Com o aumento da expectativa de vida e a melhora geral da saúde das pessoas, o ritmo de envelhecimento da população está mais lento e o peso dos idosos sobre o restante da sociedade pode não ser tão grande quanto o temido, defende um estudo publicado na última edição da revista “Science”.
De acordo com os cientistas, os atuais cálculos levam em conta idades cronológicas fixas que não servem mais como parâmetros para uma medida acurada do custo dos idosos para a economia.
– A maior parte das informações sobre envelhecimento vem de indicadores publicados pelas Nações Unidas e outras agências de estatísticas – conta o professor Warren Sanderson, um dos autores do levantamento. – Estes indicadores, usados mundialmente, são baseados em idades cronológicas e muitas vezes consideram uma pessoa idosa quando ela atinge 65 anos de idade ou até menos.
Tradicionalmente, a razão de dependência dos idosos, isto é, o número de pessoas com 65 anos ou mais dividido pelo número daqueles em idade economicamente ativa, é usada para calcular o peso do envelhecimento sobre uma sociedade e seus sistemas de pensão.
Mas os autores do estudo dizem que esta medida está defasada, pois as pessoas vivem mais e alguém aos 65 não pode mais ser considerado um idoso.
O problema também é observado quando se calcula o peso do envelhecimento sobre os sistemas de saúde, já que seus custos se concentram nos últimos anos de vida, que acontecem cada vez mais tarde.
Os pesquisadores sugerem substituir esta razão por outra, em que se divide o número de adultos incapazes com os demais. Nesta conta, a velocidade de envelhecimento da população cai em 80%, o que deverá mudar as políticas públicas.
Fonte: O Globo, 15/9.