Há diferenças na experiência de envelhecer entre pessoas negras e brancas, diz estudo - Portal do Envelhecimento e Longeviver
Ícone do site Portal do Envelhecimento e Longeviver

Há diferenças na experiência de envelhecer entre pessoas negras e brancas, diz estudo

A pesquisa, do Itaú Viver Mais e do Cebrap, apresenta resultados de uma investigação sobre desigualdades no processo de envelhecimento entre pessoas negras e brancas.


Com o objetivo de identificar as desigualdades raciais que incidem no processo de envelhecimento da população, o Itaú Viver Mais, em parceria com o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) realizou a pesquisa “Envelhecimento e desigualdades raciais”, cujos resultados serão divulgados na próxima sexta-feira, 19. O estudo apresenta resultados de uma investigação sobre desigualdades no processo de envelhecimento entre pessoas negras e brancas.

Conduzida pelo Cebrap, a pesquisa teve como base dados de um survey realizado em 2021 com amostra de 1.462 indivíduos com 50 anos ou mais em três cidades brasileiras: São Paulo, Salvador e Porto Alegre, capitais com altos índices de envelhecimento populacional.

O estudo investigou 11 indicadores que compõem o envelhecimento ativo: autoestima, bem-estar, saúde: acesso e prevenção, atividades físicas, mobilidade, inclusão produtiva, inclusão digital, segurança financeira, capital social, práticas culturais e exposição à violência. Em algumas dessas dimensões, foram encontradas diferenças significativas entre o envelhecimento de pessoas brancas e negras nas três capitais analisadas. O estudo também considerou a influência do gênero na situação de homens e mulheres negras em comparação com homens e mulheres brancas, além de analisar diferenças entre diferentes faixas etárias.

Diferenças entre pessoas negras e brancas

Nas três capitais analisadas, as pessoas brancas têm maior índice de segurança financeira na maioria das faixas etárias: 50% das pessoas negras com 50 anos ou mais consideram difícil ou muito difícil pagar as contas com sua renda mensal, enquanto para mulheres e homens brancos esse percentual é de 44%. Do ponto de vista das aposentadorias, a proporção de pessoas com 50 anos ou mais que recebem aposentadoria é 9% maior na população branca do que na população negra em São Paulo, Salvador e Porto Alegre. O recebimento dessa fonte de renda é de 53% entre pessoas brancas e 44% entre pessoas negras nas três capitais.

Na saúde, homens e mulheres negros acessam 16% menos os serviços de saúde privados em relação a homens e mulheres brancos. Enquanto 40% das mulheres brancas tiveram o último atendimento na rede privada, esse percentual é de 25% entre as mulheres negras e 18% entre os homens negros.

Do ponto de vista da inclusão digital, mulheres e homens negros acessam 14% menos a internet quando comparados com mulheres e homens brancos. Entre a população negra de 50 anos ou mais, pouco mais de 3 em cada 5 pessoas acessaram a internet (66%), enquanto na população branca essa relação é de 4 a cada 5 pessoas (80%).

A exposição à violência também muda para os grupos raciais nas três capitais analisadas: ao longo da vida, homens negros foram ameaçados com arma de fogo 8% mais que mulheres e homens brancos. Entre os homens negros, 21% disseram ter sido ameaçado por arma de fogo ao longo da vida, enquanto esse percentual foi de 13% entre mulheres e homens brancos.

Para Priscila Vieira, pesquisadora e coordenadora de projetos do Núcleo de Desenvolvimento do CEBRAP, o estudo revela pistas sobre os impactos das desigualdades raciais no processo de envelhecimento. “Vemos que há diferenças na experiência de envelhecer entre pessoas negras e brancas, principalmente, no acesso à renda e saúde, além da inclusão digital e da exposição à violência. Pessoas negras enfrentam maior dificuldade para alcançar condições materiais e de saúde adequadas a um envelhecimento ativo e digno. Essas evidências podem incentivar novos estudos e qualificar o importante debate sobre o envelhecimento na sociedade brasileira”, explica Vieira.

Não perca nenhuma notícia!

Receba cada matéria diretamente no seu e-mail assinando a newsletter diária!

Verifique sua caixa de entrada ou a pasta de spam para confirmar sua assinatura.

“O Itaú Unibanco apoia diversas iniciativas que visam fortalecer os direitos das pessoas idosas e promover uma velhice mais digna, inclusiva e sustentável. Neste contexto, entendemos que atuar na produção de conhecimento ajuda a melhorar a qualidade do envelhecer no Brasil e a transformar, para melhor, a vida da população idosa, que logo será maioria no país”, explica Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco.

A pesquisa será lançada no dia 19 de maio, sexta-feira, às 16h no canal do youtube do CEBRAP após apresentação dos principais achados da pesquisa haverá uma mesa para reflexão dos pontos trazidos composta por: Márcia Lima, representando o Ministério da Igualdade Racial, Alexandre Silva, secretário nacional de direitos da pessoa idosa e Lúcia Xavier, fundadora da ONG Criola e ativista de direitos humanos.

O relatório completo poderá ser acessado no site do Cebrap no dia 19/5, a partir das 18h.

Sobre o Cebrap (Nudes e Afro)
O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) é uma instituição de pesquisa na área de ciências humanas que desenvolve estudos multidisciplinares sobre a realidade brasileira. O Núcleo de Desenvolvimento (Nudes) realiza estudos para subsidiar e orientar ações para o desenvolvimento socioeconômico em diferentes níveis de gestão territorial- local, municipal, estadual e federal – e para diversos grupos populacionais (moradores de áreas urbanas e rurais, populações tradicionais e grupos em diferentes ciclos de vida). O Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial (Afro) é um núcleo de pesquisa, formação e difusão sobre a temática racial que busca contribuir para o fortalecimento das pesquisas acadêmicas sobre desigualdades, relações raciais e interseccionalidade. Atua com vistas a qualificar o debate público sobre questões raciais e fortalecer a agenda de Direitos Humanos e da democracia, em especial no tocante à justiça e à igualdade racial e de gênero. Nudes e Afro realizam em parceria o estudo Envelhecimento e Desigualdades Raciais.

Sobre o Itaú Viver Mais
O Itaú Viver Mais é uma associação sem fins lucrativos focada no público com mais de 50 anos, que emprega esforços no fomento do poder público, da sociedade civil organizada e da iniciativa privada, promovendo o acesso e a ampliação de direitos, melhorando a qualidade de vida nas cidades e fortalecendo o poder de transformação das pessoas por meio do investimento social privado. Para saber mais acesse: itauvivermais.com.br e pelas redes sociais @itauvivermais.

Serviço
Lançamento da pesquisa “Envelhecimento e desigualdades raciais”
Dia: 19 de maio, sexta-feira, às 16h
Canal Youtube do Cebrap: https://www.youtube.com/watch?v=TM9Z_SOZ76Y

Fonte: Cebrap


Portal do Envelhecimento

Sair da versão mobile