Dona Leopoldina comemora 115 anos!

Hoje é a celebração do aniversário de Dona Leopoldina Nascimento! Parabéns guerreira pelos seus 115 anos!


D. Leopoldina Nascimento é interna na ILPI filantrópica “Abrigo à Velhice Desamparada Auta Loureiro Machado – Aveldama” em Cariacica, Espírito Santo, há 12 anos. No seu registro de nascimento consta que ela nasceu no dia 17 de agosto de 1905, em Vila de Izabel, Espírito Santo. D. Leopoldina faz parte dos supercentenários.

Segundo seu geriatra, Dr. Renato Morelato, D. Leopoldina não tem nenhuma doença crônica e manteve uma boa saúde durante todo o período em que está vivendo na ILPI. Fragilizou apenas nos últimos dois anos. Ainda segundo o Dr. Renato, impressionado com o caso geriátrico de D. Leopoldina, ele se interessou em pesquisar o fator genético da super centenária em colaboração com a Dra. Flávia de Paula, da Universidade Federal do Espírito Santo, projeto RENORBIO.

O Dr. Renato Morelato informa que a ILPI Aveldama não apresentou nenhum caso de COVID 19 entre os internos e funcionários. Parabéns também à toda a equipe da instituição.

Segundo o psicólogo Thiago dos Santos Peterle e a Assistente Social Mariana Vieira Lança, que fazem o acompanhamento clínico de D. Leopoldina na ILPI, ela atualmente se encontra fragilizada, com dificuldade de mobilidade e de verbalização. Além destes dois profissionais, ela tem acompanhamento de uma enfermeira e uma nutricionista.

D. Leopoldina nunca se casou e não tem descendentes. Trabalhava como empregada doméstica. A família com a qual ela vivia, a consideram como parente e a visitam com frequência.

Antes de ficar acamada, D. Leopoldina tinha excelente memória e gostava de contar histórias de sua vida. Inclusive, menciona o fato de que se recuperou da gripe espanhola quando tinha 13 anos. Se interessava por política e fazia questão de votar em todas as eleições. A ILPI tem vídeos de D. Leopoldina tocando gaita de sopro, um de seus hobbies, e mensagem sobre os cuidados em relação ao coronavírus.    

Supercentenários

Uma pesquisa da Aging Analytical Agency, em parceriacom Geronthology Research Group – GRG, publicou recentemente um estudo chamado “Um panorama sobre os Supercentenários”. O surpreendente resultado do estudo aponta que “o estilo de vida não é fator determinante na saúde e longevidade após os 80 anos. Quase tudo que se refere à saúde na idade avançada se deve a fatores genéticos”. E em combinação com o estilo de vida, os supercentenários não são super apenas em anos vividos, mas também possuem um super sistema imunológico.

Entretanto, a pesquisa aponta que muitos fatores ligados ao estilo de vida, lifestyle factors, também contribuem para a longevidade, juntamente com os fatores genéticos. Uma lição para todos nós.

Relacionamentos e inclusão social: Amor, gentileza e um forte senso de comunidade, podem nos tornar mais saudáveis e felizes. Os solitários tendem a morrer mais cedo.

Status sócio econômico: Alto padrão de vida, investimento em saúde e comunicação, também tem um impacto positivo na longevidade.

Atividade cerebral: Pela primeira vez, os cientistas revelaram que a atividade neural é mais alta em indivíduos com menor tempo de vida e mais baixa nos indivíduos que vivem mais.

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Atividade física: Exercícios físicos regulares trazem benefícios importantes para a saúde. E inclusive, podem melhorar os sintomas do Alzheimer.

Dieta saudável: O resultado da pesquisa confirma a importância de uma dieta saudável, rica em grãos integrais, vegetais e frutas, gorduras saudáveis, cálcio, vitamina D e complementos multivitamínicos.

Consciência: Indivíduos disciplinados, com metas e objetivos, vivem mais. E potencialmente não desenvolvem pressão alta, menor risco de condições psiquiátricas, diabetes, problemas de coração e articulações.

Validação

O Geronthology Research Group – GRG, é um grupo de pesquisadores em gerontologia e geriatria, que se reúnem na Universidade da Califórnia, e se dedicam a pesquisar e validar os registros dos super centenários em todo o mundo com bastante rigor. São eles quem validam a documentação dos super centenários que figuram no Guiness Book of  Records. Para validar uma declaração de nascimento, o grupo pesquisa não somente a certidão no registro civil. Pesquisam comparações com outros documentos como certidões de casamento, registro de nascimento dos filhos, no caso de falecidos, com a certidão de óbito e toda a documentação disponível.

Pesquisadores do Geronthology Research Group e do Cedeplar/Universidade Federal de Minas Gerias, trabalharam em conjunto para a validação de alguns casos de supercentenários no Brasil. As limitações para a validação dos registros dos super centenários se devem principalmente ao fato de que, apesar do registro civil ter sido universalizado no país ao final do século XIX, ele só se tornou obrigatório a partir de 1931. Os registros de nascimento eram feitos pela igreja católica. E muitas certidões foram lavradas após o nascimento, mediante testemunhos, que nem sempre correspondiam à verdadeira data do nascimento.    

De acordo com a pesquisa diariamente atualizada pelo GRG, o exclusivíssimo grupo dos super centenários, aqueles que tem 110 anos ou mais, e ainda estão vivos, são pouquíssimos em todo o mundo. No Brasil, apenas quatro supercentenários.  O nome de D. Leopoldina não consta da lista. O que, absolutamente, não é impeditivo para comemorar com júbilo, o seu aniversário.

Foto de destaque cedida gentilmente pela ILPI onde está D. Leopoldina.


Cuidar

O curso, na modalidade remota, visa refletir e discutir a  respeito da visão que  os profissionais  que trabalham, e ou estudam o envelhecimento têm sobre os significados do cuidar de si. Examinaremos propostas sugeridas no sentido de levantar alternativas e reflexões sobre qualidade de vida e cuidados para os indivíduos que trabalham com o segmento idoso. Será permeado por oficinas que envolvem práticas de relaxamento e criatividade.

Maria do Carmo Guido

Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós graduada em Gestão de Políticas Públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Pesquisadora e consultora nos temas da Economia do Envelhecimento. Embaixadora para as Mulheres Idosas na Me Too Brasil. Colaboradora no Portal do Envelhecimento. Conselheira no Conselho Municipal da Pessoa Idosa de São Paulo. E-mail: [email protected]

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Maria do Carmo Guido

Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós graduada em Gestão de Políticas Públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Pesquisadora e consultora nos temas da Economia do Envelhecimento. Embaixadora para as Mulheres Idosas na Me Too Brasil. Colaboradora no Portal do Envelhecimento. Conselheira no Conselho Municipal da Pessoa Idosa de São Paulo. E-mail: [email protected]

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