apresentar dentes impecavelmente limpos ao lado de um órgão (que ocupa boa parte da cavidade bucal) coberto por milhões de microrganismos, emitindo um forte odor fétido ? .

Limpador do Período Takegawa (1603-1867)

O hábito de escovar a língua é secular. Os raspadores de língua começaram a ser utilizados na Europa, no século XVIII, provavelmente sob influência oriental japonesa(figura acima) , a partir de 1770, feitos com casco de tartaruga ou marfim, que provocavam abrasão (7). Instrumentos usados para esse fim foram encontrados também na África, América do Sul, Índia e Arábia. Contudo, mais recentemente, durante os séculos XIX e XX,mas o hábito ainda não se tornou popular, com poucas referências pregressas na literatura odontológica (23).

O dorso posterior da língua apresenta uma camada com milhões de microrganismos e, mesmo durante a deglutição, os alimentos não limpam bem essa área (MONTENEGRO, 2004) e com isso o resultado é uma camada branco-acinzentada formada por resíduos alimentares, células mortas descamadas e microrganismos. Durante a decomposição desses resíduos alimentares na língua, ocorre a formação de sulfato de hidrogênio e metilmercaptana e ambos têm relação direta com a halitose.

Alguns tipos de língua sulcadas/fissuradas favorecem mais os depósitos saburróides ajudando na instalação do mau hálito . Com relação ao posicionamento da língua, existem pacientes que, mantém a língua no interior da boca, ficando muito interiorizada, dando a impressão de que o terço posterior quase se acha “dentro da garganta”, logo a higiene lingual desses pacientes deve ser mais cuidadosa (43).

RATCLIFF; JOHNSON em 1999 mostraram a importância dos CSV na transição dos tecidos periodontais de saúde clínica para gengivite e, então para periodontite.

YAEGAKI; SANADA, 1992 (b) mostraram que a maior parte dos CSV se originam da superfície do dorso da língua, indicando que a saburra lingual pode estar relacionada ao mau cheiro. Somado às bactérias bucais , camada de restos alimentares na língua e células do hospedeiro derivadas da mucosa epitelial oral e leucócitos estão presentes na saburra e os CSV são produzidos pela metabolização bacteriana desses componentes e pela degradação proteolítica por microrganismos orais gram-negativos predominantemente anaeróbios de vários substratos sulfurados encontrados na boca, e sendo a maioria destas bactérias periodontopatógenos parece lógico imaginar uma correlação positiva entre níveis de CSV na cavidade bucal ,presença de bolsas periodontais e tendência ao sangramento gengival Porém, nem todos os pacientes com gengivite e/ou periodontite apresentam mau cheiro oral ou vice-versa (3,11,44,47)

A saburra lingual formada se mantém aderida por três motivos principais: aumento da concentração de mucina na saliva; células epiteliais descamadas; presença de microrganismos anaeróbios proteolíticos. A remoção da saburra deve ser feita com um limpador lingual que permita um bom acesso à região do “V” lingual (que é mais estreita, de acesso mais difícil e justamente onde se forma maior quantidade de saburra lingual).

Tem sido mostrado que o fluxo salivar pode ser um fator que influencie o mau hálito, mas os componentes individuais da saliva não estão completamente entendidos. A imunoglobulina A (S-Iga) é o principal componente imunológico contido nas secreções das glândulas salivares e possui a capacidade de inibir adesão bacteriana à superfície da mucosa por aglutinação, e pode então eliminar bactérias da cavidade oral (WILLIAMS; GIBBONS, 1972). A partir desta evidência, é comum que a S-IgA também afete o acúmulo da bactéria oral na superfície lingual.

VETTORE em 2004, observou a partir de uma análise de estudos publicados desde 1980, que a doença periodontal aumenta em quase 20% as chances de um indivíduo sofrer de algum mal cardiovascular e esta associação pode ter sérias conseqüências sobre a saúde púbica e de forma direta com o acúmulo de microrganismos que se depositam na língua.

