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Doenças Oculares: tipos e formas de tratamento

As doenças oculares são problemas oftalmológicos que podem gerar a médio e longo prazo dificuldade de enxergar e até mesmo a cegueira.


A maioria das pessoas tem problemas de visão em algum momento da vida. As doenças oculares são problemas oftalmológicos que podem gerar a médio e longo prazo dificuldade de enxergar e até mesmo a cegueira. Algumas somem por conta própria, ou são fáceis de tratar em casa. Outras precisam dos cuidados de um especialista e até mesmo cirurgias para correção. Há diversos tipos de doenças oculares e cada uma delas pode ser provocada por vários motivos, como doenças pré existentes, estilo de vida e causas genéticas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente cerca de 285 milhões de pessoas possuem alguma doença ocular, dos quais, entre 60% a 80% dos casos de doenças poderiam ser evitadas e tratadas. No Brasil, o último Censo Demográfico (IBGE 2010) identificou mais de 35 milhões de pessoas com algum grau de dificuldade visual. Por isso, é muito importante ter hábitos que colaborem com a saúde ocular.

Os principais sintomas para as doenças oculares, que devem servir de alerta assim que surgirem, são: Visão embaçada, Tremor nos olhos, Dificuldades de se adaptar à luz, Olhos vermelhos, Olhos lacrimejando. Alguns desses sintomas nem sempre estão relacionados a problemas sérios de visão, mas se sentir qualquer desconforto é fundamental procurar auxílio médico especializado para tratar e prevenir possíveis complicações.

Tipos de doenças oculares

Catarata – catarata é uma das principais causas de cegueira no mundo, é uma doença caracterizada pela perda de transparência do cristalino, lente natural cuja função é propiciar o foco da visão em diferentes distâncias. A evolução costuma ser lenta, e a doença pode afetar primeiro um dos olhos e só mais tarde o outro. Como os raios luminosos não conseguem atingir plenamente a retina onde se situam os receptores fotossensíveis, o portador de catarata tem dificuldade para enxergar com nitidez.

A catarata é uma doença multifatorial e pode ser congênita ou adquirida. A causa mais comum é o envelhecimento do cristalino que ocorre pela idade, denominada de catarata senil. Porém também poderá estar associada a alterações metabólicas que ocorrem em certas doenças sistêmicas como o Diabetes Mellitus, outros problemas oculares, tabagismo, alcoolismo.

Também pode estar ligada ao uso de certos medicamentos como corticóides ou a trauma ocular (contuso, perfurante, por infravermelho, descarga elétrica, radiação ultravioleta, raios X, betaterapia ou queimaduras químicas graves). O diagnóstico é realizado pelo exame de biomicroscopia. Outros exames também podem ser solicitados como: Tonometria; Mapeamento de retina; Microscopia especular; e Biometria, que é o cálculo do número da lente que vai dentro do olho.

Glaucoma – O glaucoma é uma doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, comprometimento visual. Se não for tratado adequadamente, pode levar à cegueira. No início, o glaucoma pode não apresentar sintomas significativos. É por isso que o acompanhamento médico é importante na hora de auxiliar o paciente a impedir a progressão da doença. Em seus estágios avançados, os sintomas de glaucoma podem incluir: Perda gradual da visão lateral; Dor forte e súbita em um dos olhos; Visão embaçada ou com a impressão de ser menor do que antes; Olhos vermelhos e inchados; Náuseas e vômitos; Dores na testa; Lacrimação e Sensibilidade à luz.

O objetivo do tratamento do glaucoma é reduzir a pressão ocular. Dependendo do tipo de glaucoma, isso pode ser feito por meio de medicamentos ou até mesmo cirurgia. Na maioria dos casos, o tratamento de glaucoma pode ser efetuado apenas com o recurso de colírios. Os medicamentos para glaucoma permitem reduzir ou estabilizar a pressão intraocular, não sendo, portanto, necessário qualquer tipo de tratamento cirúrgico.

Conjuntivite – A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Em geral, ataca os dois olhos, pode durar de uma semana a 15 dias e não costuma deixar sequelas.

Os principais sintomas dessa doença são: olhos vermelhos e lacrimejantes; pálpebras inchadas; sensação de areia ou de ciscos nos olhos; secreção purulenta (conjuntivite bacteriana); secreção esbranquiçada (conjuntivite viral); coceira; fotofobia (dor ao olhar para a luz); visão borrada; pálpebras grudadas quando a pessoa acorda.

A conjuntivite pode ser causada por reações alérgicas a poluentes ou substâncias irritantes (poluição, fumaça, cloro de piscinas, produtos de limpeza ou de maquiagem). A mais comum delas é a conjuntivite alérgica ou febre do feno, geralmente causada por pólen espalhado no ar.

O tratamento da conjuntivite é determinado pelo agente causador da doença. O principal objetivo da intervenção é combater a bactéria que causa a inflamação da membrana conjuntiva. Para isso, aplica-se um antibiótico na forma de pomadas ou colírios nos olhos. Também é importante que o paciente mantenha os olhos limpos, realizando a limpeza constante ao longo do dia.

