“O que não é bom para o coração, não é bom para o cérebro.” A frase é de Laura Fratiglioni, investigadora no Instituto Karolinska, na Suécia, e uma das últimas especialistas em envelhecimento a alertar para a necessidade de trabalhar para proteger o cérebro da perda de capacidades mentais ao longo da vida. Estima-se que 24 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de algum tipo de demência, 70% com mais de 75 anos.
Marta F. Reis
Diferentes grupos de investigação tentam provar o impacto da atividade física na manutenção do cérebro. No início de Fevereiro, um dos estudos com mais participantes até à data – 120 voluntários entre os 60 e os 80 anos e um estilo de vida sedentário – revelou que apenas 40 minutos de exercício três vezes por semana chegam para fazer a diferença. O trabalho desenvolvido na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, revelou que começar a fazer exercícios de aeróbica numa idade mais avançada ajuda a recuperar a perda natural de massa no cérebro. Nos participantes que seguiram o plano de atividade física, o volume na zona do hipocampo – crucial para o processamento da memória – aumentou 1,97% a 2,12% no espaço de um ano.
Laura Fratiglioni, que está preparando um novo trabalho sobre fatores de risco para a demência, adianta que para além do exercício físico, os estímulos sociais e intelectuais na terceira idade podem ser decisivos.
Fonte: Ionline, Portugal, em 21/02/11. Disponível Aqui