BRUNETTI; MONTENEGRO, 2002 explicam que como característica de um envelhecimento normal, há uma diminuição dos botões gustativos (que ficam na língua) e que são responsáveis pela percepção dos sabores. Quando estas papilas estão obstruídas pela saburra, uma crosta amarelada que fica sobre a superfície lingual, resultante de restos de alimentos e células mortas, diminui ainda mais a percepção do gosto dos alimentos. Além disto, 70% dos medicamentos normalmente ingeridos pelos idosos provocam uma diminuição do fluxo salivar e isto ainda prejudica mais a limpeza da saburra da língua.

YAEGAKI; SANADA, 1992 (a) demonstraram que a limpeza da língua ajuda a remover os microrganismos responsáveis pelo desenvolvimento da cárie de raiz em pacientes mais idosos. Também houve redução da halitose e melhora da percepção do paladar.

Quando a resistência do paciente esta baixa, as bactérias da doença periodontal e da saburra podem infectar os pulmões e provocar pneumonias (43). A cada inspiração os pulmões recebem em seu interior uma série de bactérias, incluindo Chlamydia pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa, dois tipos de bactérias que causam doenças respiratórias, que matam 83 mil pessoas por ano nos Estados Unidos. Os idosos são mais suscetíveis e por isso devem manter cuidados de higiene bucal ainda mais rígidos.

Quanto às alterações gástricas, o paciente deve ter cuidado com o Helicobacter pylori, pois ele reside na boca (na placa dental e na saburra), podendo migrar para o estômago e com isso pode provocar gastrite, logo a higiene oral deve ser bem eficiente (43).

No grupo geriatriátrico, as origens que agravam a incidência da halitose são: perda de unidades dentárias, mais freqüentes nos idosos, causando a dificuldade de mastigação e conseqüentemente não estimulando adequadamente as glândulas salivares, aumentando assim o percentual de pacientes xerostômicos. De outra forma quando os dentes são perdidos, a tendência é que a mastigação fique deficiente e com isso ocorrerá uma sobrecarga no estômago, que terá que trabalhar mais para suprir as necessidades.

Por terem dificuldade de mastigação em conseqüência da perda de dentes, esses pacientes fazem a opção por alimentos ainda mais líquidos e pastosos o que diminui a varredura na língua durante a mastigação e formação do bolo alimentar, aumentando o acúmulo da saburra lingual (MONTENEGRO, 2004).

Os pacientes com idade avançada tendem com maior freqüência a utilizar medicamentos que são xerostômicos como, por exemplo: analgésicos, anti-hipertensivos, antidepressivos, ansiolíticos, antiparkissoniano, diuréticos, essas drogas xerostômicas provocam em seus usuários boca seca queixa muito comum nos idosos, chamada de Síndrome de Ardência Bucal.

A taxa de fluxo salivar naturalmente diminuído por um declínio no número de células acinosas (responsáveis pela fabricação de saliva) na terceira idade, não traz nenhum efeito significativo em pessoas idosas sadias. Porém, uma série de fatores associados pode diminuir significativamente o fluxo salivar, provocando um processo de xerostomia (20).

A saliva, que é uma combinação de secreções presente na cavidade bucal, proveniente de glândulas salivares principais (parótida, sublingual e submandibular) e acessórias, desempenha uma série de funções primordiais na homeostasia bucal. Com contribuição imediata na preparação para que ocorra a digestão do alimento, a saliva tem ação na formação do bolo alimentar e como lubrificante para facilitar a deglutição. Paralelamente, desempenha funções essenciais na atividade gustativa, onde, com sua capacidade como solvente, promove a solubilização do alimento e atua como meio de transporte das moléculas gustativas aos receptores. Serve também na previsão de um ótimo ambiente iônico para a transdução, e de proteínas que ajudam na função carreadora da molécula gustativa, e por fim, trabalha na remoção do estímulo gustativo do poro (41).

