O tempo está passando é, na realidade, o título do projeto da fotógrafa de origem chinesa Fifi Tong que está no Catarse, que financia projetos de maneira colaborativa, isto é, com o apoio de cada um de nós. A ideia do projeto nasceu do seu livro “Origem – Retratos de Família no Brasil”, publicado em 2009, com direito a exposição no Memorial do Imigrante, SP, com curadoria de Diógenes Moura. Na ocasião – a fotógrafa relata em seu blog -, ela notou que as pessoas mais velhas ali retratadas tinham as expressões que mais lhe tocavam.
Em abril do ano seguinte ela começou a procurar essas pessoas pelo país na tentativa de narrar as histórias de vidas tão ricas, tão cheias de momentos únicos. Primeiro com as pessoas que conhecia, depois, pesquisando e perguntando quem poderia conhecer um centenário.
Em seu relato no blog, diz que viajou para algumas cidades do Brasil, sempre com o apoio de uma pessoa local, que a levava até a casa do retratado. Assim fotografou rostos marcados pelo tempo, mas também pela vivência, felicidade,
sofrimento. E Fifi Tong pergunta: Dá para imaginar o que uma pessoa viu, por quantas coisas passou em 100 anos de vida?
Sobre o projeto
O projeto está aprovado pela Lei Rouanet e Fifi Tong está na fase de captação de recursos financeiros, os quais serão utilizados para pagar os custos de ampliações de 31 imagens nos tamanhos 1,20 X0,80 m, em papel Canson Infinity. Montadas com molduras de alumínio e vidro, mais passagem e estadia em Buenos Aires, onde será realizada a XVII Encuentros Abiertos, Festival de la Luz 2012, cujas fotografias de Fifi Tong – que foi convidada – inaugurarão a exposição que será inaugurada no dia 03 de agosto de 2012, em Buenos Aires, no Centro Cultural Recoleta. A exposição fica até dia 26/08/2012.
Fifi Tong x Fifi Tong
“A vida se prolonga hoje em tempos impensáveis há décadas atrás: e isso é bom de se olhar nos retratos que estou fazendo. Ao mirar estes retratos podemos pensar em uma perspectiva longa de futuro para muito mais gente no planeta. E nos perguntaremos: o que vamos realizar até lá?
Ou melhor: o que realizamos até agora nos dá a energia para chegar lá? As pessoas mais velhas vão ficando mais quietas, pois é quase como se o excesso de palavras fosse-lhes uma inutilidade. Uma imagem é também, como eles, quieta. Uma imagem sussurra alguma coisa para os que prestam atenção.
Então esse trabalho nos pergunta a todos: estamos prestando atenção nos nossos idosos? Olhamos para eles como quem quer ver e aprender?
Este trabalho coloca estes centenários num patamar de grande importância, a importância que a arte do portrait coloca o fotografado. E o olhar deles, ora interrogativo, ora contemplativo sempre será inquietante: você está me vendo?
Numa era onde a juventude eterna é exaltada, criando seres deformados pela ânsia de parar o tempo – os que se submetem a muitos artifícios para parecerem eternamente jovens – esses olhares antigos, as peles marcadas e desenhadas pelos anos, o que eles tem a nos dizer? São imagens que inquietam e pacificam”.
Sobre Fifi Tong
Ela é formada no Art Center College of Design, CA. Atua como fotógrafa profissional há quase 30 anos, no mercado de publicidade, moda e retratos. Em 2009, publicou o livro Origem – Retratos de Família no Brasil, com exposição no Memorial do Imigrante, SP, com curadoria de Diógenes Moura. Foi selecionada para o Prêmio Porto Seguro de Fotografia em 2009. Em 2010, participou da mostra coletiva Eternal Feminine Plural, na Organização Internacional do Trabalho, em Genebra. Ainda em 2010, Origem itinerou em três cidades do Estado de São Paulo, abriu o Festival de La Luz, em Buenos Aires, no Centro Cultural Borges, e em 2011, expôs no Museo de Arte Contemporáneo de Salta, Argentina.
Imagens nas redes
A fotógrafa, além de continuar postando mais imagens de centenários brasileiros, contará em seu blog – Aqui , um pouco mais sobre o andamento do projeto.
Ela criou também uma página no facebook, para quem quiser comentar, curtir, e saber Mais: Acesse Aqui