Uma educação para um envelhecimento saudável é preciso que tenhamos consciência da nova realidade de que nosso país está caminhando para ser considerado um país de velhos, conhecimento sobre as possíveis perdas biológicas que o envelhecimento pode trazer, reflexão sobre a vida hoje, buscar sempre objetivos para termos controle do que queremos viver, continuar sempre produzindo de forma ativa e exercitando a memória e o pensamento.
Wanda Patrocinio *
A população brasileira tem aumentado sua expectativa de vida nas últimas décadas. De acordo com a última pesquisa Tábuas de mortalidade divulgadas no dia 01 de dezembro de 2014, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a esperança de vida ao nascer passou de 74,6 anos, em 2012, para 74,9 anos em 2013.
Tal crescimento é devido a duas causas principais: ao aumento da qualidade de vida (aumento da renda média, melhoria nas condições de educação, evolução da qualidade sanitária, inovações na medicina geriátrica, etc.) e, também, devido à diminuição da mortalidade infantil.
As doenças mais comuns na velhice são: hipertensão, AVC, diabetes, câncer, artrite, osteoporose, doenças mentais e catarata (Lebrão e Duarte, 2007; Alves, et al, 2007). Mas o envelhecimento não possui apenas aspectos negativos. Em geral, acredito em uma educação para um envelhecimento saudável, em que precisamos:
a) Tomar consciência da nova realidade de que nosso país está caminhando para ser considerado um país de velhos;
b) Ter conhecimento sobre as possíveis perdas biológicas que o envelhecimento pode trazer.
c) Refletir sobre sua vida hoje, pois envelhecemos conforme nós vivemos e se preciso for, mudar padrões de vida. Se você continuar vivendo da forma como vive hoje, como será o seu envelhecimento?
d) Buscar sempre objetivos em sua caminhada, jamais deixando a vida apenas nos levar. Que tenhamos o controle do que queremos viver.
e) Continuar sempre criando, produzindo, vivendo de forma ativa naquilo que gostamos.
f) Continuar exercitando a memória e o pensamento.
Além disto, a arte vem como uma aliada no processo de envelhecimento saudável, pois cria condições de oportunizar espaços de sensibilização e expressão para as pessoas por meio de linguagens artísticas (procure algo que você gosta: cantar, dançar, fazer teatro, pintar, artesanato…). A arte aparece como minimizadora dos efeitos negativos do envelhecimento, a arte vem como instrumento para se vivenciar a velhice de maneira mais leve e positiva.
Seja feliz!
Referências
Lebrão ML, Duarte YAO. Saúde e independência: aspirações centrais para os idosos. Como estão sendo satisfeitas? In: Neri AL, organizadora. Idosos no Brasil: vivências, desafios e expectativas na terceira idade. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, Edições SESC; 2007. p. 191-207.
Alves LC et. al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do Município de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública 2007 ago; 23(8): 1924-30.
* Wanda Patrocinio – Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas; bailarina e diretora da GeroVida – Arte, Educação e Vida Plena. É membro da Rede de Colaboradores do Portal do Envelhecimento. Email: [email protected]