Não se pode esquecer de que tudo que altera o fluxo salivar aumenta a quantidade de saburra lingual e a conseqüência disso é o mau hálito. Sabe-se também que a saburra é responsável por mais de 90% dos casos de halitose e que a higiene da língua é o primeiro passo para se eliminar o mau hálito. Deve-se considerar que a escova de dente não foi desenvolvida para limpar a língua eficiente e completamente . Pesquisas feitas por universidades comparando a remoção da saburra lingual com a escova de dente e os limpadores de língua mostraram que enquanto a escova remove 0,6 gramas de saburra lingual, o raspador da marca Kolbe remove 1,3 gramas além de não causar nenhum desconforto nesta remoção( 21).

Segundo GUERRA et al., 2000, ao analisarem indivíduos da terceira idade atendidos no Serviço de Geriatria do Hospital Universitário Osvaldo Cruz em Recife, selecionaram aleatóriamente 50 pacientes. Na metodologia empregada, foi utilizado entrevista associada ao exame clínico oral, através da análise estatística descritiva das informações, observaram que a média de idade foi de 70,4 anos, sendo 56 por cento do gênero masculino e 44 do gênero feminino, 85,7 por cento não tinham hábito de ir ao dentista; 75 por cento eram desdentados totais, desses 56 por cento usavam próteses totais, sendo que 42,9 por cento usavam apenas a prótese superior; 45 por cento faziam escovação duas vezes ao dia e desses apenas 16 por cento escovavam a língua. Então , neste estudo concluíram que há necessidade do fortalecimento da conscientização e valorização por parte dos idosos para freqüentar com periodicidade o cirurgião-dentista, como parte de um programa de saúde geral.

FRARE et al. 1997 observaram quais os problemas bucais mais freqüentes em idosos, em pesquisa realizada na Universidade Federal de Pelotas (RS).A população estudada era de baixa renda, sendo a maioria do sexo feminino (64,3 %), com média de idade de 65 anos. Dos idosos, 64,6 % eram desdentados totais e somente 73,4 % destes faziam uso de aparelhos protéticos, sendo a maioria de prótese total superior. Foi observado grande número de portadores de candidíase, periodontite severa e hiperplasia no palato devido ao uso de prótese total com câmara de sucção. Eventualmente, também foram encontrados língua saburrosa, língua fissurada, leucoplasia.

Tem sido demonstrado que a limpeza lingual melhora o odor e reduz a re-infecção de nichos periodontais pela eliminação da saburra lingual e/ou redução da putrefação causada pelas bactérias. Desta forma QUIRYNEN et al., 1998 desenvolveram um estudo cruzado e cego em pacientes livres de periodontite e não fumantes, com bons hábitos de higiene oral avaliaram o efeito da limpeza lingual (com raspador plástico formato circularou com escova dental de nylon com tufos e cabeça pequena na microbiota do dorso da língua (porções anterior e posterior dos sulcos terminais) e nas sensações de gosto para amargo, doce, salgado e azedo. Ambos os aparatos foram utilizados duas vezes ao dia por duas semanas (movimentos com a escova dental três vezes para frente e para trás ao longo da linha mediana e para cada terço longitudinal da língua; dois golpes com o raspador ao longo da linha mediana e ao longo das bordas da língua). Tiveram como resultado após duas semanas) que a quantidade de saburra lingual, porém, diminuiu significantemente (p<0,05), com ambos os aparatos. A sensação de gosto melhorou após duas semanas à limpeza lingual, especialmente com o raspador . Concluíram que a limpeza lingual melhora a sensação de gosto e parece reduzir o substrato para putrefação ao invés do montante bacteriano. A raspagem resultou em menos ânsia e teve uma discreta vantagem em relação ao conforto, capacidade de limpeza e preferência. Quando os pacientes foram questionados em relação aos aparatos, onze dos dezesseis relataram mais ânsia ao utilizarem a escova. Treze dos dezesseis voluntários relataram preferência pelo raspador.

