Idosos inativos podem perder funções intelectuais, por isso a importância de exercícios de estimulação para proteger o intelecto contra a deterioração.
É importante incentivar o idoso a praticar atividades que exijam mais de sua cognição, promovendo melhor qualidade de vida, preservando e, se possível, melhorando suas funções cerebrais.
Estimular o idoso consiste em instigar, ativar, animar e encorajá-lo a alcançar a diminuição dos efeitos adversos do efeito do envelhecimento e até de uma demência se for o caso. Só devemos nos atentar para o tipo de intervenção mais adequada, levando em conta a capacidade funcional do sujeito, seu estado mental, condições psicossociais e a importância de uma avaliação global com o objetivo de descobrir as necessidades e possibilidades de cada um.
Ao fazermos uso de atividades que pretendem estimular as funções cognitivas superiores, criando estratégias compensatórias e otimizando capacidades como memória, raciocínio, linguagem, funções executivas, entre outras, estaremos usando um recurso não medicamentoso com o objetivo de amenizar ou estagnar possíveis perdas de capacidades cerebrais.
Portanto, existem exercícios que ajudam a preservar a memória, sim. De início pode soar como algo complexo a ser elaborado ou aplicado, porém, os exercícios podem ser muito simples e se transformarem em bons momentos para o idoso e seus familiares.
As atividades de estimulação visam atrasar o início da perda de memória, ou seja, idosos ativos demoram mais a sofrer prejuízos relacionados à memória e em outras funções quando comparados a idosos que não praticam atividades de estimulação.
A estimulação baseia-se em um conceito bem aprofundado dentro da neurociência referente à plasticidade cerebral, compreendida como a capacidade que tem o cérebro de realizar novas conexões neuronais de acordo com as necessidades do sujeito e do meio ambiente. Capacidade que se modifica de acordo com as circunstâncias as quais o cérebro é exposto. Essa plasticidade pode ser entendida como uma condução de impulsos que reorganiza o sistema nervoso, fazendo com que o cérebro volte a funcionar dentro de um padrão de normalidade.
Ao propormos atividades de estimulação devemos ter em mente que elas devem ser agradáveis a fim de proporcionar bem-estar; situar-se em uma zona de desenvolvimento proximal, ou seja, não devem ser difíceis e nem fáceis demais; não tratar jamais o idoso como criança, pois, embora pareça em algumas situações, ele não é; criar rotinas, estabelecer horários para a realização das atividades e lembrar-se que só haverá estimulação se o próprio idoso realizar as atividades, portanto, nunca as faça por ele.
A prática constante de atividades cognitivas como leitura, escrita, jogos etc., são consideradas fatores de proteção importantes para sanar prejuízos cognitivos. A eficácia desse tipo de atividade foi amplamente comprovada por meio de inúmeras pesquisas.
Considerando essas intervenções e os benefícios que produziram enquanto estratégia de auxílio não medicamentoso, incluí no livro “Alzheimer, Identificar, Cuidar, Estimular”, 28 atividades para se trabalhar com idosos, especialmente com aqueles que já apresentam perdas de memória. São atividades fáceis para se ministrar no dia a dia por um familiar ou um cuidador visando a melhora de estados cognitivos e emocionais, proporcionando qualidade de vida.
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Imagem de destaque: The Power of Music – The Alzheimer Society Music Project, de Toronto