Atualmente já podemos não só sonhar como também lucrar com os benefícios decorrentes do avanço de tecnologia sofisticadas e que dentro de alguns anos estarão disponíveis especificamente a população que envelhece.
Funcionários da Comissão Europeia afirmaram no primeiro semestre de 2013, em Bruxelas, “que a inovação tecnológica é a chave para lidar com o desafio do envelhecimento global”.
Viver mais é uma realidade a ser enfrentada. O que pode, por um lado, parecer uma excelente notícia, por outro preocupa, já que todos esperam uma velhice com autonomia gozando de boa saúde física e mental. Assim é obrigatório que se busquem alternativas que resguardem o bem estar daqueles que envelhecem e que, como já constatamos, não são poucos. Sobre a decadência do idoso, Tonio Borg, conselheiro da entidade para assuntos de saúde e consumo, afirmou em reunião que “a União Européia precisa adotar mais medidas para intensificar o emprego de tecnologia inovadora em busca de novos pontos de crescimento econômico na área do envelhecimento”. Para ele, “a inovação tecnológica tem um papel importante na questão do envelhecimento, como no diagnóstico e tratamento da síndrome da decadência dos idosos”.
Entendendo Phibes, uma produção da robótica
A Agência Fapesp divulgou uma matéria sobre os trabalhos de um grupo de pesquisa no Instituto de Robótica na Universidade Tecnológica de Delft, na Holanda. Eles trabalham com problemas resolvidos por bebês em dias, meses ou antes de seu primeiro aniversário.
Segundo a reportagem “são ações simples e geralmente ignoradas por seus protagonistas, como levantar, andar, ver, esticar os braços ou abrir uma mão para pegar um objeto. Mas esses e outros movimentos envolvem extrema complexidade, como podem atestar pessoas com deficiências físicas ou problemas de saúde”.
“Uma das criações do Instituto de Robótica é o Phibes, um robô que não apenas anda, mas corre. Ele não se desloca livremente como outros robôs que andam desenvolvidos por institutos de pesquisa em diversos países. Phibes se movimenta em círculos, preso a uma barra de metal afixada em um pedestal”.
Robert Babuska, diretor do Instituto de Robótica, disse à Agência FAPESP que “as propostas de pesquisas com o Phibes e outros de nossos robôs semelhantes não é criar máquinas ambulantes, mas ampliar o conhecimento a respeito do ato de andar e de correr como praticado pelos humanos. Esse conhecimento é essencial para que possamos desenvolver, por exemplo, próteses ou outros dispositivos que ajudem a melhorar a qualidade de vida de pessoas com dificuldade de locomoção”.
Envelhecimento e seus desafios
Babuska explica que “o principal desafio científico do instituto que dirige – que conta com 85 pesquisadores e estudantes de doutorado e de pós-doutorado – é fazer com que robôs e humanos trabalhem juntos eficientemente em ambientes como casas ou escritórios”.
“Acreditamos que a robótica será o próximo grande passo na revolução digital, que promoverá um impacto sem precedentes na maneira como vivemos. A robótica pode responder alguns dos principais desafios do século 21, como a falta de mão de obra especializada, a assistência ou a realização de tarefas em condições perigosas ou prejudiciais à saúde humana. A robótica também pode oferecer uma alternativa para desafios como o envelhecimento da sociedade”, disse.
Entre as alternativas pesquisadas no Instituto de Robótica de Delft para auxiliar idosos estão robôs que avisam a hora certa de tomar remédios ou de realizar medições como da pressão arterial – dados que podem ser enviados a centros de saúde por internet ou celular –, que funcionam como apoio ao se deslocar pelas casas ou simplesmente para fazer companhia, interagindo com seus donos.
E os avanços tecnológicos não param por aí.
Braço mecânico devolve movimentos
Outro experimento científico realizado com sucesso nos “Estados Unidos permitiu que dois pacientes que estavam paralisados do pescoço para baixo pudessem realizar tarefas controlando por meio de sua mente um braço mecânico”.
Uma das beneficiadas pelo projeto é a americana Cathy Huthinson: “graças à técnica, ela pode, pela primeira vez em quase 15 anos, beber um líquido sem a ajuda de outra pessoa”.
Chip implantado no cérebro de Cathy consegue “ler” atividade de seus neurônios e comandar o aparelho. É a primeira vez que a tecnologia tem sucesso em humanos, mas uso rotineiro e preciso ainda deve demorar.
O projeto foi realizado pela Universidade de Brown, nos Estados Unidos, juntamente com o Departamento de Assuntos de Veteranos do Estado americano de Rhode Island, e do Departamento de Neurologia do Hospital Geral de Massachusetts e a Escola de Medicina de Harvard, em Boston.
A pesquisa está na edição da revista “Nature”. Um segundo paciente, de 66 anos, também participou dos experimentos, com sucesso.
John Donoghue, cientista que criou o Braingate, afirma que ainda é preciso esperar muitos anos para que o invento se torne viável comercialmente, mas considera que o êxito abre boas perspectivas. “É um marco porque o chip continuou produzindo sinais úteis mais de cinco anos depois de ser implantado”, diz.
Ainda resta saber como alavancar o desenvolvimento comercial da tecnologia. A Cyberkinetics, empresa que Donoghue tinha fundado com esse fim, faliu após a crise econômica de 2008. O cientista diz esperar que os bons resultados tragam novos investimentos.
Referências
BBC Brasil (2012). Projeto permite que pacientes paralisados controlem braço mecânico com a mente. Disponível Aqui. Acesso em 10/07/2013.
CRI.CN (2013). Autoridades européias querem uso da tecnologia contra envelhecimento. Disponível Aqui. Acesso em 10/07/2013.
HEITOR SHIMIZU (2013). Robôs aprendem como os humanos andam. Disponível Aqui. Acesso em 10/07/2013.
JORNAL DA CIÊNCIA (2012). Mulher mexe braço-robô com a mente. Disponível Aqui. Acesso em 10/07/2013.