A pesquisa realizada por CHAIM em 2001, teve como por objetivo comparar os resultados do uso de um instrumento confeccionado a partir de lacre de tampas plásticas como raspador de língua em relação a uma escova dental com cerdas macias, em 32 indivíduos jovens entre 17 e 34 anos de idade de ambos os sexos, durante 6 semanas, através do uso de questionários, exames clínicos e fotográficos a cada três semanas. Os resultados demonstraram excelente aceitação e sensação de limpeza, sem apresentar ferimentos teciduais e menor disparo de reflexo de ânsia durante o uso. Deste modo, o raspador de língua “simplificado” (RLS) poderia ser indicado como alternativa para higiene da língua.

SEEMANN et al. (2001) compararam a efetividade de dois limpadores linguais em relação ao uso da escova dental para a limpeza da língua na redução dos CSV e do hálito e demonstraram que os limpadores testados foram mais efetivos (42% e 40% de redução de halitose) em comparação com a escovação (33% de redução de halitose). Em qualquer dos procedimentos a duração dos efeitos conseguidos não ultrapassaram 30 minutos. Quando a escovação da língua se faz usando-se um dentifrício, há uma redução de hálito que perdura por cerca de 90 minutos .

HINODE et al., 2003 em seu trabalho teve o objetivo de confirmar as relações entre mau hálito e condição periodontal, mau hálito e saburra lingual.Foram estudados, cinqüenta e quatro pacientes queixando-se de mau hálito. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com o nível de saburra lingual. Tiveram como resultados que existem relações significativas entre mau hálito e parâmetros periodontais específicos utilizados. O grau de saburra lingual também foi significativamente correlacionado com quantidades de H2S, CH3SH e com o montante total de CSV determinado. Estes dados indicam que a saburra lingual está relacionada ao mau hálito. Além disso, S-IgA na saliva pode influenciar o acúmulo de saburra lingual, e anticorpos direcionados a espécies Streptococcus podem ter importância na imunidade contra a colonização inicial da placa lingual.

CERRI; SILVA, 2002 desenvolveram um trabalho relacionando à higienização da língua com a halitose, observaram as causas locais, diretamente, como a língua saburrosa sendo a principal fonte de mau hálito. Utilizaram como fonte de diagnóstico o Breath Alert, em 150 pacientes adultos, de ambos os sexos, oriundos da Clínica Odontológica da Universidade de Santo Amaro/SP. Os métodos mecânicos que foram utilizados na pesquisa foram os limpadores de língua, escova dental e limpeza digital com gaze. Neste estudo, o método que mostrou mais eficácia foram os limpadores linguais e o de menor eficácia foi o método utilizando a gaze, pois os participantes relataram muita ânsia.

Existe uma forte relação entre o acúmulo de placa bacteriana na superfície de adesão de próteses totais e o desenvolvimento de estomatites, uma lesão inflamatória causada principalmente pelo fungo do gênero cândida, assim como devem também dar atenção a limpeza da língua, visto que neste órgão também é um depósito de microrganismos, conforme atesta CHAMBERLAIN (1985).

No idoso, existe toda uma série de alterações do envelhecimento no nível dos órgãos sensitivos, que alteram sensivelmente a qualidade de vida dessas pessoas. A disfunção da percepção gustativa constitui um problema significativo. Anomalias do paladar podem afetar a saúde não somente pelos efeitos diretos sobre a ingestão de alimentos líquidos ou sólidos, mas também devido à privação de um dos grandes prazeres da vida (BARTOSHUK, 1978).

Com a maioria dos botões gustativos localizados na superfície da língua, eles também se distribuem tanto no palato mole como no palato duro, na mucosa da epiglote, na laringe, na mucosa da faringe e mesmo na mucosa dos lábios e das bochechas, e em algumas pessoas, na porção inferior da língua e no assoalho da boca (BORNSTEIN, 1940).

O paladar tem um papel importante para a qualidade de vida na terceira idade e suas alterações podem trazer grandes transtornos no controle de dietas e conseqüentemente na nutrição do idoso (29).