Retinopatia diabética – A retinopatia diabética é uma doença que afeta os pequenos vasos da retina, região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro. O aparecimento da retinopatia diabética está relacionado principalmente ao tempo de duração do diabetes e ao descontrole da glicemia. Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no organismo que, entre outros danos, levam à disfunção dos vasos da retina.

A retinopatia diabética pode ser classificada como não proliferativa ou proliferativa, de acordo com a extensão, localização e grau de variadas características clínicas observadas no diagnóstico. A retinopatia diabética não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, mas conforme a doença avança, alguns sintomas podem surgir, dentre eles podemos destacar os seguintes: Pontos ou manchas pretas na visão incomodando o paciente; Visão embaçada; Alteração ao exame de refração (“grau de óculos”); Visão que altera periodicamente, indo de borrada para clara e de clara para borrada; Visão noturna prejudicada, devido às manchas escuras que flutuam na visão; Perda progressiva da visão periférica.

O tratamento da retinopatia diabética é definido em razão do estágio da doença e, geralmente, tem como objetivo retardar a sua progressão, de modo que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida. Um dos tratamentos mais comuns é com o laser árgon, antes dos novos vasos sanguíneos oculares sangrarem.

Hordéolo – O hordéolo é comumente conhecido como “terçolho” ou “terçol no olho”. O tipo externo é um pequeno abscesso na borda das pálpebras, gerado pela inflamação e infecção dos cílios por uma bactéria da pele. O hordéolo interno é causado pela infecção das glândulas sebáceas, presentes na parte de dentro das pálpebras.

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Entre os sintomas mais comuns estão dores, coceira, inchaço e vermelhidão na região afetada, além de lacrimejamento constante, desconforto ao piscar e sensibilidade maior do que o normal quando em locais iluminados.

O melhor tratamento é aplicar compressas quentes. O calor favorece o amadurecimento, ruptura e drenagem espontânea do terçol. O médico pode precisar drenar um terçol externo que não se resolve com compressas. Como esse tipo de terçol raramente se rompe por si só, um médico deve drenar o terçol cirurgicamente. Os terçóis internos tendem a reaparecer.

Degeneração macular – A degeneração macular é uma doença ocular que afeta a mácula, área central e vital da retina. Também conhecida por degeneração macular relacionada à idade (DMRI), resulta na lesão progressiva da mácula e, consequentemente, na perda gradual da visão central.

Na degenerescência macular, a mácula encontra-se danificada, o centro do campo visual é afetado e as imagens são desfocadas, distorcidas ou escuras. No estágio precoce da degeneração macular, quando há somente a presença de drusas, o paciente pode ser assintomático ou apresentar somente redução leve da visão, desconforto visual.

Contudo, com a progressão, o indivíduo apresenta perda visual mais acentuada e até grave, quando há o desenvolvimento de neovascularização de coróide, forma úmida da doença.

Atualmente, existem tratamentos capazes de barrar a progressão da DMRI e, em alguns casos, até recuperar parte da visão perdida. Determinados medicamentos anti-VEGF, por exemplo, foram desenvolvidos e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) especificamente para o tratamento da DMRI e para o uso intraocular, pois oferecem segurança e eficácia aos pacientes.

Erros de refração – As ametropias ou erros de refração, na oftalmologia, são defeitos ópticos que impedem que feixes de luz paralelos sejam focalizados de maneira adequada na retina. Os principais vícios de refração são hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia. A principal repercussão dessas condições é a diminuição da acuidade visual.

Desconforto nos olhos, dores de cabeça e dificuldade de focalizar objetos e ler são alguns dos sintomas mais comuns. Dependendo do erro refrativo, o paciente poderá sentir dificuldade de enxergar de perto e/ou de longe. Miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia são tipos de vícios de refração. Os óculos têm sido utilizados como forma de correção desses erros.

Cannabis medicinal e o tratamento de doenças oculares

As propriedades terapêuticas do canabidiol (CBD) são cada vez mais reconhecidas. Devido a sua importância medicinal, muitos países, inclusive o Brasil, já autorizaram medicamentos à base de cannabis no tratamento de diversas doenças. Quanto mais se estuda a cannabis e seus componentes (especialmente os canabinoides), mais se percebe que os princípios podem ser usados para o tratamento de uma série de doenças, inclusive as doenças oculares.

Um estudo canadense de 2016 sobre os receptores CB1 e CB2 em macacos concluiu que a manipulação do sistema endocanabinoide pode ajudar a restaurar a visão normal e proteger a retina. Na prática, os canabinoides ajudam a regular o tônus arterial dentro dos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Os ensaios clínicos indicam que os antagonistas dos receptores canabinoides podem inibir a degeneração celular causada pela liberação de desidrogenase láctica induzida pela isquemia da retina.

Um estudo do Reino Unido que revisou pesquisas sobre canabinoides e glaucoma relatou que, como a CDB tem propriedades antioxidantes não mediadas pelo receptor CB1, ela poderia evitar a morte neuronal através da captura de espécies reativas tóxicas de oxigênio produzidas pela estimulação excessiva dos receptores de ácido glutâmico.

As  propriedades antioxidantes dos canabinoides podem ser benéficas em casos de degeneração macular relacionada à idade, oferecendo uma possível alternativa aos suplementos antioxidantes estabelecidos.

Fonte: Cannabis & Saúde

Foto destaque de Shvts production/Pexels


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