Recentes pesquisas realizadas em todo o mundo revelam que a população mundial está envelhecendo num ritmo acelerado – o que está forçando os governos de todos os países a repensar num modelo de sociedade ideal para essa nova população. Não só em termos sociais, culturais, mas também econômicos, já que os idosos estão se tornando maioria em muitos países e já deixaram de ser há muito tempo, apenas os “avós” para se tornarem também provedores de muitos lares. Economicamente ativos e socialmente atuantes, essa é a nova geração de idosos.
Alessandra Anselmi
A Europa já é considerada o continente onde mais tem idosos no mundo e dentre os países europeus, Portugal envelheceu mais do que a média dos outros países da União Europeia, segundo a base de dados estatísticos da Pordata. Esta conclui também que há 17 anos o país tinha um índice de envelhecimento de 65,7 comparado com os 71,4 dos outros países da União Europeia.
Somente em 2007 o índice de envelhecimento em Portugal cresceu para os 112,6 enquanto o resto da Europa cresceu apenas 108, numa evolução de mais 46,9%, claramente superior à dos outros países.
O professor universitário Mário Leston Bandeira que há vários anos dedica-se ao estudo da demografia em Portugal, tendo várias obras publicadas sobre o tema, acompanhou em 2001 o último recenseamento feito no país e, pela primeira vez o índice de envelhecimento foi superior a 100%. Havia no país mais pessoas com 65 anos do que, por exemplo, jovens com 15 anos.
Ele acredita que a população portuguesa está num processo de declínio, sobretudo no interior desertificado que a situação pode agravar, pois tem forçado os jovens para o estrangeiro.
Saindo do cenário europeu e chegando até Cuba, com a economia aberta recentemente, o país enfrenta agora um grande desafio econômico do envelhecimento populacional. A imprensa oficial de Cuba revelou dias atrás que a taxa de fecundidade no país diminuirá nos próximos anos e que isso irá elevar a carga social sobre a população economicamente ativa, num momento em que o Estado afasta 20 por cento da sua força de trabalho do setor público.
Um estudo realizado pelo Departamento Nacional de Estatísticas apontou um índice de fertilidade de 1,7 filho por mulher em 2009, uma das menores da América Latina e do Caribe, e insuficiente para a reposição populacional.
“Em um prazo breve o decréscimo populacional será sustentado, a população que entra na idade ativa será menor do que a que sai de tal idade, o coeficiente de carga ou dependência aumentará, os volumes de mulheres em idade fértil diminuirão e envelhecerão”, disse o jornal estatal Granma.
A publicação acrescentou que a situação é “inédita” em se tratando de um país em desenvolvimento.
A notícia coincide com uma fase de reformas econômicas em que o regime comunista se prepara para demitir quase meio milhão de funcionários públicos, estimulando o tímido setor privado local a absorvê-los.
Segundo o departamento, Cuba contava em 2009 com uma população de 11,2 milhões de habitantes, sendo 17,4 por cento com mais de 60 anos.
Talvez a boa notícia em meio a tantas inseguranças, seja justamente o fato de que a medicina parece acompanhar cada vez mais esse processo de mudança, descobrindo novas formas de se envelhecer com saúde e viver por mais tempo.
O desafio maior, gira em torno da esfera pública. Esperamos que assim como a medicina, os governos, suas políticas públicas, as empresas possam também acompanhar essa transformação, apresentando uma sociedade mais justa e digna para essa população que envelhece rapidamente e que cada um de nós estamos inseridos nela, de uma forma ou de outra, alguns agora, outros mais tarde, mas da velhice, assim como da morte, ninguém escapa.
Fonte: Acesse Aqui. Créditos de Imagem: Reuters. Acesse Aqui