O número de botões gustativos por papila circunvalada é notadamente constante do nascimento aos 20 anos de idade, com um número aproximado de 245 botões por papila. Durante a maturidade até o início da velhice, esta média decai em proporção relativamente insignificante, 208 botões. Porém, no extremo da idade adulta, 70-85 anos, a média cai drasticamente para cerca de 88 botões por papila (18)

Outro problema a considerar é a presença constante de agentes químicos na cavidade bucal (por colutórios,medicamentos)que pode levar à exaustão ou fadiga da percepção pela estimulação constante dos corpúsculos gustativos.

QUIRYNEM et al., 1999 conduziram um programa de higiene bucal durante 5 semanas em indivíduos de 52 a 86 anos de idade, onde constataram uma melhora na percepção do gosto doce e salgado. Este achado é de extrema significância, pois o sal e o açúcar geralmente são ingredientes restritos nas dietas recomendadas para pessoas idosas.

Não obstante isso, muito dos idosos vivem sob constante regime alimentar restringindo-se uma série de alimentos e condimentos. Este fato é particularmente notado nas dietas para hipertensos e diabéticos, com restrições para sal e açúcar, respectivamente. Tais dietas que naturalmente são de difícil controle, até por uma questão de nossa cultura alimentar, quando associadas às alterações do paladar, acabam por se tornar um verdadeiro martírio para o idoso (18).

Como as alterações gustativas na terceira idade freqüentemente são conseqüências de uma série de causas associadas, é preciso acurada observação clínica para a seleção de uma terapia efetiva. Não há um tratamento padrão para a disfunção gustativa, principalmente se não existir uma simples causa, assim como, para muitas alterações não se conhece nenhuma abordagem terapêutica efetiva (41).

Segundo BRUNETTI; MONTENEGRO, 2002 atualmente vem sendo divulgado o uso de limpador de língua no Brasil, muito úteis para os idosos, especialmente pela camada que se forma na parte posterior da língua (saburra) e que não se consegue tirar com a escovação normal. Como há muita diminuição do número de papilas da língua com a idade, há necessidade de se manter as demais bem desobstruídas, para manter a capacidade gustativa adequada nos pacientes idosos.

Apesar da higiene da língua estar associada historicamente a filosofias religiosas, tais como o Budismo, o Hinduísmo e mesmo ainda ao Islamismo, onde no Alcorão lê-se, que o último estágio de limpeza da boca é a língua, como cita CHAIM, 2001; não tem se observado esta prática de saúde ser exercida com muita freqüência pela maioria dos indivíduos na atualidade do ocidente; talvez isso se deva a fatores culturais, ou mesmo até pela desinformação acerca de tal hábito conforme pontuam LOESCHE; KAZOR, 2002; ROWLEY et al., 1987.

Considerando os limpadores linguais terem sido usados por várias civilizações no passado, a maioria da população, desconhecendo este fato, fica preocupada com a limpeza da língua possa provocar alterações, pensando até em câncer. Alguns pacientes, com o passar do tempo limpando a língua, descobrem as papilas ovaladas do “V” lingual e acham que aí pode estar desenvolvendo um tumor e ficam relativamente assustados. Por esta razão é importante não só ensinar o uso correto do limpador, como mostrar a presença dessas papilas do “V” lingual (que não devem ser agredidas).

Devem ser utilizados após as refeições, como se tem o hábito de escovar os dentes .Uma leve pressão de trás para frente da língua, quantas vezes se fizerem necessárias são realizadas, porém sem lesionar a língua (37).

A prática de higienização da língua não tem demonstrado qualquer aumento de irritação tecidual e a maioria dos indivíduos que a executam mostram, além da excelente aceitação e da sensação de limpeza obtida, interesse em executar sua higienização (34, 37).

A remoção mecânica de indutos é muito importante e os limpadores (raspadores) linguais são um excelente dispositivo auxiliar na obtenção de uma higiene bucal ampla e eficiente, e importante meio para melhor perceber o gosto dos alimentos, ajudando indiretamente no controle da hipertensão e da diabetes mellitus, que são de grande incidência nesta faixa etária.

O importante é que a primeira limpeza utilizando o limpador/raspador lingual, seja feita no consultório, informando ao paciente como realmente deve ser utilizado (43).

