Fico, muitas vezes, questionando o universo de “vidas” que temos ao nosso redor.
Tristezas, alegrias, grandes feitos, lutas, frustrações… lições gratuitas que nos são oferecidas todos os dias.
Ana Teresa Moreira *
Quais as “mensagens” que se escondem em um ursinho Ted (tão acarinhado), um cãozinho Bob (que parece ter fugido a questão de segundos), nos olhares distantes (às vezes tristes outras serenos) ou naquele sorriso iluminado que parece vir dos olhos… da alma?
Seríamos pós-graduados em “vida” se controlássemos nossa impaciência e aprendêssemos a ouvir, quantas vezes fossem necessárias.
Nas histórias repetidas centenas de vezes, se apurarmos nossa percepção, existem mínimos detalhes que se modificam ou são acrescidos e que fazem toda a diferença.
É como um quebra-cabeça em que as peças nos são fornecidas aos poucos.
Um teste de resistência, o amor posto a prova.
Muitas vezes, mais que medicamentos ou cuidados de higiene, o idoso precisa de alguém que o escute… não discuta… escute… não critique… escute… apenas escute.
Difícil?
Acho que sim.
É que nesta nossa “adolescência de vida” (se comparados a eles), não nos damos conta que aos 90, também já não teremos a agilidade e a memória dos 20, 30, 40 anos…
Haverá alguém para nos escutar?
Espero que sim.
Realmente espero.
*Ana Teresa Moreira, acompanhante de idoso – [email protected]