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Idosos no Brasil: as condições de moradia acompanham o crescimento da população?

idosa em uma janela de uma casa de madeira

Em menos de 20 anos teremos mais idosos do que jovens, como preparar as cidades?


Com a notícia veiculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sobre a estimativa de que, em menos de 20 anos, teremos mais pessoas idosas do que jovens, fica evidente a necessidade de estabelecer medidas que permitam preparar as cidades para este momento. A jornalista Sofia Lungui entrevistou os professores Guita Debert e Jorge Félix, que apontaram questões importantes para que as cidades acompanhem a mudança demográfica.

O Rio Grande do Sul é o Estado mais idoso do país, com 2,1 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o equivalente a 20,15% de sua população. A capital gaúcha está entre as 10 cidades grandes com a população mais idosa do Brasil. (…) Até 2022, eram 15,76% da população. Os dados são do último censo demográfico.

Neste cenário, é necessário ampliar políticas públicas para garantir os direitos das pessoas idosas. Políticas públicas que ofereçam suporte a essa mudança envolvem serviços e equipamentos adequados para um ambiente urbano amigável. O apoio comunitário depende muito de condições que garantam um atendimento às necessidades dos cidadãos, oferecendo um ambiente acolhedor e resolutivo.

Uma alternativa já implementada em algumas cidades brasileiras, incluindo Porto Alegre e outros municípios gaúchos, é a modalidade de cuidado domiciliar a idosos em situação de vulnerabilidade social e fragilidade clínica.

A iniciativa foi ampliada com a criação do programa Melhor em Casa, do Ministério da Saúde, que prevê atendimento domiciliar a pacientes que não precisam ficar internados, mas que ficam no hospital porque não têm outra opção de tratamento. Os pesquisadores destacam sistemas que favoreçam a socialização e impeçam o isolamento, tais como a oferta de vagas em equipamentos como centros dia, prevenindo o adoecimento e aliviando os serviços de saúde.

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Por outro lado, para alcançar unidades de atendimento médico e odontológico, o transporte acessível e frequente possibilita uma boa mobilidade urbana, tal como devem ser adequadas as travessias, calçadas e a arborização urbana, garantindo caminhabilidade segura. O espaço urbano deverá receber investimentos para estimular o uso por cidadãos de todas as idades, mas com ainda melhor condição de uso por pessoas idosas.

Para Jorge Felix, “a transição demográfica deve ser entendida como algo positivo pelos governos, e não como um problema”, visto o decréscimo progressivo de mão-de-obra jovem.

Governantes atentos a este futuro, ao garantir produtos e serviços inovadores que atendam às novas demandas que favoreçam cidades com populações mais envelhecidas, possibilitarão boas condições de moradia, garantindo saúde e atividades que mantenham seus cidadãos unidos e com vidas dignas.

Foto de Soner Arkan/pexels.


Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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