Podem ser encontrados no mercado brasileiro diversas marcas com diferentes modelos, que podem ser assim divididos quanto ao material do qual são confeccionados em primeiro lugar e o formato/disposição de sua ponta ativa buscando uma classificação o mais abrangente possível:

Classificação dos limpadores linguais brasileiros

1. PLÁSTICOS 1.1 Forquilhas

1.2. Laminados

1.3. Conjuntos:

1.3.1 – com Escova de Língua

1.3.2 – com Escova de Dentes

1.4. Infantis

1.5. Econômicos(*)

2.METÁLICOS 2.1. Raspador Profissional

2.2 Higienizador

2.3- Econômico(**)

(*) Incluem: Papel recoberto por camada “plástica”e lacres plásticos de medicamentos (**)Consideram-se os lacres internos de alumínio em latas leites em pó ou similares.

Plásticos em Forquilha

 

 

 

 

 

Laminados

 

 

 

 

 

Plástico com Escova de Língua

Plástico com Escova de dentes

 

 

 

 

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Infantis plásticos

                                                                                                                                                                                                                                                                                      

 

 

 

 

Econômicos “plásticos”

 

 

 

 

 

 

Raspador Metálico Profissional

 

 

 

 

 

 

Higienizador Metálico

 

 

 

 

 

 

 

Raspador metálico econômico

 

 

 

 

 

 

Discussão

No experimento de DE BOEVER; LOESCHE (1996), a limpeza da língua foi associada ao uso de clorexidina (ambos como enxaguatório e como pasta, o que, por si só, já pode explicar a redução de 74% das bactérias na língua). Outros dados estão em acordo com MENON; COYKENDALL (1995), que também demonstraram pequenas alterações na microbiota bacteriana após raspagem lingual, e com observações prévias (QUIRYNEN et al. 1998). A dificuldade em reduzir o montante bacteriano na língua não é surpresa, levando-se em consideração as características da superfície do dorso da língua. A mucosa do dorso da língua, com uma área de 25cm2, mostra uma topografia superficial muito irregular (SCHROEDER, 1991; TARZIA, 2003). A porção posterior exibe um número de unidades ovais, que tornam áspera a superfície lingual nesta área. A porção anterior é mais rugosa devido ao alto número de papilas (as papilas filiformes com 0,5 mm de comprimento e uma cratera central, as papilas fungiformes com 0,5-0,8 mm de comprimento, as papilas foliadas, localizadas na borda da língua, separadas por dobras profundas e, as papilas valadas com 1 mm de altura e 2-3 mm de diâmetro). Essas depressões inumeráveis na superfície lingual são nichos ideais para adesão e crescimento bacteriano, dificultando ações de limpeza. O impacto da rugosidade superficial na adesão e crescimento bacteriano tem sido demonstrado em outros estudos (QUIRYNEN et al. 1999).

O efeito da limpeza da língua na sensação do gosto não tem sido extensivamente examinado. CERRI; SILVA, 2002 encontraram que a escovação lingual aumenta a acuidade do gosto em pacientes geriátricos pela remoção da placa lingual (KINA, 2003; BRUNETTI; MONTENEGRO, 2002). Em relação à avaliação subjetiva dos dois aparatos utilizados, a principal reclamação dos participantes do teste foi ânsia. Os aparatos para limpeza lingual têm um perfil não popular (ROWLEY et al. 1987, CHRISTENSEN, 1998). Esta observação da redução da ânsia com o uso do raspador quando comparado à escova, porém, confirma observações prévias (ROWLEY et al. 1987). Não obstante, muitas pessoas aceitam a escova como instrumento de limpeza lingual devido ao fato de não necessitarem, dessa forma, de um instrumento adicional (ROWLEY et al. 1987).

DE BOEVER; LOESCHE (1996) sugeriram que a flora anaeróbia proteolítica colonizando o dorso da língua tem um papel importante no desenvolvimento do mau hálito. Ao lado dessas bactérias, o substrato de restos alimentares presentes na saburra também podem ter um papel importante na produção do mau hálito porque pode acelerar o crescimento bacteriano e prover componentes para a geração de CSV. Muitos estudiosos mostraram uma relação linear positiva entre níveis de CSV e o acúmulo de saburra.

