Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) norte-americanas vêm adotando nos últimos anos avanços tecnológicos, mas ainda há muito trabalho a ser feito, uma vez que as tecnologias podem melhorar as instituições e seus serviços, e consequentemente a qualidade de vida de idosos institucionalizados. Seja pela produtividade dos profissionais, pelo acesso aos serviços disponíveis e redução de custos administrativos associados à prestação de serviços.
Cerca de 3/4 das 150 maiores Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) sem fins lucrativos existentes nos Estados Unidos adotaram avanços tecnológicos, como registros computadorizados de saúde de seus residentes e sistemas de documentação eletrônicos, de acordo com o último relatório do LeadingAge Ziegler (LZ) 150, resultado de uma pesquisa realizada anualmente há 15 anos, e publicado no final de 2014. As 150 instituições representam mais de 235 mil unidades em todo o país.
De acordo com os especialistas que coletaram e analisaram os dados sobre a adoção de tecnologias, ainda há muito trabalho a ser feito, uma vez que as tecnologias podem melhorar as instituições e seus serviços, e consequentemente a qualidade de vida de idosos institucionalizados. Seja pela produtividade dos profissionais, pelo acesso aos serviços disponíveis e redução de custos administrativos associados à prestação de serviços. O prontuário eletrônico é apenas o módulo básico de um sistema computadorizado de gerenciamento.
O relatório de adoção de tecnologia de 2014 – anteriormente divulgado como um adendo ao LZ 100 – foi integrado no LZ 150, e mostra resultados promissores para as indústrias tecnológicas, afinal, trata-se de um mercado que tende a se expandir, portanto um negócio gerontológico.
Entre os resultados apresentados no relatório vale destacar que 76,6% das instituições estão usando registro eletrônico de atendimento ou sistemas eletrônicos de documentação de serviço; 74,7% estão usando registros computadorizados de saúde; 75,2% têm adotado sistemas de resposta a emergências ativadas pelo usuário, a teleassistência; e 73,1% têm implementado o controle de acesso ou sistemas de gerenciamento de perambular.
Segundo o relatório, tem havido um crescimento significativo ao longo dos últimos anos no número de instituições que implementaram as tecnologias, como assinala Majd Alwan, vice-presidente sênior de tecnologia da LeadingAge e diretora executiva do Centro para os Serviços de Tecnologia para o Envelhecimento (CAST) da LeadingAge, em depoimento à imprensa internacional.
Ao expandir o LZ 100 para incluir mais 50 instituições, que são menores e, têm, provavelmente, receitas e orçamentos menores, parecia lógico que se encontraria um decréscimo no nível de adoção de tecnologias, comentou Lisa McCracken, vice-presidente sênior da Pesquisa sobre Asilos e Desenvolvimento na Ziegler. Porém, houve relativamente pequenas mudanças na maioria das áreas das entidades, especialmente da adoção de prontuários eletrônicos.
“Nós não vimos uma queda dramática nas áreas-chave, tais como registros de saúde eletrônicos e tecnologias de atendimento”, disse McCracken. “Isto sugere que as ILPIs estão comprometidas com esses avanços tecnológicos fundamentais, independentemente de seus tamanhos”.
Em 2013, quase o mesmo percentual (3/4) dos provedores havia adotado essas mesmas tecnologias, mas 83% relataram utilizar tecnologia de diagnóstico, uma taxa de adoção 6,4% maior do que o LZ 150 relatou em 2014.
O relatório assinala que a indústria ainda está atrasada na área das tecnologias de monitoramento da saúde e bem-estar. Enquanto 57,8% das ILPIs adotaram o exercício físico e a tecnologia de reabilitação, apenas 21,2% têm tecnologias de monitoramento de medicação. Muito menos – 7,6% – tem teleassistência, telemonitorização ou tecnologia de monitoramento comportamental, e ainda menos (4,1%) tem telessaúde ou monitoramento de pacientes remotos.
Majd Alwan declarou à imprensa que esperava “maior adoção de tecnologias de telessaúde e monitoramento de pacientes remotos do que 4%, dado o valor dessas tecnologias em estabilizar pessoas que tiveram alta hospitalar recentemente para evitar reinternações, bem como gerenciar condições crônicas para reduzir internações, mas também não estou totalmente surpreso porque os modelos de pagamento e de reembolso não são conducentes, a menos que você tenha uma parceria com o hospital, ou modelo de pagamento incluído, que muitas poucas instituições têm”.
O relatório chama a atenção ao assinalar que talvez a maior oportunidade não está na tecnologia que é adotada, mas na forma como ela é usada. “Achamos que há uma tremenda oportunidade em iniciativas que levam à adoção da tecnologia um passo à frente para a coordenação de tecnologia”, diz McCracken. Segundo ele, isso significa o compartilhamento de informações como um setor de cuidados de saúde em geral, e não apenas nos serviços de envelhecimento.
No Brasil não temos ILPIs que pertençam a um fundo ou a uma categoria que, por sua vez tenham realizado pesquisas desse porte a fim de melhorar a qualidade de vida de seus membros, como os Estados Unidos. Seria muito importante que pesquisas realizadas sobre as ILPIs brasileiras, como as do IPEA, pudessem incluir futuramente os avanços tecnológicos introduzidos.
Acreditamos que as tecnologias, não só na área de saúde, têm um campo promissor no país, mas é necessário discutir padrões a fim de se compartilhar informações que possam facilitar um melhor longeviver, tanto para quem é cuidado quanto para quem cuida.
Leia o relatório na íntegra: Aqui
Fonte: Senior Living Adopting Tech, But ‘Tremendous Opportunity’ Remains, publicada Aqui no dia 18/12/2014. Tradução livre por Sofia Lucena.