Envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro

As mudanças demográficas e epidemiológicas terão significativa relevância para os gastos públicos com saúde e previdência.

Instituto de Estudos de Saúde Suplementar – IESS *

envelhecimento-populacional-e-os-desafios-para-o-sistema-de-saude-brasileiroNo Brasil, a população passa por um rápido processo de envelhecimento, devido à significativa redução da taxa de fecundidade desde meados da década de 1960 e ao aumento da longevidade dos brasileiros. A taxa de fecundidade total passou de 6,28 filhos por mulher em 1960 para 1,90 filhos em 2010, uma redução de cerca de 70%. No mesmo período, a expectativa de vida ao nascer aumentou 25 anos, chegando a 73,4 anos em 2010 (IBGE, 2012). Além disso, em 2050, estima- se que o percentual de pessoas acima de 60 anos corresponderá a cerca de 30% da população do país (IBGE, 2008).

A maior longevidade da população, em especial, vem modificando o perfil epidemiológico no país, com aumento da mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis em detrimento das doenças infecto-parasitárias (Ministério da Saúde, 2012). Por isso, pode-se presumir que as mudanças demográficas e epidemiológicas terão significativa relevância para os gastos públicos com saúde e previdência (Banco Mundial, 2011).

Em 2010, o governo federal gastou 44,7% de suas despesas com esses dois itens (Brasil, 2011), parcela que tende a aumentar, seguindo as tendências verificadas em países em estágios mais avançados da transição demográfica. Esses gastos, segundo projeções da OCDE (2006) e da European Comission (2009), poderão representar parcela considerável do PIB de economias desenvolvidas nas próximas décadas (no Brasil, isso não foi ainda mensurado de forma agregada).

Não perca nenhuma notícia!

Receba cada matéria diretamente no seu e-mail assinando a newsletter diária!

O envelhecimento dos brasileiros também deve afetar o setor de saúde suplementar, que atende a, aproximadamente, 25% da população. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS, 2012), as despesas assistenciais1 dos planos de saúde cresceram, em termos reais, 106,5% entre 2001 e 2011, o que pode estar relacionado, entre outros fatores, ao maior crescimento, no período, do grupo de beneficiários com 59 anos ou mais (60,7%) em relação à totalidade da população coberta (55,4%).

Por esse e outros motivos que serão expostos neste trabalho, o setor de saúde suplementar já vem discutindo sobre as consequências do acelerado processo de envelhecimento, tema que constitui um eixo regulatório da agenda 2011/2012 da ANS. Itens relacionados ao envelhecimento, portanto, tem demandado mais atenção, como a “assistência ao idoso”, para atender à crescente parcela de beneficiários idosos. Nesse caso, foram propostos incentivos de atenção diferenciada e programas de prevenção e promoção da saúde a esses beneficiários. Dessa forma, a faixa etária que mais cresce no país poderá ser melhor assistida e atendida.

Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo quantificar o impacto das mudanças demográficas sobre os gastos com saúde assistencial pública e privada, considerando esses cenários de mudanças na economia e na demanda pelos serviços de saúde. Pretende-se projetar, especificamente, os gastos ambulatoriais e hospitalares da rede pública de saúde e os gastos assistenciais da saúde suplementar.

Espera-se que os resultados deste trabalho possam contribuir para uma discussão ampla entre gestores, profissionais, acadêmicos e a sociedade de forma geral sobre os desafios e as oportunidades do setor de saúde decorrentes do envelhecimento populacional no Brasil.

Acesse a publicação no site: Aqui
Instituto de Estudos de Saúde Suplementar Rua Joaquim Floriano, 1052 cj 42 | CEP 04534-004 São Paulo – SP Tel.: (011) 3709-9742 | Fax: (011) 3706-9746 [email protected] |

Portal do Envelhecimento

Compartilhe:

Avatar do Autor

Portal do Envelhecimento

Portal do Envelhecimento escreveu 4302 posts

Veja todos os posts de Portal do Envelhecimento
Comentários

Os comentários dos leitores não refletem a opinião do Portal do Envelhecimento e Longeviver.

LinkedIn
Share
WhatsApp
Follow by Email
RSS