Recentemente, MORITA; WANG (2001) mostraram que o nível de saburra lingual pode ser indicador da possibilidade de a pessoa ter ou não um odor desagradável na boca. Estes resultados sugerem que a saburra lingual está intimamente relacionada ao mau hálito bem como também à condição de doença periodontal. Então, é muito importante estudar o processo de acúmulo da saburra ou investigar a influência dos fatores contrários a sua formação.

Quanto aos botões gustativos é unânime entre os autores, que eles devem ser desobstruídos para que assim o paciente tenha uma melhor acuidade gustativa, principalmente pacientes hipertensos e diabéticos, pois irão sentir melhor o gosto dos alimentos não abusando assim de sal e açúcar (MONTENEGRO, 2004; KINA, 2003).

Foi possível confirmar com diversos autores que a limpeza da língua só traz benefícios para o paciente, como: diminuindo a halitose, cárie de raiz, pneumonia aspirativa, acidente vascular cerebral, doença periodontal, enfim várias enfermidades YAEGAKI; SANADA 1992(b). Pelo fato do paciente fazer uma correta higienização da língua vai estar melhorando sua qualidade de vida e se prevenindo,então, de várias possíveis doenças sistêmicas.

Quanto ao uso dos raspadores linguais ainda existem informações contraditórias, pois alguns fabricantes aconselham que sejam trocados a cada três meses, outros a cada 6 meses. Acredita-se que os raspadores que devam ser trocados a cada três meses são os que vêm acoplados com escovas de dentes. Já quanto à freqüência de uso também existem algumas contradições, tem fabricantes que aconselham que o uso seja feito sempre após a escovação, em contra partida outros fabricantes indicam que esta limpeza lingual seja feita na somente na escovação matutina. Devido a estas contradições, faz-se necessário estudos mais específicos quando a descamação lingual, observando que se a limpeza for realizada várias vezes ao dia não vai causar problemas para a língua.

Todos estes empecilhos, longe de gerar desânimo, apenas nos motivaram ainda mais em aprofundar conhecimentos sobre este tema, que julgamos ser de fundamental importância na qualidade de vida do idoso, dentro de sua área de envolvimento.

Conclusões

Baseado nos dados levantados nos parece lícito chegar às seguintes conclusões:

  • A limpeza da língua, particularmente nos pacientes acamados e nos idosos em geral mostra-se como medida necessária ,face à grande incidência de pneumonia aspirativa nos indivíduos nesta condição clínica. Um alerta quanto aos pacientes mais debilitados e no correto emprego pelo corpo de enfermagem/cuidadores ,se faz necessária.
  • Esta limpeza diminui a formação bacteriana nas porções posteriores da língua,normalmente grandes depositários de saburra e muito pouco atingidas pelas escovas de dente,um meio claramente ineficiente nesta atividade;
  • O limpador lingual se mostra como um meio de limpeza muito eficiente na 3a idade e seu uso deve ser difundido entre todos os envolvidos com os cuidados de saúde com pacientes idosos, bem como na mídia leiga,face à importância de seu uso desde a infância.

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**Jacy de Azevedo Leite é odontogeriatra, 2a Ten.- Dentista Belém do Pará. Prof. Dr. Fernando Luiz Brunetti Montenegro é mestre e doutor pela FOUSP, Coordenador Curso Especialização em Odontogeriatria ABENO/ABO/CEQUO/MOZARTEUM

[1] Este trabalho está baseado na Monografia de Conclusão do Curso de Especialização em Odontogeriatria da ABENO/SP, defendido em Março de 2005 pela CD Jacy de Azevedo Leite, de Belém do Pará, Brasil.

Conforme publicado na Medicina Social, v:24, n.198, p.14-15,Jul-Set 2007

Observação: Os artigos postados nesta sessão são encaminhados pelo Dr. Fernando Luiz Brunetti Montenegro

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